A escuta clandestina encontrada implantada no sofá do gabinete do deputado estadual Ricardo Ayres pode ser considerado o ato mais grave contra a liberdade política já praticado no Tocantins.
A escuta foi encontrada pela diretoria de inteligência da Secretaria de Segurança Pública após desconfiança do parlamentar e deve ser tratada e investigada com a mesma gravidade que representa, pois se houve tamanha ousadia contra um membro do Poder Legislativo, o mesmo pode ter sido praticado contra membros do Executivo e do Judiciário, colocando em risco a segurança das instituições tocantinenses.
Possivelmente a Polícia Federal será acionada e a Polícia Legislativa já deve estar realizando uma varredura em todos os gabinetes, sob ordem do presidente da Assembleia, deputado Antônio Poincaré Andrade, para que o fato seja elucidado com a maior urgência possível.
O fato da descoberta ter sido na semana e só ter vindo à tona neste sábado, já é um indício de que as investigações começaram imediatamente após o encontro do dispositivo e alguma coisa já foi levantada a respeito.
Faz-se necessário que os responsáveis sejam descobertos, revelados à população e punidos exemplarmente. A Política Tocantinense pode ter seus defeitos, mas tem muito mais qualidades que devem ser levadas em conta e não podem ser ameaçadas por atos da mais absoluta vilania e desonestidade.
MATURIDADE POLÍTICA
Enquanto isso, na última sexta-feira (21), estiveram em um mesmo salão, sob um mesmo teto, a deputada federal professora Dorinha Seabra, o deputado federal, Carlos Gaguim, o deputado estadual Eduardo Siqueira Campos e dezenas de outros parlamentares e lideranças políticas, participando do jantar de confraternização pelo aniversário do governador Mauro Carlesse, numa demonstração grandiosa de maturidade política de toda a nossa classe política, que serviu para separar o “joio do trigo” no momento mais apropriado possível, orquestrado pela primeira-dama do Tocantins, Dona Fernanda Mendonça, que mostrou grande habilidade social.
Que este ato de desprendimento e harmonia política se espalhe por todos os municípios tocantinenses
VEREADORES PALMENSES E PORTUENSES EM ALERTA
O julgamento que levou à cassação dos dez vereadores em Augustinópolis significa um forte alerta amarelo aos vereadores de Palmas e Porto Nacional, presos por suspeitas de corrupção.
Segundo fontes, o veredicto sobre os vereadores da Capital e de Porto está previsto para a segunda quinzena de agosto e a população dos dois municípios acredita na Justiça e no Ministério Público Estadual, sempre atuantes na defesa dos interesses da sociedade, que sejam implacáveis na busca pela verdade nesse imbróglio que envolve os vereadores. Que os inocentes sejam beneficiados e os culpados punidos com rigor, pois desrespeitaram a confiança dos cidadãos e trocaram vidas, saúde e educação por um punhado de dinheiro.
Estamos, aqui, evitando tornar públicos os nomes dos vereadores de Porto Nacional e de Palmas que foram presos, aguardando o veredicto da Justiça para, só então, mostrar à sociedade quem são e o quê fizeram pois, por confiar nos métodos e na acuidade da Polícia Civil, que levantou provas incontestáveis que levaram à decretação da prisão dos envolvidos, acreditamos que quase a totalidade dos presos são culpados e então, só então, divulgaremos seus nomes, para evitar quaisquer prejulgamentos.
EMPRÉSTIMOSPRÓXIMOS DE LIBERAÇÃO
O governo do Estado tem praticamente certo para, ainda esta semana, obter a liberação da Justiça Federal para o desbloqueio dos empréstimos junto ao Banco do Brasil e à Caixa Econômica Federal, que trarão recursos importantíssimos para oxigenar a economia tocantinense e, em paralelo, dos 139 municípios do Tocantins, especialmente os da Região Central, com o início das obras da nova ponte sobre o Rio Tocantins em Porto nacional, e com a construção dos hospitais de Araguaína e Gurupi, resgatando sonhos antigos da nossa população.
