ENCONTRO ENTRE PAULO MOURÃO E LULA SIGNIFICA APROXIMAÇÃO COM O CLÃ DOS ABREU

Posted On Segunda, 10 Mai 2021 15:30
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Na última semana, o ex-prefeito de Porto Nacional e ex-deputado federal, Paulo Mourão esteve com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que lhe deu sinal verde e total apoio para iniciar as articulações para ser o candidato do PT e do próprio Lula, ao governo do Estado

 

Por Edson Rodrigues

 

A confirmação de Paulo Mourão, político experiente e considerado um dos melhores prefeitos que Porto Nacional já teve, como candidato do PT ao governo do Estado, implica, também, em uma aproximação dele com o clã dos Abreu.

 

Havia, até pouco tempo, a possibilidade da senadora Kátia Abreu concorrer ao governo do Estado, mas a confirmação feita pela própria Kátia ao ex-presidente Lula de que concorreria à reeleição ao Senado, segundo nos informou uma fonte ligada à senadora, faz dos dois, Mourão e Kátia, unidos uma chapa de peso sob os auspícios do PT
A mesma fonte nos assegurou que Paulo Mourão já se reuniu com os Abreu – os senadores Kátia e Irajá – para acertar os discursos e as parcerias para 2022, com a chapa firmada por ele, Mourão, como candidato ao governo e Kátia vindo como candidata à reeleição ao Senado, deixando a definição do candidato a vice-governador a ser discutida com os demais partidos de esquerda ou de centro-esquerda que comporão com eles.

METAMORFOSE ESTRANHA

Em meio a toda essa movimentação, dois fatos antigos vêm à tona e comprovam que a política não é mesmo uma ciência exata.

Paulo Mourão tem, em seu passado político, laços com a UDR, da qual foi presidente. A União democrática Ruralista é uma entidade associativa brasileira que reúne grandes proprietários rurais e tem como objetivo declarado "a preservação do direito de propriedade e a manutenção da ordem e respeito às leis do País". Sua atuação política expressa a patronal rural conservadora se posicionando contra a reforma agrária iniciada no Brasil durante a transição democrática dos anos 1980, após o último período de governos militares.

Hoje, Paulo Mourão está no PT, em uma posição radicalmente contrária à assumida pela UDR.

Já Kátia Abreu, sempre foi ligada à FAET, Federação da Agricultura e Pecuária do Tocantins, da qual foi presidente, assim como da CNA, Confederação Nacional da Agricultura, sempre atuando em favor dos Ruralistas, também em contraponto aos posicionamentos do PT.

Dilma, Kátia Abreu e Lula 

A senadora também já foi considerada a “inimiga número um” do PT, quando derrotou Lula no Congresso Nacional, enterrando as possibilidades de retorno da CPMF, como queriam os aliados do então presidente da república.

Em uma metamorfose estranha, que só a política á capaz de promover, hoje, Mourão, Kátia e Lula, empunham a uma mesma bandeira política.

Uma visita de Lula ao Tocantins já está sendo articulada para um momento oportuno e a elaboração do projeto de Governo deve ser iniciada após a definição das alianças.
Uma vez definido, o grupo aguardará os níveis de vacinação chegarem a 70% da população tocantinense para começar as visitas aos municípios. Por enquanto, a estratégia será realizar, de forma individual, pequenas reuniões e encontros de lideranças para iniciar o entrosamento dos simpatizantes e correligionários, além de definir os pré-candidatos aos parlamentos estadual e federal, a serem confirmados pelas convenções.

APOIO DOS VICENTINHOS

Paulo Mourão deve, também, estreitar relações com seu primo, o ex-senador Vicentinho Alves, por meio do deputado federal Vicentinho Jr. Os dois, pai e filho, são oposição ao governo de Mauro Carlesse, apesar do ex-senador ser membro do segundo escalão do governo de Jair Bolsonaro.

Nos bastidores, essa tentativa de aproximação não está descartada, pois os dois têm como reduto eleitoral a cidade de Porto Nacional, mas nunca estiveram no mesmo palanque político.

O entrave é que os Vicentinho vêm conversando com o pré-candidato ao governo, Ronaldo Dimas, ex-prefeito de Araguaína, e com o senador Eduardo Gomes, nome mais comentado e desejado por dezenas de prefeitos e centenas de vereadores e líderes políticos e empresariais para ser o candidato ao governo do Estado, apesar de Eduardo Gomes estar mantendo a humildade e a concentração no combate à Covid-19 e afirmar que só fala em sucessão estadual após a população do Tocantins estar vacinada e em segurança.

Senadora Kátia Abreu, seu filho Irajá Abreu e o deputado Federal Vicentinho Junior 

Ter o apoio dos Vicentinho é um desejo de qualquer candidato ao governo do Estado, por conta da atuação significativa de Vicentinho Alves no Senado, onde conseguiu destinar milhões de reais para obras em Porto Nacional e em todo o Tocantins.

CONJECTURAS

Porém, no cenário político atual, há um ingrediente que transforma todo o reste em meras conjecturas: caso o senador Eduardo Gomes decida ser candidato ao governo, todo o cenário sucessório mostrado, até agora, mudará radicalmente, até porque não há nenhuma liderança fechada com ninguém. Tudo ainda são hipóteses, especulações.

Todo mundo conversa com seus semelhantes e afins, mas nada está definido, não passa de tratativas. Mas, caso Eduardo Gomes venha, mesmo, como candidato ao governo, o maior prejudicado nesse panorama sucessório será Paulo Mourão, que perderia muito “terreno” político no interior, uma vez que Gomes é o preferido pelos prefeitos e vereadores.

Esse vai e vem de pré-candidaturas ainda tem muitas lacunas abertas e Eduardo Gomes é o grande fiel da balança. Caso venha como candidato ao governo, dificilmente Kátia Abreu deixará de compor com ele, o que refletiria em todas as demais candidaturas.

MAURO CARLESSE E EDUARDO GOMES

Ao mesmo tempo, não está descartada a possibilidade de um entendimento político entre os dois principais líderes políticos do Tocantins na atualidade, Eduardo Gomes e Mauro Carlesse, haja visto que os dois foram eleitos em uma mesma chapa, em uma mesma coligação.

 

Governador Mauro Carlesse e o senador Eduardo Gomes fortes influencias em Brasília 

Eduardo e Carlesse têm se encontrado em audiências com ministros, em Brasília, com ministros e outros membros do governo federal. Resta saber se, mais à frente, repetirão o mesmo gesto político do passado, de estarem juntos em um mesmo palanque em 2022, já que política não é matemática, logo, nada é exato.

Ou seja, muito ainda há que se conversar, muitos acontecimentos estão por vir e muitas novidades ainda vão acontecer até as convenções.

O jeito é dar tempo ao tempo.