ELEIÇÕES PROPORCIONAIS: AS DIFICULDADES DE ELEIÇÃO, O COCIENTE ELEITORAL E O SURGIMENTO DE NOVOS NOMES

Posted On Segunda, 25 Abril 2022 07:03
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Os novos ingredientes adicionados tanto pelos próprios parlamentares quanto pelo TSE para as eleições de dois de outubro próximo, farão deste pleito um dos mais atípicos, agressivos, sangrentos e confusos, com os candidatos desesperados por não agir fora da Legislação Eleitoral, mas sem um parâmetro que os guie nesse sentido.

 

Por Edson Rodrigues

 

O avanço e o entendimento das redes sociais como “armas” de batalha eleitoral farão delas uma bomba de fake news, com capacidade de incendiar todo o processo e manter a chama acesa por muito tempo depois do resultado das urnas, podendo levar candidatos eleitos a serem “queimados vivos” por descuidos ou má-fé durante a campanha.

 

Serão centenas de candidatos e candidatas, muitos deles endinheirados, outros tantos sem experiência eleitoral e mais tantos sem representatividade ou liderança política, que se juntarão aos detentores de mandatos que concorrerão à reeleição apenas para manter o foro privilegiado, para dar tempo para a prescrição de crimes e se manter livres de condenações e das garras da Justiça Comum, por conta de suspeitas e acusações de corrupção envolvendo dinheiro público.

E, não se engane, caro eleitor.  São muito os incluídos nesse último grupo, da eleição pela liberdade, a maioria deles bastante conhecidos dos eleitores.  É por isso que falamos em “eleição sangrenta”, logo acima, pois alguns desses candidatos endinheirados andam sempre acompanhados de capangas, geralmente armados, e todos estão com os nervos à flor da pele.  O melhor a fazer é evitar as corriqueiras discussões de boteco, de churrascos em chácaras ou em campos de futebol, pois elas podem terminar muito mal.

 

OLHO NO OLHO, VOTO A VOTO

Cada partido, cada federação partidária e cada chapinha terá 25 candidatos a deputado estadual e nove candidatos a deputado federal. Cada vaga para deputado estadual vai demandar, pelo menos, 40 mil votos, enquanto que, para deputado federal, serão 80 mil votos.  A somatória dos votos válidos, nulos e em branco dificilmente propiciará que um candidato se eleja apenas com seus votos, ou seja, todos vão precisar do cociente eleitoral do partido ou da federação partidária.

 

A expectativa é de que os dois ex-governadores – Marcelo Miranda e Moisés Avelino – além do deputado estadual Léo Barbosa, sejam a exceção á regra e consigam se eleger com seus próprios votos e que cada um consiga puxar, pelo menos, mais um candidato.

 

Ou seja, essa será uma eleição “olho no olho”, disputada voto a voto.

 

Em conversa reservada com vários analistas e lideranças com experiência de anos de política e de comando de partidos de elite, com diversos mandatos exercidos e que coordenaram diversas campanhas, o Observatório Político de O Paralelo 13 ouviu opiniões unânimes de que nenhum partido, nenhuma federação e nenhuma chapinha conseguirão eleger mais que seis deputados estaduais, muito menos mais que dois deputados federais.

 

São muitos candidatos novos, bons de voto.  As grandes lideranças partidárias estão divididas entre as agremiações e em “barcos” diferentes, a maioria com chapas proporcionais fortes, mas defendendo ideologias e filosofias diferentes, em busca de projetos pessoais ou de poder distintos.

 

89% dos candidatos estão em busca das suas “máscaras de oxigênio”, ou seja, estão pensando primeiro em suas próprias eleições para, só depois, pensar no partido, na federação e nos candidatos a governador e senador.  Nosso Observatório Político identificou apenas dois candidatos a governador que dividem suas preocupações eleitorais com a de seus candidatos a governador e senador que dividem suas preocupações eleitorais com os candidatos proporcionais, tentando garantir uma maioria de bons nomes, fiéis aos seus grupos políticos e com bom potencial de voto.

 

POUCOS FAVORITOS

Deputada Professora Dorinha Seabra

 

Só após as convenções partidárias é que se poderá falar em favoritos para os cargos majoritários, pois, com tantos candidatos a deputado estadual e federal, dificilmente alguém despontará na dianteira das pesquisas.

 

Já para o Senado, os nomes de Dorinha Seabra e Kátia Abreu são, indiscutivelmente, os grandes favoritos.  Dorinha tem o apoio político da maioria dos deputados estaduais, da maioria dos prefeitos dos principais colégios eleitorais e do senador Eduardo Gomes, grande nome político do Tocantins no momento.

Senadora Kátia Abreu

 

Mesmo assim, não se pode subestimar a senadora Kátia Abre, uma política experiente, destemida, autêntica e incansável, que tem o apoio de partidos fortes, como o PSD, presidido pelo seu filho, também senador, Irajá Abreu, e tem uma chapa proporcional forte, com a presença de bons nomes do próprio PP, partido de Kátia.

 

O dilema de Kátia Abreu é o fato de ter recebido um ultimato do líder das pesquisas de intenção de voto para presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, acerca do apoio à candidatura a governador de Paulo Mourão, candidato do PT no Tocantins, que informa que, caso a senadora estiver pedindo votos para Mourão, terá todo o apoio do PT nacional.  Caso contrário, o Partido dos Trabalhadores terá candidato próprio ao Senado no Tocantins.

Ex-governador Marcelo Miranda

 

Em se considerando que, até as convenções partidárias outras candidaturas ao Senado podem aparecer, como, por exemplo, do ex-governador Marcelo Miranda, pelo MDB e, até mesmo, Mauro Carlesse, pelo PL, assim como outros nomes para o próprio governo do Estado.

 

É sempre bom lembrar que nem todas as peças que estarão participando efetivamente da eleição de outubro próximo, estão colocadas no tabuleiro, muito menos as regras das federações partidárias estão totalmente definidas e, principalmente, quem decide com quem formará uma federação são as cúpulas nacionais dos partidos, que podem criar “Titanics” eleitorais com grandes chances de desagradar tanto membros de partidos quanto os eleitores e, infelizmente, não há mais a possibilidade de troca de partidos.

 

Portanto, não aposte todas as suas fichas em ninguém, por enquanto, pois nem todos chegarão “vivos”, politicamente, às convenções partidárias, muito menos às eleições.

 

Quem viver, literalmente, verá!!