PMDB DO TOCANTINS SEGUE EM GUERRA PRÓXIMO AO FIM DO PRAZO PARA CUMPRIMENTO DE ACORDO

Posted On Quarta, 12 Agosto 2015 11:17
Avalie este item
(0 votos)

Cúpula do PMDB nacional “não agüenta mais discutir sobre o Tocantins”, afirmou uma liderança

 

Por Edson Rodrigues

 

Agora é fato.  Um ultimato!

Termina no próximo dia 17 o prazo para que as Comissões Provisórias formalizadas pela senadora Kátia Abreu, presidente da Comissão Interventora, sejam reconduzidas à normalidade de situações.  Essa foi a determinação da Cúpula Nacional do Partido, repassada ao atual presidente da legenda no Tocantins, ex-deputado Derval de Paiva.

O acordo foi mediado pelo vice-presidente da República, Michel Temer, numa tentativa de reaproximar os grupos que dividem ao meio o PMDB do Tocantins, comandados, por um lado, pelo governador Marcelo Miranda e, por outro, pela senadora e Ministra Kátia Abreu.

O problema é que, instigado pela deputada federal Josi Nunes, e respaldado pelo governador Marcelo Miranda e pela deputada federal Dulce Miranda, Derval de Paiva fez uma “revisão” das comissões avalizadas por Kátia Abreu, destituindo a maioria dos seus membros.  Isolando das decisões tanto Kátia quanto Carlos Braga e Carlos Gaguim, seus “homens de confiança”.

A decisão da cúpula nacional é para que essas comissões sejam restituídas até a próxima segunda-feira (17), para que o acordo de paz seja mantido e o posicionamento assumido por Kátia, ante o descumprimento do acordo é o clássico “a porta da rua é serventia da casa, os incomodados que se retirem”, o que pode acarretar um uma leva de lideranças sem legenda para disputar as eleições municipais do ano que vem nas 51 comissões provisórias onde a interferência de Derval de Paiva foi mais radical.

 

DEBANDADA PARA O PV

Em conversas com lideranças do PMDB estadual, na manhã desta quarta-feira, a equipe do Paralelo 13, detectou uma movimentação, em estágio adiantado, rumo ao PV, de Marcelo e Cláudia Lélis.

Apesar de ser um homem da paz e conciliador, Derval de Paiva tende a não aceitar esse ultimato e direciona as conversas para que as principais lideranças peemedebistas escolham a porta da rua, rumo ao PV.

 

NOSSO PONTO DE VISTA

Enquanto Marcelo Miranda e sua equipe estudam ações para sanear as finanças do Estado, indo desde uma oxigenação na equipe, fusão e extinção de secretarias, demissão de 2.800 contratos temporários herdados do governo Sandoval Cardoso e de cerca de 5mil contratos especiais, para compensar a queda na arrecadação e no repasse do FPE. Se medidas racionais com gastos não forem efetivadas o Estado corre o risco adotar medidas radicais como em Goiás, Rio Grande do Sul, Distrito Federal e, mais recentemente, pelo estado de Sergipe, de parcelar os salários do funcionalismo.

Essas ações são aventadas pela situação do Tocantins ser ainda mais grave que a dos demais estados, pelo motivo de sua economia ser destituída de grandes pagadores de ICMS (indústrias), mas, principalmente, por causa dessa questão política de afastamento com a senadora e ministra Kátia Abreu, que praticamente fecha as portas dos cofres da União para o Estado.

Isso mostra o quão frágil é a situação política de Marcelo Miranda e o tamanho da força da caneta nas mãos de Kátia Abreu.

Isso só reforça a teoria da debandada das lideranças que apóiam o PMDB do Palácio Araguaia para partidos alternativos, com maior ênfase para o PV da vice-governador Cláuda Lélis.

Derval de Paiva não é homem de engolir sapos.  E este sapo em questão, é dos mais indigestos.

 

O OUTRO LADO DA MOEDA

Enquanto isso, uma fonte palaciana, de inteira confiança, nos garantiu que, ao contrário do que vem sendo divulgado pela mídia, Marcelo Miranda tem se reunido constantemente com Derval de Paiva e com as deputadas federais Dulce Miranda e Josi Nunes com o único objetivo de, juntamente com os demais companheiros peemedebistas, dar um basta nesse clima de disputa pelo comando do partido no Tocantins.

Segundo essa fonte, Derval de Paiva vem atuando com cuidado e responsabilidade para desfazer alguns equívocos ocorridos na formação das comissões provisórias pela equipe de Kátia Abreu, como a inclusão de pessoas que nem filiadas ao PMDB são.

Na verdade, Derval de Paiva não está pura e simplesmente destituindo as comissões e, sim, adequando-as de acordo com os estatutos do partido para que tudo esteja dentro da lei na hora das candidaturas na eleições municipais de 2016.

Inclusive, ainda segundo a fonte, a esperança de Marcelo Miranda é que tudo esteja resolvido e devidamente esclarecido para que o PMDB volte a ter o respeito e a dignidade que sempre fizeram parte de sua história no Tocantins. O recente comparecimento de Kátia Abreu em uma cerimônia no Palácio Araguaia é uma prova disso, uma vez que pode representar uma retribuição imediata, com uma visita de Marcelo Miranda ao seu gabinete, em Brasília.

Espera-se que tudo seja resolvido, pelo bem da governabilidade e, consequentemente, do povo tocantinense.

Última modificação em Quarta, 12 Agosto 2015 12:01