O Coronavírus e os cegos acastelados

Posted On Quarta, 25 Março 2020 09:19
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O COVID-19, ou Coronavírus, se apresenta como um fenômeno pandêmico que atinge a todos, mas contagiante entre os mais idosos ele foi importado principalmente pela classe mais abastada da sociedade.  Negá-lo é ser irresponsável diante daquilo que ocorre atualmente em todo o mundo. Esse fenômeno que começou como uma ameaça à saúde mundial se transformou em uma ameaça a economia do planeta e virou uma guerra política. Essa é a hora de abrir mão das diferenças partidárias e ideológicas em prol de bem maior, a saúde a vida humana

 

Por Antonio Coelho de Carvalho 

 

Os cegos acastelados

As declarações do presidente Jair Bolsonaro não ajudam no momento. Tampouco a pressão dos governadores por mais dinheiro. Além do dinheiro a sucessão da presidência está claramente em jogo.  Antes mesmo do anuncio pela Organização Mundial de saúde da Pandemia da pandemia do Covid-19, a crise política entre Bolsonaro e governadores era visível. Os acastelados nos governos de São Paulo, João Dória, de São Paulo (PSDB) e Wilson Witzel (PSC) do Rio de Janeiro, estado com mais vítimas do Covid-19, são adversários políticos candidatos à presidência, lembrando que ambos foram eleitos de carona no discurso de Bolsonaro.

 

Eleições de 2020

Recentemente o Ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, lembrou como tem eleições municipal e muitos vem fazendo uso do vírus para se promover, “tem prefeito que toma decisões pensando nas próximas eleições, e a oposições que vai contra as decisões tomadas”. Ele aviltou a possibilidade de se adiar as eleições de prefeitos e vereadores. Seria essa uma forma democrática, de resolver essa pandemia. Ou a democracia tem regras com datas de início e fim de mandatos. Uma verdade ele falou durante essa entrevista: Tá na hora da classe política pensar mais nas próximas gerações, que nas próximas eleições.

 

Bolsonaro e governadores

Ibaneis, Dória e Witzel tomam medidas contra proliferação da infecção por acharem que situação não vem sendo levada a sério, cobram engajamento e irritam Bolsonaro. Witzel foi duramente criticado por Bolsonaro por conta das medidas que tomou:  "Parece que o Rio de Janeiro é outro país. Não é outro país" disse Bolsonaro.  Insatisfeitos com a atuação do Palácio do Planalto diante da crise, e ante à iminência de um colapso, principalmente na rede pública de saúde, por conta da Covid-19, estados têm se antecipado ao Executivo federal e agido por conta própria para tentar combater a expansão da doença. Mas não só isso. Governadores cobram mais celeridade do presidente da República, que, por sua vez, reclama dos chefes estaduais por adotarem “medidas extremas que não competem a eles”.

 

Reação em cadeia

Os governadores preparam reação conjunta a Bolsonaro e mantêm restrições. Devido os pronunciamentos do presidente que criticou e que chamou de 'confinamento em massa' para o combate ao novo vírus, que já deixou 46 mortos no país, e preparado uma reação conjunta ao presidente Jair Bolsonaro.  Em vídeo após pronunciamento de Bolsonaro, Witzel pede à população que fique em casa. Assista.

 

 

 

 

Porto Alegre confirma primeira morte

O paciente era uma mulher de 91 anos que estava na UTI. Prefeito Nelson Marchezan Júnior postou o caso nas redes sociais nesta madrugada, mas ainda não foi oficializado pela Secretaria Estadual da Saúde.  Até a noite de terça, eram mais de 2,2 mil casos confirmados em todo o Brasil, e 47 mortes. A maioria em São Paulo e Rio de Janeiro, além de uma investigada no Amazonas, que não entrou no último boletim do Ministério da Saúde.

 

EUA pede retorno  de americanos  

A Embaixada dos Estados Unidos no Brasil postou, no final da noite desta terça-feira (24), um aviso para que todos os norte-americanos que estão ou vivem no território brasileiro voltem ao EUA o mais rápido possível. Os EUA já haviam solicitado aos seus cidadãos no exterior que voltassem ao país por causa da pandemia por coronavírus. Nesta terça, a embaixada dos EUA no Brasil mostrou as opções de voos disponível do Brasil para os EUA.

 

Colaboração da elite

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta terça-feira (24) que partidos articulam a elaboração de uma proposta prevendo a redução dos salários de servidores públicos e parlamentares durante o período da crise do coronavírus no país. Em entrevista ao canal GloboNews,  Maia defendeu que os três poderes, Executivo, Legislativo e Judiciário, devem dar uma "contribuição" neste momento. “Os partidos estão tratando disso e, certamente, eles vão apresentar uma proposta coletiva, de todos, que acho que represente a posição pelo menos de parte dos partidos políticos”, afirmou. Veja que ele citou em primeiro lugar os servidores e depois os parlamentares. Muitos já propuseram porque não usar os mais de CR$ 3,8 bilhões do fundo partidário ?

 

Príncipe Charles está infectado com o coronavírus

Herdeiro do trono britânico, de 71 anos, está infectado; sua mulher, a duquesa da Cornuália, não tem Covid-19, segundo comunicado da realeza. O teste do príncipe Charles para o Covid-19 deu positivo, informaram autoridades palacianas nesta quarta-feira (25). A BBC confirmou a informação.  "O príncipe de Gales foi testado positivamente para o Coronavírus", publicou a Casa de Clarence, o nome do palácio onde vive o príncipe.

 

Nobel de Química concorda com Bolsonaro

Na contramão de muitas previsões sobre o coronavírus, o cientista britânico vencedor do prêmio Nobel de química em 2013, Michael Levitt, afirma que a pandemia não apresenta risco para a maioria das pessoas e que elas são naturalmente imunes. Citado em reportagem do jornal Jerusalem Post, Levitt foi certeiro ao projetar que a China teria uma rápida diminuição no número de infectados ainda em fevereiro. Ele conta que começou a analisar os números envolvendo o coronavírus quando o surto teve início em Hubei, marco-zero do vírus no mundo. Agora, passado o pico de casos na província chinesa, os dados de Levitt indicam que a doença desaparecerá do país ainda neste mês. Ele citou o caso envolvendo o navio Diamond Princess, que ficou ancorado em Yokohama, no Japão, e mais de 800 dos 3,7 mil passageiros desenvolveram algum sintoma de coronavírus, graças a uma quarentena forçada em local inapropriado.

Última modificação em Quarta, 25 Março 2020 11:05