Não precisamos derrubar o País antes da eleição, diz Guedes

Posted On Segunda, 06 Setembro 2021 06:11
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Numa forte defesa do presidente da República, Jair Bolsonaro, o ministro da Economia, Paulo Guedes, enfatizou que é preciso respeitar a atuação dos Três Poderes e evitar exacerbações

 

Com  Estadão Conteúdo

 

"Se poderes ficarem em guerra contra poderes, é um acerto de conta antes da hora marcada", disse ele, durante participação em audiência na Comissão Temporária da Covid-19 do Senado. "A hora marcada são as eleições, que estão chegando em alguns meses", continuou. "Não precisamos derrubar o País antes da eleição."

 

Na avaliação de Guedes, o Brasil vem surpreendendo o mundo com a sua democracia. Principalmente, de acordo com ele, depois de narrativas no Exterior de que o presidente Bolsonaro não manteria um governo democrático em sua gestão. Mais uma vez, ele disse que a democracia brasileira "faz muito barulho", principalmente com a chegada da centro-direta no executivo e no congresso depois de anos com administração de partidos de centro-esquerda.

 

O ministro enfatizou que é preciso cada um dos representantes dos Três Poderes para que as instituições continuem sendo confiáveis. "É importante que haja imparcialidade, uma respeito à lei, se não se acaba descredenciando sua instituição", disse. Sem citar exemplos, enfatizou que "todo mundo que estiver exagerando, está desrespeitando" sua instituição. "Qualquer um que sair das quatro linhas faz algo nocivo, pois as outras (instituições) têm que reagir para manter o equilíbrio entre os poderes", avaliou.

 

O que tem de ser descartado, conforme Guedes, são ações feitas pelos Poderes que tentam enfraquecer os demais. "De vez em quando tem desrespeito à presidência, às vezes, ao Supremo (Tribunal Federal - STF), às vezes ao Congresso", mencionou. "É importante que todos fiquem no seu quadrado, nas quatro linhas", recomendou.

 

CPI da Covid

 

O ministro da Economia rebateu o conteúdo do Relatório Oxford, que apontou falhas na coordenação da crise da pandemia no Brasil, e disse que cabe à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) investigar o destino dos recursos enviados a Estados e municípios pelo governo federal.

 

Ponderou, no entanto, que isso seja feito em outro momento, e não durante o combate aos efeitos do surto, que ainda existem. "Cabe à CPI questionar para onde foi o dinheiro (distribuído pelo Executivo). O Congresso é soberano, mas é preciso que a guerra acabe para que não se desvie atenção", recomendou, durante a participação em audiência na Comissão Temporária da Covid-19 do Senado.

 

Guedes garantiu que o Brasil gastou quase o dobro do que os países emergentes no combate à pandemia e um pouco acima da meta dos países avançados, ficando abaixo da dos Estados Unidos. "Preferimos cuidar das saúde dos brasileiros, transferimos recursos, tivemos desempenho econômico bom e acima de outros países", comparou. "E se na saúde (o resultado) não foi tão bom, é questão da CPI perguntar para onde foi esse dinheiro", continuou acrescentando que, por ser um democrata, pensa que o Congresso é soberano.

 

O ministro reafirmou que não sobe "em cadáveres" para fazer política e sugeriu que, apenas quando a guerra acabar, referindo-se ao combate à pandemia, se distribuam medalhas e punições. "Mas é preciso que a guerra acabe para que não se desvio o foco da atenção. Acho que isso é mais para frente, acho que ainda estamos no combate da pandemia", enfatizou.

 

Atraso nas reformas

 

Guedes disse em participação na Comissão Temporária da Covid-19 do Senado, que é "natural que com esforços da CPI" na Casa haja algum atraso na votação de reformas.

 

A declaração foi dada em resposta ao senador Izalci Lucas (PSDB-DF), que disse que não eram justas as críticas do ministro de que o Senado não tem atuado com celeridade. "Concordo inteiramente com a sua observação de que o Senado nos ajudou muito."

 

Guedes ainda disse que faltou ao governo Fernando Henrique Cardoso (FHC) controlar os gastos. "Aumentou bastante os impostos, não conseguiu crescer muito por isso, mas foi um legítimo governo social democrata."

 

Fonte: Estadão Conteúdo