Eleições municipais de 2024: "Direita vem avançando com tanta força, que pode se dividir"; veja análise

Posted On Segunda, 28 Outubro 2024 15:18
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Caiado, Tarcísio e Bolsonaro: direita dividida para 2026? Caiado, Tarcísio e Bolsonaro: direita dividida para 2026?

Para jornalista, pleito fortalece governadores Tarcísio de Freitas e Ronaldo Caiado e impõe desafios ao campo político de Bolsonaro para 2026

 

 

Com site SBT

 

 

As eleições municipais de 2024 terminaram neste domingo (27), com realização do segundo turno em 51 cidades, incluindo 15 capitais. Para o jornalista Leonardo Cavalcanti, resultados expressivos da direita evidenciam possíveis segmentações e impõem desafios ao campo político do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que segue inelegível, no pleito de 2026. "Direita vem avançando com tanta força, que pode se dividir", comenta o repórter do SBT News. Assista à análise no programa Brasil Agora desta segunda-feira (28), no canal do portal de notícias no YouTube (veja mais abaixo).

 

Na esteira de prefeitos eleitos e reeleitos, a direita consolidou a atuação de governadores como padrinhos políticos, sobretudo Tarcísio de Freitas (Republicanos) apoiando Ricardo Nunes (MDB) em São Paulo e Ronaldo Caiado (União Brasil) acompanhando Sandro Mabel (União) em Goiânia. Das nove disputas em capitais no segundo turno, o PL, sigla de Bolsonaro, perdeu sete. Ao todo, elegeu quatro chefes de Executivo municipais em 2024.

 

"Aconteceu em Goiânia [Fred Rodrigues, apoiado por Bolsonaro, perdeu para Mabel]. Essa força da direita pode fazer com que [eleitores] conservadores se dividam. Mas a gente sabe que divisão da direita é um risco maior em qualquer eleição, seja municipal, estadual ou federal", diz Cavalcanti.

 

Em São Paulo, Bolsonaro deu apoio discreto a Nunes. No cenário acirrado contra Pablo Marçal (PRTB) e Guilherme Boulos (PSOL), o prefeito reeleito encontrou em Tarcísio um apoiador constante durante a campanha.

 

"Ex-presidente se move muito pela emoção", analisa o jornalista. "Em São Paulo, quando viu que grupo de Nunes não o colocava como protagonista, acabou flertando com Marçal no início. Quando vê que Marçal pode acabar atrapalhando próprio capital político dele, ele recua. Se moveu, inclusive, por ciúme, que, na política, a gente sabe que tem muito", lembra.

 

Já em relação a Caiado, Cavalcanti considera o racha com Bolsonaro ruim para os planos do governador de Goiás em 2026. "Eleição de Mabel mostra força de Caiado em Goiás, isso é evidente. Mas ele é um político ainda muito regionalizado. Essa vitória de ontem representa muito no estado, na capital. Do ponto de vista nacional, essa briga não é boa para ele", disse.

 

"Candidato da direita, por mais que possa ter desenvoltura própria, tem que ter apoio de Bolsonaro. Pode ser que isso mude em dois anos, mas é muito difícil. Bolsonaro ainda é figura importante em 2026. Essa briga é ruim para ambos. No caso de Caiado, já tinha dificuldade na direita, com pessoas mais propensas a apoiar Tarcísio, que vai ter que definir seu futuro, tem reeleição mais tranquila [em SP] do que enfrentamento nacional. Mas, com essa briga, Caiado pode ter mais dificuldade de ser nome da direita [em 2026]", concluiu Cavalcanti.