O PLEITO MUNICIPAL E O “BIG BROTHER” ELEITORAL

Posted On Terça, 26 Julho 2016 17:41
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Por Edson Rodrigues

 

Caneta, broche, lente de contato, armação de óculos, pasta executiva, pingente, relógio, escutas corporais, câmeras escondidas em escritórios, chácaras, salas de reunião e quartos de hotel. Essa é apenas parte do arsenal de armadilhas que entra em cena nestas eleições municipais de outubro próximo. A aplicabilidade desse material será a chantagem, a extorsão e, até mesmo, a inviabilização de candidaturas à prefeito, vice e vereador.  Estarão sob a mira, também, os apoiadores, eleitores, líderes políticos, empresários, deputados estaduais e federais, senadores.

Desde o último dia 20, quando as regras eleitorais começaram a valer, estamos recebendo informações de que na maioria dos municípios do Tocantins essa será a forma com que alguns escolheram para tentar vencer o jogo eleitoral de forma suja e abjeta.

Por isso, avisamos aos senhores postulantes a cargos eletivos este ano que tomem muito cuidado, pois até mesmo os eleitores mais inocentes podem ser uma dessas peças a serviço da “indústria de denúncias” e, muita gente que ganhar a eleição pode não tomar posse nem ser diplomado por causa da “colheita” de material para denúncias que começou desde o último dia 20.  Esse será o verdadeiro 2º turno da eleição, disputado no tapetão da Justiça Eleitoral.

Paralelamente a essa “indústria de denúncias”, mas dentro e na observância da Lei, estarão alertas a Justiça Eleitoral, o Ministério Público, a Polícia Federal, Polícia Civil, Polícia Militar, a Justiça Comum e a Imprensa, para fazer dessa eleição um exemplo para um novo Brasil. a palavra de ordem será que qualquer botijão de gás, qualquer caixa de cerveja, uma conta de luz, um remédio na farmácia, um saco de cimento, um tanque de gasolina, até mesmo uma simples “rodada” em uma mesa de bar, tudo, mas tudo mesmo será caracterizado como compra de voto e, para o desespero dos que esperam ganhar a eleição assim, o próprio eleitor, beneficiado com a “recompensa”, pode ser o delator.

Logo, todo cuidado ainda é muito pouco.

EQUIPE DE EXCELÊNCIA

Outro perigo para os senhores candidatos está na prestação de contas das campanhas.  Aconselhamos aos senhores candidatos que montem equipes de profissionais experientes, especialistas no assunto, para cuidar de suas contas de campanha, assim como uma boa banca de advogados, para deixar claro o que pode e o que não pode durante a campanha.

Quem não se cercar de gente experiente e honesta corre o risco de ganhar e não levar, pois o levantamento das contas de campanha será mais minucioso que nunca.

A equipe de comunicação também tem que ser de primeira, pois as redes sociais serão um grande foco de busca por votos, como também de “escaneamento” de irregularidades.  Uma postagem mal feita pode por toda a campanha em risco.

Aliás, as redes sociais serão um grande auxiliar da Justiça Eleitoral, pois serão quase que uma transmissão ao vivo dos passos dos candidatos, facilitando a fiscalização e colheita de evidências.

PATRIMÔNIO POLÍTICO

Com uma campanha assim, altamente vigiada, volta a ganhar peso o caráter dos concorrentes.  Volta a ter valor o político verdadeiramente sério e comprometido com a população.  Aqueles que tiverem um passado de bons serviços prestados já sairão na frente, pois terão base, alicerce suficiente para abrir as portas das casas dos eleitores, abrir um sorriso no rosto da população no corpo a corpo, pois, como já se sabe, a partir de agora não tem mais palanque, não tem mais comício.  Agora será “na sola da botina”, nas caminhadas, no contato direto com a população, no olho no olho sob o sol quente.

Os candidatos só não podem esquecer que seus piores inimigos podem ser eles mesmos, suas línguas, seus telefones celulares, seus motoristas, aquele assessor insatisfeito, aquele adesista de última hora.  Todos podem ser armas nas mãos de seus adversários políticos e derrubar muita gente boa e bem intencionada.

Segundo os analistas e juristas, cerca de 32% dos eleitos terão dificuldades em tomar posse por causa de problemas ocorridos durante a campanha.  O RECED – mesmo tipo de processo que cassou Marcelo Miranda – deve se tornar a maior arma dos derrotados para conseguir um cargo eletivo.  Logo, repetimos, todo cuidado é muito pouco.

O “big brother“ eleitoral já começou.  Todos estão dando “aquela espiadinha” e é melhor que os senhores candidatos “fiquem bem na foto”, pois qualquer “embaçadinha” pode custar uma eleição.

Estamos de olho!