Por Larissa Calixto
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), criticou a falta de transparência do Ministério da Saúde na divulgação dos dados sobre o avanço da covid-19 no país. "Brincar com morte é perverso. Ao alterar os números, o Ministério da Saúde tapa o sol com a peneira", afirmou o presidente da Câmara em postagem no Twitter durante a madrugada (8).
Na noite da última sexta-feira (5), a pasta informou que o boletim com a atualização diária dos números de covid-19 no Brasil passarão a ser divulgados às 22 horas. Até então o boletim era divulgado às 19 horas.
Além disso, na semana passada Carlos Wizard, que assumiria a Secretaria de de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, afirmou em entrevista que a contagem de casos e de óbitos seria revista. Ele acusou governadores e prefeitos de inflarem números. A declaração foi alvo de fortes críticas. Na noite de domingo (7) Wizard anunciou que não assumirá mais o cargo e pediu desculpas pela declaração.
O presidente da Câmara replicou uma matéria do portal de notícias G1 que fala sobre a divergência nos dados divulgados pelo ministério. Maia defendeu urgência para resgatar a credibilidade do balanço do governo. Segundo ele, essa atitude "cria um mundo paralelo para não enfrentar a realidade dos fatos".
Brincar com a morte é perverso. Ao alterar os números, o Ministério da Saúde tapa o sol com a peneira. É urgente resgatar a credibilidade das estatísticas. Um ministério que tortura números cria um mundo paralelo para não enfrentar a realidade dos fatos. https://g1.globo.com/bemestar/coronavirus/noticia/2020/06/07/ministerio-divulga-dados-divergentes-de-casos-e-de-mortes-sobre-coronavirus.ghtml …
Ministério divulga dados divergentes de casos e de mortes sobre coronavírus
O primeiro balanço do ministério apontava para 1.382 novas mortes. O segundo, no entanto, divulgado na página oficial do governo, informava para 525 óbitos.
Em outro post Maia informa que a Câmara vai se debruçar sobre as estatísticas. Ele cobrou mais uma vez do Ministério da Saúde que respeite o povo brasileiro, dando transparência aos números da doença.