Apesar de ser segundo tesoureiro do Aliança pelo Brasil, o trabalho do coronel do Exército é desconhecido por seus colegas de legenda
Por Thiago Bronzatto
Além de ser responsável pela inteligência pessoal do presidente da República, o coronel do Exército Marcelo Costa Câmara ocupa outro cargo estratégico. No fim do ano passado, o militar foi nomeado para ser o segundo tesoureiro do Aliança pelo Brasil, partido que Bolsonaro tenta tirar do papel.
Designado para a função pelo próprio presidente, coronel Câmara é desconhecido até mesmo por seus colegas de partido. VEJA questionou os advogados Karina Kufa e Admar Gonzaga, responsáveis por coordenar a criação do Aliança pelo Brasil, sobre o trabalho do militar. Ninguém soube responder. “Não sei qual é a função dele aqui”, confessa Karina Kufa, que, além de dirigente da sigla, é advogada pessoal de Bolsonaro.
O papel misterioso do coronel do Exército se concentra em duas frentes: ajudar a manter o partido longe de falcatruas e vasculhar a ficha de voluntários. Essa missão faz parte do trabalho de “compliance” realizado no Palácio do Planalto pelo espião de Bolsonaro. “A gente trata de assuntos de referência ao presidente”, justificou Câmara, sem detalhar o seu trabalho.
VEJA revelou em sua atual edição que Bolsonaro nomeou em fevereiro do ano passado um militar para coordenar a sua inteligência pessoal. Como o presidente não confia em órgãos oficiais, porque acha que têm infiltrados, cabe ao coronel Câmara realizar missões pessoais.