Juiz mantém executivos e ex-diretor da Petrobras na cadeia

Posted On Quarta, 19 Novembro 2014 05:27
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O juiz também determinou a quebra do sigilo bancário de 16 investigados e de três empresas.

 

O juiz federal Sérgio Moro, responsável pelas investigações da Operação Lava Jato, determinou hoje que as prisões de executivos ligados às empreiteiras Camargo Correa, OAS e UTC sejam transformadas em detenções preventivas. Determinação idêntica atingiu Renato Duque, ex-diretor da estatal.

Permanecem em regime de prisão preventiva: Eduardo Hermelino Leite, diretor-vice-presidente da Camargo Corrêa; José Ricardo Nogueira Breghirolli, funcionário da Construtora OAS; Agenor Franklin Magalhães Medeiros, diretor-presidente da Área Internacional da OAS; Sérgio Cunha Mendes, diretor-vice-presidente da Mendes Júnior; Gerson de Mello Almada, presidente da Engevix; e Erton Medeiros Fonseca, diretor-presidente da Divisão de Engenharia Industrial da Galvão Engenharia.

O magistrado mandou soltar os executivos Ildefonso Colares Filho, Othon Zanóide de Moraes Filho e Valdir Lima Carreiro (ligados à Queiroz Galvão e UTC); Alexandre Portela Barbosa (OAS); Valdir Lima Carrero, (IESA Óleo e Gás); Carlos Eduardo Strauch Albero, diretor da Engevix; Newton Prado Junior, diretor da Engevix; Ednaldo Alves da Silva ( UTC); Otto Garrido Sparenberg (IESA Óleo e Gás); Walmir Pinheiro Santana (UTC Participações); e Carlos Alberto da Costa Silva (OAS).

 

Também será libertado o agente policial Jayme Alves de Oliveira Filho, que prestava serviços ao doleiro Alberto Youssef. Eles, no entanto, estão proibidos de deixar o país e deverão entregar seus passaportes.

 

Na decisão, o juiz federal sergio moro converteu as prisões temporárias em preventivas para os suspeitos:

- Renato Duque, ex-diretor de engenharia e serviços da Petrobras;

- Ricardo Ribeiro Pessoa, da UTC;

- José Aldemário Pinheiro Filho e Mateus Coutinho de Sá Oliveira, da OAS;

- João Ricardo Auler e Dalton Santos Avancini, da Camargo Côrrea.

O juiz também determinou a quebra do sigilo bancário de 16 investigados e de três empresas. Nos depoimentos de terça-feira (18), na Polícia Federal, as principais revelações partiram de empresários cujas empresas têm contratos com a Petrobras.

O diretor da construtora Mendes Junior, Sergio Cunha Mendes, foi um dos suspeitos que prestaram depoimento na terça (18) na sede da Polícia Federal de Curitiba. De acordo com o advogado, o empresário admitiu aos delegados da Operação Lava Jato ter pago R$ 8 milhões em propina para o doleiro Alberto Youssef.

"Foi pressionado por eles para fazer o pagamento, sob pena dos contratos mantidos com a empresa e futuros não terem andamento. Em razão dessa extorsão, eles fizeram um único pagamento para as empresas do Alberto Youssef. O valor total foi R$ 8 milhões para as empresas do Alberto Youssef, por exigência deles, por indicacao do Paulo Roberto Costa, que foi a pessoa que mandou o Youssef procurá-lo. O pagamento foi feito mediante depósito na conta das empresas do Alberto Youssef", afirma o advogado Marcelo Leonardo.

Em outro depoimento, o diretor da Galvão Engenharia, Erton Medeiros Fonseca, também confirmou o pagamento de propina. O advogado dele disse que o empresário foi vítima de extorsão.

 

Justificativas

A prisão preventiva de Renato Duque, relata o juiz Sergio Moro, é justificada pelo fato de Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef terem declarado que o esquema criminoso de desvio de recursos e lavagem de dinheiro atingia a Diretoria de Serviços, que já foi ocupada pelo apadrinhado de José Dirceu. Em acordo de delação premiada, Augusto Ribeiro de Mendonça Neto e Júlio Gerin de Almeida Camargo, da empresa Toyo Setal, deram detalhes sobre o pagamento de propina a Duque por contratos da Petrobras.

Na semana passada, Moro havia decretado prisões preventivas de seis acusados (Eduardo Hermelino Leite, da Construtora Camargo Correa; José Ricardo Nogueira Breghirolli, da OAS; Agenor Franklin Magalhães Medeiros, da OAS; Sergio Cunha Mendes, da Mendes Júnior; Gerson de Mello Almada, da Engevix; e Erton Medeiros Fonseca, da Galvão Engenharia) e a detenção temporária de outros dezenove acusados.

Em seu despacho, o juiz responsável pelo processo da Operação Lava Jato afirma que as prisões preventivas não devem ser utilizadas como regra, mas são justificáveis no caso do petrolão por conta da “empreitada delituosa formada para sangrar os cofres da Petrobras e superfaturar contratos de obras da maior empresa do país". Segundo as investigações da Lava Jato, há indícios de formação do cartel das empreiteiras, fraude em licitações, lavagem de dinheiro, pagamento de propina e falsificação de documentos. Em acordos de delação premiada, parlamentares também foram citados como integrantes do esquema, mas os nomes deles não foram revelados porque o caso precisa tramitar necessariamente no Supremo Tribunal Federal (STF).

Com informações de Agências