Independentemente de ter sido eleito pelo PL tocantinense, o deputado federal Felipe Martins está, praticamente, com as portas fechadas no partido, tanto na esfera estadual quanto nacional. Em outras palavras, Felipe Martins é um corpo estranho na legenda
Por Edson Rodrigues
A defesa de Felipe Martins, “assumida” pelo ex-deputado estadual e pré-candidato a prefeito de Palmas, Eduardo Siqueira Campos, “trancou” de vez a única porta que ainda poderia ser aberta e só evidenciou sua postura de votar contra as orientações do partido na Câmara Federal. Isso significa que não haverá parcela do Fundo Eleitoral do PL destinada aos candidatos apoiados pelo deputado federal.
O Observatório Político de O Paralelo 13 acabou de confirmar com suas fontes em Brasília que o PL não considera Felipe Martins um membro confiável e essa impressão é balizada pelo próprio presidente de honra da legenda, o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro, pelo presidente estadual, senador Eduardo Gomes e pelo presidente metropolitano de Palmas, vice-prefeito André Gomes.
DESTINO CONGELADO
O PL não deve expulsar Felipe Martins dos seus quadros, o que complica ainda mais a situação do deputado federal, cuja imagem política vai “sangrar” até a abertura da “janela” que permitirá ao parlamentar mudar de partido sem o risco de perder o mandato. Até lá, Felipe Martins será mantido no fundo do “congelador” do PL tocantinense e nacional.
Como dizia o saudoso Dr. Brito Miranda “muita coisa acontece até o registro das candidaturas”.
Deputado Felipe Martins foi barrado em carreata de Jair Bolsonaro
Eduardo Siqueira Campos complicou ainda mais a situação de Felipe Martins, ao emitir nota na tarde de terça-feira, 11, para manifestar solidariedade ao deputado federal Filipe Martins (PL), a quem disse considerar um “amigo pessoal” e que foi barrado ao tentar subir no veículo em que estava o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), na sexta-feira, 7, quando foi realizada uma carreta pela Capital. O PL, sigla adversária de Eduardo Siqueira, é presidida no Tocantins pelo senador Eduardo Gomes, que o pré-candidato do Podemos sugeriu, no discurso numa igreja no final de semana, tê-lo traído e a seu pai, o governador Siqueira Campos.
Eduardo Siqueira Campos viu uma motivação política no episódio da carreata de Bolsonaro em palmas, em que Felipe Martins foi impedido de subir no veículo que levou o ex-presidente pelas ruas e avenidas de Palmas. “Reafirmo a minha solidariedade ao deputado Filipe Martins e meu repúdio à tentativa de nacionalizar uma eleição que é municipal”, diz.
O pré-candidato a prefeito alegou “amizade pessoal” como motivação para fazer a defesa do deputado federal Felipe Martins. Só esqueceu que, em momento de pré-campanha e ante uma eleição municipal que será, por si só, polarizada entre direita e esquerda, a fidelidade partidária vale ouro.
Se Felipe Martins não “reza pelo terço” do PL, é direito democrático da legenda isolá-lo em sua desobediência.
Aguardemos as cenas dos próximos capítulos...