Mais uma vez o nome do senador tocantinense Irajá Abreu, mais conhecido pela mídia nacional como “Irajá Silvestre”, tem seu nome envolvido em um caso que nada tem a ver com política, mas com a polícia, envolvendo uma mulher como acusadora.
Por Edson Rodrigues
Desta vez não é uma “modelo de São Paulo”, como a mídia tratou o caso ocorrido em novembro de 2020, mas uma tocantinense, conhecida nas redes sociais, cujos pais são vivos, cidadãos do Tocantins, moradores do Tocantins, pagadores de impostos no Tocantins e que, de uma forma ou de outra, têm familiares e amigos que podem propagar, indefinidamente, a imagem do jovem senador da República, que fica cada vez mais abalada com tantas denúncias, tantos casos de cunho policial, sempre envolvendo seus relacionamentos com mulheres.
O caso em questão é de uma ex-funcionária do próprio Irajá, que ganhou a mídia nacional ao denunciar o senador de assédio moral, por tê-la pressionado para abortar um filho que seria fruto do relacionamento entre os dois.
A história – um tanto nebulosa, diga-se de passagem – é de que Irajá teria contratado a moça para trabalhar para ele – não se sabe se em Brasília ou no Tocantins – com o único intuito de se aproximar. Ato contínuo, segundo a moça, depois de muita insistência, o relacionamento se configurou e a moça engravidou.
A partir daí, segundo o depoimento da suposta vítima à mídia nacional, o relacionamento desandou, com a insistência do senador para que ela abortasse a criança que trazia no ventre, sob custas do parlamentar e, depois da descoberta da gravidez pelos pais da acusadora, culminou com a demissão da funcionária e a realização de um exame de DNA para a comprovação da paternidade.
Maria Eduarda Fermino, influenciadora | Foto: Arquivo pessoal
Irajá Abreu é pai de quatro filhos. Teve duas filhas com uma odontóloga, com quem foi casado e cujo atual marido é assessor parlamentar no gabinete da senadora Kátia Abreu, mãe do senador Irajá. Houve um terceiro filho com uma namorada, com o qual não mantém nenhum contato e, agora, há a possibilidade de um quarto filho – o exame de DNA ainda não teve o resultado divulgado.
NAMORADOR
Não resta dúvida de que Irajá Abreu é um namorador inato, tendo seus relacionamentos acompanhados e divulgados pela mídia após ter se tornado um dos membros do Senado Federal.
Mas, será que Irajá Abreu é uma vítima fácil de alpinistas sociais, a ponto de ter seu nome envolvido em escândalos tais, ou seria ele um “macho alfa” ou um “predador”, como são chamados os indivíduos que elaboram e cometem seus crimes a partir da identificação da fragilidade de suas vítimas?
Não é possível que uma pessoa que se elege e cumpre os deveres do cargo de Senador da República, se coloque como uma pessoa ingênua, desavisada dos perigos que circundam aqueles que se destacam em suas carreiras.
Muitas tentativas de oportunismo sexual têm se tornado públicas, ante a vida pública dos envolvidos e a voracidade de fama, dinheiro ou poder, dos que cercam os bem-sucedidos. Mas, neste caso em questão, há um ponto a ser ponderado, que é o da imagem da suposta vítima, uma mulher simples, bonita, atraída para o convívio com o poder – contratação para trabalhar com um senador – e usada como objeto sexual e descartada após o primeiro desencanto.
O certo é que há muito a se investigar e muito a se explicar neste caso.
O Paralelo 13 não vai divulgar o nome da acusadora – nem seria preciso, pois o caso corre à solta nas redes sociais e na imprensa nacional – por se tratar de uma cidadã tocantinense, seu filho, sua família e seus amigos. Mas, não podemos nos furtar de pedir que as investigações sejam rápidas e transparentes pois, caso as acusações se confirmem, a credibilidade do senador Irajá Abreu sofrerá um imenso revés e, caso não se confirmem, estaremos diante de mais um caso de alpinismo social, mediante falsas acusações e falso depoimento à polícia.
A literatura moderna nos traz a história de Dr. Jeckyll e Mr. Hyde, ou “o médico e o monstro”, como o romance que virou filme ficou conhecido no Brasil, em que, de dia, o personagem era um médico talentoso, habilidoso e caridoso, mas, de noite, se transformava em um monstro assassino. Duas personalidades em uma mesma pessoa que, no fim, acaba se suicidando ante a incerteza de qual das duas era sua real face.
Pode-se dizer que a primeira grande tarefa que o pai pode desempenhar é a de proporcionar um ambiente seguro e acolhedor para a existência da dupla mãe e bebê. Estar em harmonia com a mãe ou com a pessoa que ajuda a desempenhar a função de criar um filho é uma maneira de apartar as angustias inerentes a esse papel, tendo total influência na formação do caráter, valores e princípios do filho.
Caso tudo o que a mídia trouxe à tona relativo ao caso se comprove, ficará claro que o senador tocantinense é, na verdade, o Mr. Hyde, a face oculta de um homem de bem e, o suicídio literal do romance do autor escocês Robert Louis Stevenson, pode se transformar em um figurativo “suicídio político”.
Oremos!