Candidato rechaçou possibilidade de trazer ex-presidente para seu eventual governo; para Haddad, "possivelmente" petistas enriqueceram ilicitamente
Por iG São Paulo
O candidato do PT à Presidência da República, Fernando Haddad , declinou da possibilidade de trazer a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) para sua equipe de governo em caso de vitória na eleição. Haddad foge de Dilma sob o argumento de que admira o modelo americano, em que ex-presidentes "contribuem com o país de outro modo" após deixarem a chefia do Executivo.
Em sabatina realizada nesta terça-feira (23) por jornalistas de O Globo , Extra , Época e Valor Econômico , Haddad foge de Dilma , mas evita adiantar nomes certos para sua eventual equipe ministerial. Para comandar a economia do País, o candidato disse apenas que deseja ter em sua equiope "alguém ligado à produção e à geração de emprego".
O petista também voltou a atacar seu adversário no segundo turno, Jair Bolsonaro (PSL), e reforçou que a eleição do ex-capitão do Exército representa "ameaça à democracia" .
"Por trás do Bolsonaro tem pessoas que não tem nenhum compromisso democrático. Eu fico com medo de ter um vice torturador", disse Haddad, citando declaração do cantor Geraldo Azevedo acusando o general Mourão (PRTB), vice na chapa de Bolsonaro, de tê-lo torturado durante a ditadura.
Fernando Haddad foge de Dilma e escolhe JK em vez de Lula como "ídolo da história do Brasil"
A sabatina desta manhã é a segunda do candidato em poucas horas. Na noite dessa segunda-feira (22), Haddad também foi submetido a uma saraivada de perguntas no programa Roda Viva, da TV Cultura , onde o ex-ministro defendeu a "punição exemplar" a petistas que tenham enriquecido ilicitamente na política. "Houve crime? Na minha opinião, provavelmente, sim", analisou.
"Certamente teve pessoas que usaram o financiamento de caixa dois, financiamento ilegal de campanha, para enriquecer. São dois crimes: financiamento de caixa dois e o enriquecimento, que ainda é mais grave. Por isso, tem uma pena maior. Acredito que teve gente que se valeu disso para enriquecer. Sou a favor da punição exemplar para essas pessoas", afirmou o candidato.
Também no programa da TV Cultura , o candidato citou o ex-presidente Juscelino Kubitschek (1956-1961) como seu "ídolo na história do Brasil", ignorando seu padrinho político e líder petista, Luiz Inácio Lula da Silva.
Já na sabatina realizada nesta manhã, o candidato explicou que não mencionou o nome de Lula porque não considera correto elevar uma pessoa viva a essa categoria – argumento similar ao usado na resposta em que Haddad foge de Dilma Rousseff.