Em encontro com representantes do setor, presidente disse que "uma força sobrenatural" o levou a vencer o pleito em 2018
Por Isadora Duarte
Em um jantar com produtores rurais, empresários do agronegócio, lideranças do setor e parlamentares ruralistas, o presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) disse que não se pode aceitar um “golpe”.
“Sabemos o quanto está ameaçada a nossa liberdade, a liberdade de se expressar. Temos assistido com preocupação certas decisões que não condizem com o estado democrático de direito. Ninguém aqui quer dar golpe. Nós não podemos aceitar um golpe. Sabemos que a vontade popular tem de ser respeitada. Podem ter certeza que juramos dar a vida pela nossa liberdade”, afirmou Bolsonaro, conforme áudio obtido pelo Estadão/Broadcast.
As declarações foram dadas a uma plateia de cerca de 300 interlocutores do setor produtivo em um evento fechado em uma churrascaria em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba.
Na semana passada, uma operação da Polícia Federal, autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, teve como alvo oito empresários simpatizantes do presidente Jair Bolsonaro, que teriam dito que preferem um golpe à volta do PT. Moraes determinou quebra de sigilo e bloqueio de contras dos empresários.
Logo após mencionar que a “população hoje sabe o que é STF”, disse que não iria ofender nenhum dos Poderes. “Não estamos aqui para ofender qualquer um dos poderes, mas sabemos da verdade, do que alguns querem, do que alguns pretendem mudar no Brasil”, afirmou.
Ainda sobre liberdade, o presidente afirmou que ela está em “jogo” em outubro. “Nós sabemos o que está em jogo em outubro, acima de tudo é a nossa liberdade. Se vocês hoje começarem a empobrecer, mas continuarem com liberdade, vocês recuperarão o que perderam, mas se perderem liberdade perderão tudo, inclusive a dignidade, a família, a propriedade privada, o direito de ir e vir”, afirmou Bolsonaro.
O presidente também disse que se o povo escolher mal seus representantes, o próprio povo sofrerá muito com isso. “Dizem que o poder emana do povo. Não é verdade, a não ser que o povo escolha bem seus representantes. É a luta do bem contra o mal”, apontou.
Bolsonaro voltou a atacar a oposição sobre sua facada durante a eleição em 2018. “Quando eles veem que não podem nos derrotar no voto ou de outra forma, vão para a eliminação do próximo”, disse o presidente, citando o caso de Celso Daniel e a morte de Luiz Eduardo Magalhães por enfarte. “Aos poucos, a história vai aparecendo”, afirmou.