Por Matheus Leitão - UOL
O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, mandou importantes recados para as várias linhas ideológicas que existem nas Forças Armadas, incluindo aquela predominante sobre as outras: o bolsonarismo radical.
De forma até agregadora, o petista – que até hoje gera calafrios em muitos generais – brincou dizendo que o comando militar o conhece, e que não tem o que temer com sua eleição para um terceiro mandato.
“O comando militar está tranquilo, me conhece. No momento certo, vou indicar quem será o comandante da Marinha, quem será o comandante da Aeronáutica, quem será o comandante do Exército. E aí o Brasil também vai voltar à normalidade nas relações entre as Forças Armadas e o governo”, afirmou Lula, sem deixar de apontar a anormalidade nesse aspecto que o país viveu nos últimos quatro anos.
Trata-se da segunda declaração dele sobre as Forças Armadas – que resolveram se deixar usar politicamente pelo governo de extrema-direita de Jair Bolsonaro – como presidente eleito.
“Não me deixo basear por futricas ou tuítes. As Forças Armadas têm um dever constitucional e irão cumpri-lo, como cumpriram no meu primeiro mandato”, lembrou ainda Lula.
Citando Braga Netto, o vice derrotado de Bolsonaro, o presidente eleito também fez questão de afastar o grupo bolsonarista daqueles militares dentro das Três Forças que tem uma visão democrática e republicana do mundo.
“Eu não me preocupo com o que está falando o general Braga Netto. Nunca tive problema de conviver com as Forças Armadas. Nunca tive problema com nenhum militar”, finalizou Lula.
Mas é isso. Uma coisa é o que se diz abertamente. Outro, o que acontece nos bastidores.
Lá, o presidente eleito sabe que terá um enorme trabalho para colocar a tropa na linha após a politização às claras do comando militar, que se tornou sustentáculo e linha auxiliar dos arroubos de Bolsonaro.