Polícia Federal abre inquéritos contra mais dez empreiteiras

Posted On Quarta, 28 Janeiro 2015 05:57
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A Polícia Federal abriu novos inquéritos na Operação Lava Jato para investigar especificamente dez empresas supostamente envolvidas em fraudes na Petrobras. A informação consta de ofício encaminhado à Justiça Federal no último dia 23 pelo delegado Eduardo Mauat, da PF em Curitiba, base da Lava Jato. O delegado ressalta a “necessidade de abertura de novos inquéritos policiais a fim de receber de forma organizada os dados relativos a outras empresas possivelmente envolvidas em fraudes ligadas à estatal Petrobras”.

A PF lista as empresas alvo da nova etapa da investigação: MPE Montagens e Projetos Especiais, Alusa Engenharia, Promon Engenharia, Techint Engenharia e Construção, Construtora Andrade Gutierrez, Skanska Brasil, GDK S/A, Schahin Engenharia, Carioca Christian Neilsen Engenharia, Setal Engenharia Construções e Perfurações. A Andrade Gutierrez apareceu na delação do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa divulgada na semana passada.

 

Prevenção

A Operação Lava Jato bloqueou, até o momento, R$ 118.857.513,66 de 16 pessoas e três empresas investigadas. Na lista, estão o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque, o empresário Fernando Soares, o ‘Baiano’, e 10 executivos presos preventivamente na carceragem da Polícia Federal em Curitiba (PR), base da operação.

O bloqueio de valores dos alvos da Lava Jato foi decretado em novembro do ano passado pelo juiz federal Sérgio Moro, que conduz todas as ações da operação.

 

Defesa

São Paulo (AE) - A Construtora Norberto Odebrecht nega veementemente o que classifica de “alegações caluniosas do réu confesso e ex-diretor da Petrobrás” Paulo Roberto Costa. A empreiteira rechaçou “qualquer pagamento ou depósito” em nome de funcionários da petrolífera. “A Odebrecht nega em especial ter feito qualquer pagamento ou depósito em suposta conta de qualquer executivo ou ex-executivo da estatal”, diz nota da empresa.

Costa disse aos investigadores ter recebido US$ 23 milhões da empreiteira em uma conta bancária na Suíça. O diretor da Odebrecht Rogério dos Santos Araújo, apontado como a pessoa que indicou o caminho para o depósito da propina, nega ter realizado qualquer pagamento para Costa. Ele classifica os depoimentos do ex-diretor da Petrobrás de “questionável e ilegal delação premiada”.

“Não se tem acesso aos mencionados 80 depoimentos de Paulo Roberto Costa, fruto dos termos sigilosos de uma questionável e ilegal delação premiada, fato que impede qualquer manifestação”, afirmou.

 

 

Bloqueio de bens de suspeitos na Lava Jato atinge R$ 119 milhões

 

O bloqueio de bens que atinge os investigados na operação Lava Jato, que apura um esquema de corrupção na Petrobras, chegou a R$ 118,86 milhões, segundo levantamento divulgado ontem pela Justiça Federal.

Ao todo, 3 empresas e 16 pessoas tiveram recursos bloqueados, incluindo o ex-diretor da Petrobras Renato Duque, executivos de empreiteiras e o empresário Fernando Soares, conhecido por Fernando Baiano e tido como lobista do PMDB.

Esse bloqueio atende à determinação do juiz federal Sergio Moro, que pediu, em novembro passado, a retenção de R$ 20 milhões de cada investigado. Nem todos os valores contingenciados, porém, foram transferidos para uma conta judicial, apenas cerca de R$ 33 milhões.

O restante, quase R$ 86 milhões, aguarda transferência. Parte do valor é referente a aplicações financeiras em fundos e planos de previdência.

A Polícia Federal decidiu ontem abrir mais dez inquéritos para investigar empreiteiras suspeitas de corrupção na Petrobras. São elas MPE Montagens e Projetos Especiais, Alusa Engenharia, Promon Engenharia, Techint Engenharia e Construção, Skanska Brasil Ltda., GDK, Schahin Engenharia, Carioca Christiani Nielsen Engenharia, Setal Engenharia Construções e Perfurações Ltda. e Andrade Gutierrez.

POLÍTICOS

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, vai indicar todos os políticos que serão investigados, incluindo os crimes de que são suspeitos, no bloco de denúncias e pedidos de abertura de apuração relativos à Operação Lava Jato que irá apresentar em fevereiro ao STF (Supremo Tribunal Federal).

Com a Folha de São Paulo