BRASIL: MOURÃO PODE SE FORTALECER
A janela de filiações partidárias pode colocar fogo no já nada estável clima político do governo Jair Bolsonaro. Estão previstas mais de cem filiações importantes ao PRTB, partido do vice-presidente, general Mourão, o que tem motivado os seguidores de Bolsonaro – comandados pelos filhos 01, 02 e 03 – a tentar desqualificar Mourão.
Vale ressaltar que, antes disso tudo, Mourão tem ocupado espaços importantes e de forma positiva na mídia nacional, com repercussão nas mídias sociais.
Até em Palmas, um grupo de sindicalistas vem abraçando a causa de Mourão, realizando convocações para filiações, presentando o partido como um “porto seguro” para a classe trabalhadora e dirigentes sindicais, inclusive com ramificações nos municípios do interior e com a intenção de formar uma chapa “puro sangue”, com nomes competitivos.
PROJETOS REEDITADOS
Derrotas recentes uniram governo e parlamentares na tentativa de reeditar projetos que foram rejeitados por falta de acordo, abrindo brecha para a judicialização. Foram três casos apenas nas duas últimas semanas.
Em 3 de junho, duas medidas provisórias caducaram, mas não morreram de fato. Quatro projetos (3 na Câmara e 1 no Senado) foram apresentados para fazer ressuscitar a MP do saneamento.
Com uma celeridade atípica, o Senado aprovou e já mandou para a Câmara um projeto de lei que cria um novo marco legal para o setor e facilita o ingresso de empresas privadas no negócio do saneamento básico.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), pretende votar o texto na Casa nesta semana ou, no máximo, na seguinte.
Já a MP do Código Florestal, aprovada na Câmara, mas nem sequer recebida pelo Senado, foi reeditada pelo próprio governo, embora não da mesma maneira.
Inconformado com o resultado da última sessão do Congresso, o líder do PSL no Senado, Major Olímpio (SP), buscou apoio do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro (PSL), e apresentou um projeto de lei para reverter o veto que impede que seja considerada de natureza policial a atividade exercida pelos agentes penitenciários.
A proposta também prevê a inclusão dos agentes socioeducativos no Susp (Sistema Único de Segurança Pública).
COMPLIANCE (OU SEGUIR AS REGRAS)
Com os partidos políticos diante de uma crise de representatividade e associados à corrupção, compliance deixou de ser para eles assunto de outro mundo.
A palavrinha entrou na rotina dos diretórios paulistas do PSDB e do PSL e nas direções nacionais dessas e de outras siglas. A ordem é estabelecer regras mais severas.
O PSDB, por exemplo, aprovou um inédito código de ética e compliance, que prevê verificação da idoneidade de doações e de fornecedores, canal de denúncias com sigilo da fonte e divulgação de receitas e despesas na internet.
A iniciativa é impulsionada pelo governador João Doria, cujos aliados encampam um discurso de faxina anticorrupção no PSDB, preparando terreno para a candidatura presidencial dele em 2022.
Seguindo as diretrizes da cúpula nacional, o diretório paulista da sigla, chefiado por Marco Vinholi, ligado a Doria, contratou um especialista para desenhar regras próprias. O advogado Fernando Palma, escolhido para a missão, sugeriu o nome "tolerância zero" ao programa.
"Compliance se aprende no amor ou na dor", diz Palma, ressaltando que os tucanos é que tomaram a iniciativa de "fazer o certo porque o certo é certo". Questionado sobre os escândalos que afetaram o partido recentemente, o especialista fala que "várias empresas públicas e privadas tiveram problemas".
Foi com a derrota eleitoral do ano passado como pano de fundo que o PSDB discutiu suas novas regras. Contudo, o código de ética aprovado pelo comando nacional da sigla não afasta de imediato envolvidos em corrupção.
Legendas de variadas posições ideológicas, como PT, PSL, PDT e Podemos, começam a estudar programas na mesma linha. Recorrem a essa grife por diferentes razões: limpar a imagem, evitar novos malfeitos e se reconectar com a sociedade.