MDB TENTA RESSURGIR DAS CINZAS NAS ELEIÇÕES MUNICIPAIS DE 2024

Posted On Segunda, 05 Junho 2023 08:30
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O MDB, que já foi o maior partido do Estado, combatido, apenas com o conglomerado de legendas que compunham a União do Tocantins, à época do ex-governador Siqueira Campos, chega em 2023 mergulhado no pior momento de decadência política da sua história no Tocantins. Não há um culpado exclusivo por essa situação. A “conta” deve ser dividida entre todos os emedebistas, principalmente os históricos, com raríssimas exceções, o que levou o tradicional partido a uma insignificância política, na atualidade, próxima à de partidos nanicos e sem representatividade.

 

Por Edson Rodrigues

 

Essa é uma situação que diverge da importância histórica do MDB no Tocantins, em que deixou vários e vários exemplos de boas ações e administrações, como nos governos de Moisés Avelino, uma das reservas vivas da política tocantinense, que além de governador foi prefeito de Paraíso e deputado federal, com longa lista de serviços prestados ao povo, de Marcelo Miranda, que é o atual presidente estadual do MDB, que encheu os olhos da população com ações sociais e governos desenvolvimentistas.

 

Só isso já seria suficiente para colocar o MDB entre os principais partidos da história do Tocantins, com uma folha de serviços prestados que abrange, diretamente, os 139 municípios, justamente após o papel preponderante da legenda na própria Constituinte que resultou na criação do Estado, em 1988, comandada pelo saudoso Ulysses Guimarães, um dos maiores estadistas da política nacional.

 

Desde então, o Tocantins elegeu dezenas e dezenas de prefeitos, centenas de vereadores, deputados estaduais e federais do MDB, assim como outros tantos quadros do partido ocuparam com galhardia secretarias de governo, deixando seu DNA na história política, social e econômica do Estado, alguns que já foram morar com Deus, como Eudoro Pedrosa, Josino Guerra, o Comandante Jacinto Nunes, um dos fundadores do MDB  o Tocantins, que foi deputado estadual pela legenda ainda nos tempos de Goiás e o deputado estadual Jaime Farias, autor da Lei de emancipação do município de Paraíso do Tocantins, que marcaram época nos municípios, nos parlamentos e no governo do Estado.

 

DIFÍCIL RECUPERAÇÃO

Marcelo Miranda e Elenil da Penha, presidente e vice do Movimento Democrático Brasileiro no Tocantins (Foto: Divulgação/MDB)

 

A verdade é que o MDB do Tocantins dificilmente vai conseguir alcançar o status que tinha no passado recente da história do nosso Estado.

 

Soba presidência, atual, do ex-governador Marcelo Miranda, o partido “virou pó” nas eleições estaduais de 2022, sem eleger sequer um deputado estadual, muito menos um federal, perdendo seus últimos assentos nos parlamentos onde atuou de forma tão contundente no passado. Seu patrimônio político, hoje, se limita aos cargos alcançados nos municípios que abrigam retransmissoras de TV e emissoras de rádio, e seu, ainda considerável, tempo de inserções na mídia.

 

O Fundo Partidário, que poderia dar algum alento aos candidatos que lançarem seus nomes pelo partido em 2024, dificilmente virá para o Tocantins por conta da pífia representatividade política atual, sem representantes na Câmara Federal e na Assembleia Legislativa. Em termos de números eleitorais, sim, talvez até venham recursos, mas apenas migalhas, se comparado ao que a legenda receberá em outros estados.

 

Isso significa que as pessoas que pretendem se candidatar pelo MDB, terão que contar com recursos vindos de outra fonte para a campanha e, dessa forma, como justificar os gastos, principalmente nos oito maiores colégios eleitorais do Tocantins, uma vez que a Justiça Eleitoral só aceita o Fundo Eleitoral como fonte?

 

DIRETÓRIO METROPOLITANO: TRISTE REALIDADE

Diretório do MDB em convenção ano passado em Palmas

 

A composição do Diretório Metropolitano de Palmas é mais um exemplo de como o MDB está mal no Tocantins. O maior colégio eleitoral do Estado, com mais de 200 mil eleitores, onde haverá, muito provavelmente, a realização de segundo turno, traz uma nova Comissão Provisória do MDB que é um verdadeiro desrespeito com a história do partido no Tocantins.

 

Não se sabe quais foram os critérios de escolha, mas, independentemente de os nomes serem de pessoas fichas-limpas, de boa índole, todos são totalmente desconhecidos do metiê político da Capital, sem nenhum potencial de liderança.

 

Edivaldo Araújo de Castro, presidente da Comissão Provisória do MDB de Palmas

 

A esperança do MDB em Palmas mora na recente filiação de Ataídes Oliveira, ex-senador, empresário bem-sucedido e ficha-limpa. A ideia é que Ataídes seja o candidato da legenda à prefeitura de Palmas, pois tem estrutura pessoal para bancar sua postulação. A questão é a sua representatividade política, que ainda precisa ser conquistada e, com a atual composição da Comissão Provisória, fica difícil saber quais dos seus componentes têm experiência e capacidade para se reunir com os dirigentes de outros partidos e firmar compromissos, pactos ou parcerias.

 

OCASO

 

O partido que, no passado, fortaleceu a democracia e marcou época lutando o bom combate democrático em solo tocantinense, alcançando o governo do Estado e a maioria dos cargos eletivos por diversos mandatos, atuando como oposição inteligente e atenta quando esteve fora do poder, infelizmente corre o risco de se ver, tristemente, em seu ocaso, sem representatividade e rumo ao desaparecimento do cenário político tocantinense.

 

O Observatório Político de O Paralelo 13 faz esta análise política, justamente, por reconhecer a importância do MDB no passado político do Tocantins, com homens e mulheres que fizeram muito pelo Estado e pelos seus 139 municípios, e para fazer um alerta aos seus quadros, sobre o risco do partido, simplesmente, evaporar nas eleições municipais do ano que vem.

 

O mês de abril está aí, data da janela para que os vereadores possam mudar de partido sem perder o mandato, sem contar com os prefeitos, que são detentores dos seus cargos e, filiados, ainda ao MDB, podem sair da legenda quando bem entenderem.

 

E o clima, no partido, é de “o último que sair, apaga a luz”.

 

Quem avisa amigo é!