Ex-ministro da Fazenda era voluntário do grupo técnico de Planejamento, Orçamento e Gestão
Por: Nathalia Fruet e Milena Teixeira
O ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou nesta 5ª feira (17.nov) que não integra mais a equipe de transição do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) da qual participava como voluntário. Mantega participava do grupo técnico responsável pelas áreas de Planejamento, Orçamento e Gestão.
A informação divulgada pelo jornal Folha de S.Paulo foi confirmada ao SBT News pela equipe de transição do petista. Em carta enviada ao vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB), que coordena os trabalhos de transição do novo governo, Mantega afirmou que pediu afastamento da equipe depois que adversários políticos tentarem "tumultuar" e "criar dificuldades para o novo governo".
Mantega não recebia salário na equipe de transição e atuava com voluntário. Além disso, o ex-ministro está inabilitado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) a exercer cargo em comissão ou função de confiança na administração pública federal devido à participação em supostas pedaladas fiscais entre 2013 e 2014, durante o governo de Dilma Rousseff (PT). As críticas em torno dessa condição foram exploradas por adversários, o que irritou Mantega.
"Em face de um procedimento administrativo do TCU, que me responsabilizou indevidamente, enquanto ministro da Fazenda, por praticar a suposta postergação de despesas no ano de 2014, as chamadas pedaladas fiscais, aceitei trabalhar na equipe como colaborador não remunerado, sem cargo público, para não contrariar a decisão que me impedia de exercer funções públicas por 8 anos. Mesmo assim essa minha condição estava sendo explorada pelos adversários, interessados em tumultuar a transição e criar dificuldades para o novo governo", disse o ex-ministro no comunicado endereçado à Alckmin.
Mantega ainda escreve que espera um novo posicionamento do TCU. "Estou confiante de que a justiça vai reparar esse equívoco, que manchou minha reputação", disse na carta de desligamento. Guido mantega foi o ministro da Fazenda mais longevo da história. Ele assumiu a pasta em março de 2006, no governo de Lula, e permaneceu no comando da Fazenda até 2014, no governo Dilma.