PESQUISA DIVULGADA TRAZ IRREGULARIDADES APONTADAS PELO PRÓPRIO ÓRGÃO INDICADO COMO REALIZADOR Destaque

Posted On Segunda, 07 Agosto 2017 12:23
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 Está na página http://www.eleicoes.ibopeinteligencia.com.br/Paginas/Divulgacao-das-pesquisas-eleitorais.aspx, a extensa lista de obrigatoriedades para a divulgação de uma pesquisa eleitoral, que traz, entre outros a necessidade de que haja um “plano amostral e ponderação quanto a sexo, idade, grau de instrução, nível econômico do entrevistado e área física de realização do trabalho, intervalo de confiança e margem de erro quesitos”.

 

 

Por Edson Rodrigues

 

 

Em um momento em que falta mais de um ano para as eleições 2018, a publicação de uma pesquisa eleitoral que não segue os padrões da Legislação eleitoral, mostra o caráter de quem a está publicando e sua pura intencionalidade de enganar e ludibriar a opinião pública e favorecer aos candidatos, neste caso, preferidos pela instituição que encomendou a pesquisa, no caso, a ACIPA – Associação Comercial e Industrial de Palmas. 

 

Vale lembrar, também, que nas últimas eleições majoritárias, o próprio Ibope foi alvo de chacota e de dúvida quanto à seriedade do seu trabalho no Tocantins ao apresentar uma diferença gritante entre o “pesquisado” e o resultado das urnas.  Confira trecho de reportagem publicada à época: “o resultado da eleição para o Senado no Tocantins em 2014 reacendeu discussões sobre a seriedade das pesquisas de previsão de resultados feitas pelos institutos Serpes e Ibope. A reeleição da senadora Kátia Abreu (PMDB) por uma diferença de apenas 0,87%, exatos 5.932 votos, sobre o deputado federal e candidato a senador Eduardo Gomes (SD) passou a quilômetros da margem de erro das pesquisas divulgadas pelo Serpes e Ibope um dia antes da eleição. Kátia obteve 41,64% dos votos válidos e Gomes, 40,77%.

 

"Foi um absurdo, é o maior escândalo que aconteceu essas pesquisas do Serpes e do Ibope em relação ao Tocantins. Dos 27 senadores eleitos em disputa no Brasil, esse é o caso mais emblemático, com compra de pesquisa", afirmou Eduardo Gomes. O parlamentar frisou que em outros estados o Ibope também registrou erros grosseiros. "Existe um ambiente de revolta em outros estados, alguns inclusive já foram à Justiça", afirmou.

 

MINISTÉRIO PÚBLICO E JUSTIÇA ELEITORAL

Cabe ao Ministério Público e à Justiça Eleitoral cobrar do responsável pela pesquisa, no caso a ACIPA, a documentação referente à sua realização, assim como a nota fiscal do Ibope e o relatório com o cumprimento de todos os requisitos básicos para a realização de uma pesquisa eleitoral, assim como a origem dos recursos com que o suposto serviço foi pago.

 

INCOERÊNCIA

A contratação da pesquisa não é unanimidade nem dentro da própria entidade, em que alguns empresários-membros apontam como tamanha incoerência, em meio a uma crise econômica, em que o empresariado tem buscado no governo estadual apoio para mitigar os problemas do setor, se gastar uma soma considerável de recursos – fala-se em mais de 100 mil reais - em uma pesquisa que, daqui para a data da campanha eleitoral, não terá validade nenhuma, pois o quadro muda a cada novo fato político?

 

CRIMES

A publicação traz alguns dos dados obrigatórios para a divulgação de uma pesquisa, mas não apresenta o número do registro junto ao TRE e, muito menos, os municípios onde foi realizada.

 

A pesquisa, cujos resultados nos absteremos de publicar ante a fragilidade de sua veracidade, estranhamente beneficia e coloca em evidência dois membros de uma mesma família, que estão sendo investigados pelo STF, via Operação Lava Jato, sob a suspeita de terem recebido cerca de 500 mil reais em recursos ilícitos, e deixa de citar uma série de questionamentos que deveriam ser feitos em um trabalho sério, deixando ao eleitor apenas a imposição de uma situação e, não, dando a ele condições de fazer uma análise coerente dos resultados apresentados.

 

Caso seja comprovado algum tipo de manipulação na pesquisa, ficam caracterizados crimes eleitorais gravíssimos e, o pior dos crimes, o de achar que a sociedade tocantinense, o povo tocantinense, é burro, e cai em qualquer conto do vigário que se lhes apresente.

Confiamos que, caso haja irregularidades nessa pesquisa, a Justiça, principalmente a Eleitoral, corte este mal já pela raiz, uma vez que o sentimento de vergonha e revolta da sociedade brasileira com os atos políticos são latentes e o Tocantins não pode servir de exemplo de que esse mal continuará.

 

Aguardemos as cenas dos próximos capítulos!!!