O governador Mauro Carlesse – (PHS), acompanhado do presidente da Assembleia Legislativa, Antônio Andrade – (PHS), de técnicos da Ageto, Defesa Civil e Corpo de Bombeiros, esteve em Porto Nacional, na manhã de hoje, 7 de fevereiro, para conhecer de perto os sérios problemas estruturais que inviabilizam o tráfego na ponte que liga a cidade à TO - 255. Na oportunidade o chefe do executivo estadual anunciou a completa interdição da via, argumentando que a decisão foi tomada por precaução até que os serviços topográficos sejam finalizados, para ele levantamento específico sem previsão de conclusão.
Da redação
Segundo Virgílio Azevedo, presidente da Ageto, que fazia parte do grupo de vistoria, será realizada uma perícia na ponte evitando com isso tragédias como a que abalou o País nos últimos dias. O técnico afirmou ainda que serão construídos atracadouros nas duas margens do lago que vão possibilitar a operação de balsas. Conforme adiantou, as localidades ainda serão definidas para que as grandes embarcações possam fazer a travessia, de uma margem a outra do lago. Ele lembrou ainda que há também uma segundo opção, que é fazer o trajeto pela ponte Fernando Henrique Cardoso, que liga o Distrito de Luzimangues a Palmas.
Clima quente e bate boca
O clima esquentou no ambiente quando o prefeito de Porto Nacional, Joaquim Maia, que acompanhou a vistoria apoiado de parte de seu secretariado, abordou o governador incisivo e insistentemente discordando da forma em que a ponte será interditada, argumentando initerruptamente que a ação é intempestiva e que o impacto social e econômico será prejudicial às comunidades ribeirinhas, agricultores, empresários e moradores da margem esquerda do lago. Ele, em tom alterado, pontuou ainda que há um grande grupo de estudantes universitários oriundos de Brejinho de Nazaré e dos distritos de Pinheirópolis e Escola Brasil que necessitam todos os dias de atravessar a ponte para chegar ás salas de aula.
Incomodado com a postura do prefeito de Porto Nacional, o chefe do executivo tocantinense disse que sua responsabilidade é muito grande e o obriga a tomar tal atitude, que para ele é a mais sensata no momento. “Não podemos negligenciar, e é por isso que estamos agindo assim. Após a apresentação de um laudo conclusivo, amparado por levantamentos técnicos, vamos seguir as diretrizes corretas. Não nos restou outra opção”, disse, concluído em seguida: “Acreditamos que o mais brevemente possível possamos reabrir este trafego, mas no momento não há outra alternativa”, ponderou.
O prefeito Joaquim Maia, insatisfeito com a posição do governador Mauro Carlesse, reafirmou sua contrariedade, e novamente defendeu sua tese de que a interdição total da ponte é uma decisão radical, uma ação intempestiva que para ele vai prejudicar significativamente a economia de Porto Nacional e região. Visivelmente constrangido com a insistência do chefe do executivo portuense com suas cobranças, o governador Mauro Carlesse disse em voz ríspida. “O senhor já podia ter entrado nesta luta, que estamos encampando desde que assumimos o Governo do Tocantins, que é buscar soluções para estes problemas. Como prefeito do município o senhor ainda não atuou em nada. Estamos com as balsas paradas e a prefeitura ainda não solucionou a construção dos atracadouros, e só com discurso não vamos a lugar nenhum”, rebateu.
Tom provocador
A secretaria de comunicação do município, Marimar Aiala, que participava da comitiva de Joaquim Maia, interveio na discursão e em tom provocador disse que o ato iria matar a economia do município. Em seguida ela complementou dizendo que o governador veio a Porto Nacional e não discutiu com o prefeito os caminhos alternativas mais brandos que pudessem abrandar o sofrimento das coletividades atingidas. Finalizando ela afirmou ainda que o ato era um desrespeito para com o chefe do executivo portuense. O governador Mauro Carlesse de imediato rebateu a auxiliar do prefeito: “Minha senhora, já se passaram mais de 10 anos que estes problemas atingem esta ponte e eu, como governador, nestes pouco tempo estou trabalhando para resolver, para construir uma nova ponte, mas é preciso que as autoridades municipais constituídas também assumam suas responsabilidades. Estou fazendo o melhor para o município, pois vou construir uma nova ponte e se esta cair e houver vítimas o culpado não será o prefeito, o culpado será o governador ”, disse.
Esta ponte, que liga a cidade de Porto Nacional à TO-255, tem deixado há anos os motoristas com medo da travessia. Isso por que a obra já tem mais de 40 anos e, por causa das condições, já teve o tráfego de caminhões reduzido.
Desde que foi parcialmente interditada, em setembro de 2011, o trajeto é considerado perigoso.
Em 2014, foi aberto um processo licitatório para a construção de uma nova ponte. A empresa vencedora está inviabilizada por insolúveis demandas judicias. Assim posto, o governador Mauro Carlesse adiantou à nossa reportagem que vai abrir uma nova licitação para a execução desta grande obra que é um importante elo de ligação viária que indiscutivelmente fortalece da economia de toda uma região.