Por Edson Rodrigues
O núcleo duro do governo Michel Temer fez chegar ao ministro Gilberto Kassab, bem como aos seus correligionários, principalmente aos deputados federais sob seu comando, um recado seco e direto: “ caso eles não sigam, favoravelmente, o governo nas votações da PEC do Teto, no segundo turno na Câmara Federal, tanto Kassab quanto os seus indicados com cargos no segundo e terceiro escalões do governo perderão seus cargos de forma imediata e irreversível”.
O Palácio do Planalto já mapeou os membros de outras legendas que votaram contra a PEC do Teto no primeiro turno. No Tocantins a deputada Dorinha Seabra (DEM) é a primeira enquadrada, pois votou contra a proposta do governo, mesmo contra a orientação do seu partido, e já faz parte da lista dos que estão sendo monitorados por uma força-tarefa palaciana, que colocará a guilhotina em ação tão logo seja dado o sinal verde pelo presidente da República.
Kassab já é velho conhecido por sua infidelidade. No governo de Dilma Rousseff, quando foi ministro das Cidades, orientou sua bancada a votar favoravelmente ao impeachment da presidente, e só entregou a carta de demissão após o resultado da votação.
TOCANTINS
O mesmo comportamento pode ser seguido pelo governador Marcelo Miranda, já a partir da próxima semana, após a deflagração do choque de gestão que pode ser anunciado a qualquer momento pelo Palácio Araguaia, que inclui a demissão de milhares de servidores comissionados e terceirizados, bem como a substituição de membros do primeiro ao quinto escalões da equipe de governo. Os que estão ao seu lado devem demonstrar apoio irrestrito à sua decisão e demonstrar isso publicamente, assumindo a responsabilidade e a necessidade das medidas duras a serem tomadas.
Para os analistas políticos, o governador Marcelo Miranda “vai por ordem na casa”. Em outras palavras, aqueles que acordam parte do governo e dormem membros das oposição terão que, enfim, revelar suas reais posições e se enquadrarem 100% ao governo do estado, ou estarão, definitivamente, na RUA.