POLÍCIA FEDERAL FAZ AÇÕES NO TOCANTINS, EM GOIÁS E NO DISTRITO FEDERAL EM DESDOBRAMENTO DA “ÁPIA”

Posted On Quarta, 13 Dezembro 2017 11:48
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Conforme O Paralelo 13 adiantou em editorial recente, delação do empresário Rossine Ayres inicia sepultamento coletivo de políticos

 

Por Edson Rodrigues

 

A Operação Ápia, que investiga crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro decorrentes de pagamentos de propina, realizados pela Construtora Rio Tocantins (CRT), empresa de propriedade Rossine Ayres Guimarães, a integrantes do núcleo político, grupo que era responsável por garantir as contratações e o recebimento de verbas públicas indevidas por parte dos empresários corruptores, teve, nesta quarta-feira, 13, sua sexta etapa deflagrada em Brasília, Goiás e no Tocantins.

 

A Polícia Federal (PF) e a Procuradoria Geral da República (PGR) cumprem 16 mandados de busca e apreensão e oito de intimação em Palmas, Araguaína e em Brasília. Entre os alvos estão os deputados federais Carlos Henrique Gaguim (Podemos), ex-governador do Tocantins; e Dulce Miranda (PMDB), primeira-dama do Estado.

 

Além dos congressistas, alvos de busca e apreensão, a Polícia Federal cumpre mandados de intimação contra o ex-deputado estadual Igue do Vale, que coordenou a campanha de governador de Carlos Gaguim em 2010; o ex-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Tocantins (Faet) Júnior Marzola (DEM), que também apoiou o deputado federal na eleição de 2010; e Benedito Neto de Faria, o Dito do Posto.

 

Vale ressaltar que, apesar de investigados, a priori, nenhum dos citados está impedido de se candidatar a qualquer cargo eletivo, pois a Operação ainda é um ato investigativo e não há denunciados.

 

A OPERAÇÃO

A 1ª fase da Operação Ápia foi deflagrada em outubro do ano passado para desarticular uma organização criminosa composta por servidores públicos, empresários e agentes políticos, investigados por fraudes em licitações de terraplanagem e pavimentação asfáltica em várias rodovias estaduais em valores que superam R$ 850 milhões.

 

As obras foram custeadas por recursos públicos adquiridos pelo Estado de Tocantins, por meio de empréstimos bancários internacionais e com recursos do BNDES, tendo o Banco do Brasil como agente intermediário dos financiamentos no valor total de R$ 1.203.367.668,70.

 

Na época, 115 mandados judiciais foram cumpridos. Um deles foi contra o ex-governador Sandoval Cardoso (SD), que teve a prisão preventiva decretada e ficou 15 dias preso na Casa de Prisão Provisória de Palmas.

 

O ex-governador Siqueira Campos, também foi alvo na 1ª fase da operação. Ele foi levado para prestar depoimento na sede da PF, em Palmas.

 

Segundo o superintendente regional da PF no Tocantins, Arcelino Vieira, os núcleos eram formados com a intenção de fraudar e burlar a fiscalização de forma a conseguir lucrar com os serviços, que muitas vezes não eram executados.

 

"O núcleo político era composto por pessoas que compunham o alto escalão do Estado, dois ex-governadores [Sandoval Cardoso e Siqueira Campos] que, através de contratos com Banco do Brasil, conseguiram empréstimos internacionais", disse.

 

O superintendente explicou que os empréstimos estavam fundamentados em uma lei estadual, a qual também autorizou o estado a criar um comitê executivo que gerava os recursos e os distribuía para várias secretarias estaduais. Uma delas era a Secretaria de Infraestrutura (Agetrans) que fazia a licitação e o acompanhamento de todas as obras.

 

"Os editais eram recheados de cláusulas restritivas à concorrência que favoreciam empresários do grupo. Ao final se constatou que havia ajuste de preços para dividir o lote entre seis empresas. Está bem clara a existência de um cartel para o fim de fraudar as licitações e desviar dinheiro público federal", explicou o procurador da república José Ricardo Teixeira.

 

APENAS O COMEÇO

Antes mesmo do empresário Rossine Ayres acertar a sua delação premiada, O Paralelo 13 já anunciava o poder destrutivo das denúncias que seriam apresentadas, e previa o início de um “sepultamento” da velha política no Tocantins, com a inclusão das carreiras de uma série de empresários.

 

Ressaltamos que as ações da Polícia Federal em relação à delação de Rossine estão apenas no começo e que muitas outras “bombas” vêm por aí, e vão pegar muita gente  de “calças curtas”, principalmente aqueles que não têm foro privilegiado.

 

Só nos resta aguardar para assistirmos a mais este triste “espetáculo” que os nossos políticos nos reservam, prestando bastante atenção nos nomes que escaparão dessa devassa ética, para que saibamos escolher, em outubro próximo, aqueles que realmente trabalham para o povo e, não, para si próprios.