O líder do PMDB e candidato a presidente da Câmara, Eduardo Cunha (RJ), classificou nesta terça-feira, 13, a suspeita segundo a qual ele teria recebido dinheiro do doleiro Alberto Youssef como uma "alopragem".
A declaração ocorre um dia depois de o advogado de Youssef, Antonio Figueiredo Basto, convocar uma coletiva de imprensa a fim de dizer que seu cliente, um dos principais personagens da Operação Lava Jato, não manteve qualquer "negócio" com o peemedebista. "É uma alopragem que foi desmoralizada. São denúncias vazias para desmoralizar minha candidatura", disse Cunha. "Eu só encontro (entre os deputados) solidariedade e revolta. Ganhei muitos votos com essa denúncia vazia", afirmou o candidato, referindo-se à eleição da Mesa da Câmara, marcada para o dia 1º de fevereiro. Apesar das declarações do advogado e de Cunha, Youssef citou, em depoimento da delação premiada, o peemedebista como um dos beneficiários do esquema de propinas da Petrobras. Cunha também teve seu nome citado no depoimento do policial federal Jayme Alves de Oliveira Filho, o Careca. Num primeiro momento, o policial, que é acusado de atuar no esquema como o "carregador de malas" do doleiro, afirmou ter entregue dinheiro em uma casa no Rio de Janeiro que seria do deputado peemedebista. Depois, Careca retificou seu depoimento, mudando o endereço da entrega e afirmando não ter como garantir que o dinheiro era mesmo para Cunha. Reportagem do jornal O Globo publicada nesta segunda, 12, revela que o endereço em questão é do advogado Francisco José Reis, que já foi assessor do deputado estadual fluminense Jorge Picciani, atual presidente do PMDB do Rio. Picciani, que é aliado de Cunha, nega qualquer envolvimento com o doleiro.