Por Edson Rodrigues
Apesar de, como demonstrado em nosso “Olho no Olho” mais recente, o deputado estadual Júnior Geo ter “cochilado de botas” no processo de incorporação do seu partido original, o PSC, pelo Podemos – agora seu partido atual – o pré-candidato à prefeitura de Palmas busca, via judicial, junto ao tribunal Regional Eleitoral, sua desfiliação do Podemos por “justa causa”, único enquadramento de pedidos assim que pode resultar em deferimento pelo órgão eleitoral.
As razões apresentadas por Geo ao TRE estão contidas em dois documentos aos quais o Observatório Político teve acesso, são duas: “discriminação” dentro do Podemos, uma vez que se sente alijado das decisões políticas da nova legenda, que descumpre a composição acertada no ato da incorporação, de 55% de representatividade para membros do próprio Podemos e 45% para os membros do extinto PSC. O deputado estadual alega que por ser o único quadro do PSC com cargo eletivo nas esferas estadual e federal, pelo Tocantins, deveria ser considerado uma “liderança natural” do partido e ter participado de todos os atos políticos desde a incorporação. Fato que não aconteceu – nem acontece. A outra razão é a discrepância entre os programas partidários das duas legendas, onde o deputado estadual diz se incluir no que diz o estatuto do PSC, partido pelo qual foi eleito, e não no do Podemos.
Até agora, a única movimentação desse pedido de desfiliação, dentro do TRE, foi a dificuldade que os oficiais de Justiça têm encontrado para intimar Tiago Dimas, presidente estadual do podemos, por conta de inconsistência nos endereços apresentados na petição de Júnior Geo.
LEÃO SEM DENTES
Caso Júnior Geo não consiga êxito em sua ação de desfiliação, e não consiga deixar o Podemos com seu cargo de deputado estadual, esse será o pior cenário possível para o pré-candidato a prefeito de Palmas, que seguirá perdendo espaço político e vendo a sua imagem sangrar junto ao eleitorado.
Isso porque a permanecer no Podemos as chances de Júnior Geo vir a ser o candidato a prefeito são nulas. A incorporação do PSC já veio com o nome do ex-prefeito e ex-deputado estadual Eduardo Siqueira Campos sacramentado com pré-candidato a prefeito, inclusive com a chancela da presidente nacional da legenda, Renata Abreu, e não há nenhuma sinalização do presidente estadual do Podemos, Tiago Dimas, em construir alguma ponte de diálogo.
Sem uma decisão favorável à sua ação junto ao TRE, dificilmente Júnior Geo conseguirá registrar sua candidatura a prefeito e participar das eleições municipais de 2024.
“Leão sem dente” é a expressão usada pelo povo pra descrever os antigos leões de circo, que estavam ali para mostrar serviço, parecer animais selvagens e aumentar a emoção do quadro do domador, mas que, na verdade, eram animais debilitados e sem dentes, sem condições de oferecer perigo.
Foi assim, “leão sem dente”, que algumas pessoas ouvidas pelo Observatório Político de O Paralelo 13 se referiam ao deputado estadual Júnior Geo em relação ás suas pretensões de ser prefeito de Palmas e à sua colocação nas pesquisas de intenção de voto encomendadas ara consumo interno dos partidos no ano de 2023. Apesar de aparecer bem colocado, na quarta posição, na média de todas as pesquisas, Geo, ao que parece, jamais representou perigo aos demais postulantes ao cargo.
Não basta ser leão, precisa ter dentes. Não basta ser Sansão, precisa ter cabelos longos. E não basta querer ser prefeito. Tem que poder estar no páreo para concorrer.
E o deputado estadual não pode afirmar que foi “perseguição política”, pois prazo e oportunidade ele teve, e deixou passar. Agora, depende das diversas instâncias da Justiça, comum e eleitoral, podendo, inclusive, depender do STF, para ter seu sonho de participar da eleição municipal 2024 de Palmas virar realidade.
Enquanto isso, sua figura pública segue sangrando aos olhos do eleitorado.
Em breve voltaremos ao assunto, trazendo novas surpresas políticas que devem “pipocar”, em profusão, após o Carnaval.
Aguardem...