O governador em exercício, Wanderlei Barbosa tem pela frente um dos seus maiores desafios de seus mais de 30 anos de vida pública: governar o Tocantins para os tocantinenses, seus irmão genuínos, desde os que escolheram o Estado como porto seguro até os que aqui nasceram, após a criação, em 1988.
Por Edson Rodrigues
Na verdade, por enquanto, Wanderlei se encontra em “lua de mel” com o poder e, a partir de janeiro, inicia-se o ano eleitoral, um ano em que o povo tocantinenses estará com a pandemia de Covid-19, que ceifou mais de 600 vidas no Tocantins, na sua memória recente, com todos os reflexos que isso trouxe para a economia.
Não há nada a reclamar da atuação dos Poderes Executivos estadual e municipal, muito menos dos representantes no Congresso e na Assembleia Legislativa, que se uniram e se desdobraram em esforços, combatendo juntos a Covid-19 e seus muitos efeitos colaterais.
Logo, janeiro de 2022 passa a marcar, também o ano do início da reconstrução da economia tocantinense, da geração de empregos, das decisões acerca das prioridades estruturais do governo do Estado, que definirão o estilo de Wanderlei Barbosa em conduzir os destinos do Tocantins, com um orçamento novo, aprovado na Assembleia Legislativa, com o qual poderá imprimir a sua marca e definir o tamanho de sua gestão.
As experiências passadas mostram que um ajuste na equipe de auxiliares sempre dá um ânimo novo no funcionamento da máquina administrativas, mas, sempre, tomando muito cuidado com os paraquedistas de plantão, geralmente “enfiados goela abaixo”. Um desses oportunistas já não encontrou as mesmas facilidades dos governos anteriores. Outro, foi “empurrado” para a presidir uma instituição arrecadadora, muito importante para o Estado, ressaltando que não há nada contra se ter pessoas capacitadas nos lugares que lhes cabem, onde podem contribuir.
Porém, é preciso lembrar que o Tocantins tem um ótimo quadro de pessoas qualificadas, competentes e sérias, probas, capacitadas para assumir qualquer função, de secretário a presidente de autarquias, inclusive servidores de carreira, com residência fixa em território tocantinense.
Trazemos na memória péssimos exemplos negativos de atuações de paraquedistas, como no Igeprev, onde esses oportunistas fizeram misérias com os recursos do órgão, com compra de casas no estado do Rio de Janeiro, sociedade em churrascaria em Brasília, investimentos em construtoras, em salas comerciais no Distrito Federal e, hotéis em Belo Horizonte que, até hoje, não saíram do papel. Uma verdadeira lavagem de dinheiro com os recursos que se encontravam aplicados em bancos oficiais, bilhões de reais, queimados por pessoas que nunca tiveram a intenção, sequer, de um dia, morar no Tocantins, habitando os hotéis de luxo da Capital enquanto duram suas mamatas.
Wanderlei Barbosa, até aqui, tem tomado decisões importantíssimas, que indicam que fará diferente – e melhor –, como a quitação de um parcelamento junto ao Igeprev, o pagamento de direitos e progressões ao funcionalismo público, os repasses de recursos do Estado aos 139 municípios, a liberação de boa parte das emendas impositivas que estavam represadas, ordenou o destravamento da realização de centenas de cirurgias no sistema público de saúde, algumas delas em parceria com a rede privada, tirando pacientes de uma fila que já durava dois anos.
Wanderlei já quitou o décimo terceiro dos servidores públicos e já tem garantido os recursos para o pagamento do mês de dezembro.
Não se deve esquecer que essa disponibilidade de recursos foi herdada da gestão passada, que equilibrou as finanças do Estado, mas que não pretendia utilizar esses recursos de forma tão acertada como está fazendo Wanderlei Barbosa. Os desvios de finalidade na gestão passada, apontados na decisão do afastamento de Mauro Carlesse pelo Pleno do STJ, fatalmente inclui a destinação que seria dada a esses recursos.
Portanto, ficam aqui as nossas considerações: muito, mas muito cuidado, governador Wanderlei Barbosa, com os oportunistas e paraquedistas que são atraídos para o Tocantins sempre que há um novo governo em formação.
Neste momento, o primeiro governador genuinamente tocantinense carrega com si o peso de não poder errar, pois grandes desafios estão por vir em 2022.
Boas festas e boa sorte!