POLÍTICA, ARTE PARA ALGUNS, ARMA PARA OUTROS, E UMA INCÓGNITA NA VIDA DE MUITOS

Posted On Domingo, 03 Novembro 2019 05:42
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REFLEXÃO DE DOMINGO

Porto Nacional, aos 3 dias do mês de outubro de 2019

 

 

Por Edson Rodrigues

 

Os índices de desemprego estão nas alturas no Tocantins, enquanto os recursos públicos – e as obras, por conseguinte – são poucos e em quase nada melhoram a vida dos cidadãos.  O quadro é de uma Saúde deficitária, uma educação de qualidade duvidosa, segurança pública praticamente inexistente, e os cidadãos, como dizia Raul seixas, “com a boca cheia de dentes, esperando a morte chegar”.

 

Todo esse quadro escabroso pode ser debitado na conta de parte dos representantes que a população escolheu, nas últimas eleições, para o Congresso Nacional e para a Assembleia Legislativa. que pouco ou nada fazem para modificar esse quadro. Por isso, é de extrema importância que os eleitores estejam atentos em quem esses parlamentares que nada fazem vão depositar suas fichas políticas nas eleições municipais de 2020.

 

Se com as ferramentas nas mãos, não fazem nada, seus “escolhidos”, provavelmente, jogam no mesmo time.

 

As eleições municipais de 2020 será o momento perfeito para dar continuidade á “limpeza ética” na política tocantinense. Será o momento dos eleitores pesquisarem a vida pregressa  dos candidatos, as suas origens e, principalmente, quem está por trás de suas candidaturas, lhes dando apoio e sustento político.

 

Será a hora de dar o troco aos péssimos políticos que habitam nossos gabinetes e ignorar aqueles que por eles são “apadrinhados” e votar consciente, sem trocar seu voto por uma caixa de cerveja, um botijão de gás, uma conta paga ou uma caixa e remédio.

 

OS BONS POLÍTICOS

O Tocantins tem, sabidamente, vários bons políticos, desde os parlamentos municipais até o Senado Federal, passando pelos executivos municipais e pelo Estadual, haja vista as últimas conquistas relativas á liberação dos empréstimos junto à Caixa Econômica Federal, capitaneada pelo senador Eduardo Gomes, pelo governador Mauro Carlesse e pelo deputado federal Carlos Gaguim, mas que contou com o apoio da bancada federal e dos deputados estaduais, num momento de rara união pelos interesses dos cidadãos tocantinenses.

 

Mas, motivados pelo assunto abordado anteriormente, começam a entrar em cena novos nomes, novas personalidades, que passam a atuar como protagonistas no tabuleiro sucessório.  Pessoas que vêm da iniciativa privada, do agronegócio, com experiência e competência em gestão e administração, impulsionados pelos resultados das últimas pesquisas de consumo interno, encomendadas pelos partidos, que mostraram uma rejeição monstruosa aos políticos tradicionais.

 

PALMAS

Por conta desses novos personagens, as articulações políticas com vistas à sucessão municipal de Palmas, o principal e mais influenciador colégio eleitoral do Estado, estão sendo antecipadas, com políticos e partidos correndo para garantira formação de grupos políticos fortes e competitivos.

 

Outro fato que conta nessa equação é que 90% - ou mais – dos partidos estarem funcionando, em Palmas, à margem da legislação eleitoral, com comissões provisórias, que não oferecem segurança política ás lideranças e aos dirigentes desses partidos, sejam grandes, sejam tradicionais ou sejam nanicos.

 

Dentro dessa situação, todos os envolvidos sabem que “lealdade” não é um verbo muito praticado e que o item “interesse pessoal” ou “de grupo” é o que norteia a busca pela sobrevivência política, em que o poder e divisas econômicas, junto com o “diário oficial”, falam mais alto como moedas de troca.

 

DECLARAÇÃO DE GUERRA

Em meio às movimentações pré-campanha, em que muitos golpes já foram desferidos por diversos grupos políticos contra adversários, o ingresso do prefeito de Araguaína, Ronaldo Dimas, no Podemos, partido, antes, liderado pelo sobrinho do governador Mauro Carlesse, Claudinei Quaresmim, pode ser considerado como uma verdadeira declaração de guerra.

