“Se não sabes o que é prolixo, suas palavras podem ir pro lixo”
ELANDRUDA
Por Edson Rodrigues
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Mais (DEM), começou a sentir que está ficando isolado na própria cúpula nacional da sua legenda, após agir de forma autônoma em seu mandato na Casa de Leis, sem prestigiar os membros da Executiva Nacional em nenhum momento, mostrando estar preocupado apenas consigo mesmo e seus interesses pessoais e políticos.
Após decidir eleger um sucessor no comando da Câmara que faça a mesma oposição velada que fez ao governo de Jair Bolsonaro, Maia, agora vê o próprio presidente nacional do DEM, ACM Neto afirmar que o partido “não iria fuzilar quem não votar em Baleia Rossi” e vários deputados federais do DEM baiano declararem apoio ao candidato do Palácio do Planalto, Arthur Lira.
A mensagem de ACM Neto, presidente nacional do DEM é clara: os deputados federais da legenda estão livres para votar em quem quiser.
ACM Neto, presidente nacional do DEM
Maia reagiu à declaração de ACM, afirmando em uma reunião fechada, ocorrida nesta terça-feira (26), se não houver união em torno de Baleia Rossi (MDB-SP), o DEM corre o risco de ganhar um apelido dado ao PT no passado, o "partido da boquinha".
A declaração de maia desagradou até aos seus aliados mais próximos, e pode resultar em mais perda de votos para Baleia Rossi.
A DISPUTA
A disputa pela presidência da Câmara tem movimentado intensamente o mundo político, pois o resultado do próximo dia 1º terá o poder de moldar de forma expressiva o cenário político futuro.
Além de definir qual é a pauta de votações, o presidente da Câmara é o segundo na linha sucessória da Presidência da República e, entre seus poderes, tem nas mãos a responsabilidade de definir monocraticamente se dá ou não sequência a um pedido de impeachment contra o chefe do Executivo —há, hoje, 56 deles aguardando análise.
Maia irá encerrar um período de quatro anos e meio como presidente da Câmara, tendo derrotado o centrão em duas das três eleições de que participou. Na última ele teve o apoio do grupo.
Atualmente, o deputado tem adotado uma linha de forte oposição a Bolsonaro. Caso Lira vença, o presidente da República terá, pelo menos nesse início, um aliado no comando da Câmara.
AOS DESAVISADOS
Enquanto em Brasília Maia e o Palácio do Planalto ficam cuidando dos acordos e articulações, no interior do País os sentimentos da militância, de ambas as partes fica cada vez mais aflorado, com casos que chegam às vias de fato
Esses apoiadores, seguidores e correligionários de Maia e de Bolsonaro precisam acordar, pois eleição na Câmara e no Senado só é “acirrada” nos bastidores. Depois do resultado das votações, uma grande “borracha” apaga tudo o que houve de desavença, de briga e de discussão, como se nada tivesse acontecido. Algo bem parecido com o que acontece na nossa Capital da Cultura, Porto Nacional, onde, dia desses, Otoniel Andrade foi visto conversando, amistosa e tranquilamente com seus oposicionistas nas últimas eleições municipais.
O nome disso é Democracia!