O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), disse nesta quinta-feira (24) a representantes da área da saúde que o governo precisa convencer a população sobre a eficácia das vacinas. Ele afirmou que vai cobrar de lideranças evangélicas apoio às campanhas de vacinação e que pode responsabilizar as igrejas por mortes.
POR RAQUEL LOPES E MATEUS VARGAS
"Eu pretendo procurar várias igrejas evangélicas e discutir com o chefe delas: 'Olha, qual é o comportamento de vocês nessa questão das vacinas?'", disse Lula. "Ou vamos responsabilizar vocês pela morte das pessoas", afirmou ainda.
Na mesma reunião, o presidente eleito disse que os primeiros cem dias de seu governo terão como foco a recuperação do PNI (Programa Nacional de Imunizações), o aumento da cobertura vacinal e a restauração da confiança da população, que, segundo ele, foi afetada por fake news sobre o tema.
A fala ocorreu em reunião fechada da equipe de saúde do governo de transição com representantes de várias áreas da saúde. O encontro se deu em formato híbrido e teve a participação de Lula por videoconferência.
"Vamos ter de agora pegar muita gente que combateu a vacina que vai ter de pedir desculpa", disse Lula.
Durante a reunião, o presidente eleito disse ainda que os representantes devem apresentar as melhores propostas para a área porque ele quer o que há de mais eficaz para o povo brasileiro, prometendo que não faltará recurso para a área.
"O governo federal não pode somente reclamar da falta de recursos para a saúde, nosso trabalho será encontrar esses recursos e investir no SUS, em especial no resgate do Programa Nacional de Imunização para retomar a confiança da população nas vacinas", disse Lula durante a reunião.
A equipe de transição também já sinalizou para representantes da saúde que irá recompor o orçamento da pasta. Por causa do teto de gastos, há uma defasagem de aproximadamente R$ 22 bilhões do que deveria ser o orçamento da saúde para 2023.
Lula disse aos participantes da reunião que deve começar a escolher "nos próximos dias" os ministros do futuro governo.