 

Ao tomar o Podemos de assalto, Ronaldo Dimas escancara, em letras garrafais, que é, sim, oposição ao governo do Estado, e que essa foi a forma encontrada pelo prefeito de Araguaína de dar o troco ao grupo de sustentação política de Mauro Carlesse, que, em um movimento calculado e muito bem arquitetado, assumiu o controle do PTB, até então dirigido por um correligionário de Dimas e que abrigava a maioria dos pré-candidatos a vereador de sua base em araguaína e na região do Bico do Papagaio, colocando na presidência estadual o presidente da Assembleia legislativa e membro da base política do governo do Estado, deputado Antônio Poincaré Andrade.

 

Governador Mauro Carlesse e prefeito Ronaldo Dimas

 

Pelo visto, Dimas resolveu vir para o confronto direto e, como prefeito de Araguaína está com dinheiro em caixa para dezenas de obras e conta com o apoio do senador Eduardo Gomes, que já chegou a afirmar que estará no mesmo palanque que Dimas, pelo menos em Araguaína.

 

Eduardo Gomes é líder do governo Bolsonaro no Senado, relator setorial do orçamento do ministério do desenvolvimento Regional, relator da Comissão de Agricultura e não vê cor partidária quando o assunto é apoiar os municípios tocantinenses.

 

O problema de Ronaldo Dimas será conseguir aplicar os recursos que tem ainda este ano, para não incorrer em crime eleitoral, com muitas licitações a serem realizadas até o fim do ano.

 

GOVERNO REAGE

Depois do movimento de Ronaldo Dimas no tabuleiro político, o governo de Mauro Carlesse reagiu de pronto, e demitiu uma servidora indicada por Dimas, que exercia  a função de diretora na BRK, como representante do governo do Estado.

 

A demissão foi sumária e irreversível, azedando de vez o relacionamento de Carlesse com Dimas.

 

Segundo fontes, a movimentação de Dimas sobre o Podemos não foi surpresa e o Palácio Araguaia já esperava por uma chance para romper de vez com o prefeito de Araguaína que, junto com seu filho, deputado federal Thiago Dimas, já vinham dando demonstrações de que queriam um afastamento proposital da base do governo.

 

Outros movimentos já são aguardados nesse tabuleiro e, enquanto isso, a cidade de Araguaína passa a ser o “território” a ser conquistado e a primeira cidade do Tocantins onde o processo sucessório municipal já está oficial e definitivamente deflagrado.

 

CARLESSE E WANDERLEI

Quem apostou que havia um distanciamento entre o governador Mauro Carlesse e seu vice, Wanderlei Barbosa, perdeu feio.  Os dois estão mais unidos que nunca e falando o mesmo idioma quando o assunto é a candidatura de Wanderlei á prefeitura de Palmas.

 

É correto afirmar que, no momento, o Palácio Araguaia foca todas as suas atenções na liberação dos empréstimos, em Brasília, nas emendas impositivas, nas emendas de bancada e na liberação de recurso do Orçamento da União para 2020, tendo, agora, como carro chefe, a garantia da realização da obra da Transbananal.  Para isso, é necessária a presença do governador e de técnicos da sua equipe de governo em Brasília, e a ordem é não antecipar as ações referentes ao processo sucessório tanto em Palmas quanto nos demais 138 municípios.

 

Mesmo assim, é sabido e notório o apoio de Mauro Carlesse à candidatura de Wanderlei, inclusive com orientações aos seus companheiros de base política para atuarem sempre em benefício do Estado, mas com um olhar atencioso às pretensões de seu vice.

 

Quem plantava a discórdia e apostava num distanciamento entre Carlesse e Wanderlei, errou feio!

 

ELI BORGES

A hipótese do lançamento do nome do deputado federal Eli Borges como candidato a prefeito de Palmas pelo Solidariedade, mesmo que ainda no campo da probabilidade, já acendeu uma luz de alerta em muitos núcleos partidários, que ainda acham que a sucessão em Palmas poderá ser decidida por meio do Diário Oficial e das negociatas.

 

A possível candidatura de Eli Borges coloca mais uma peça importante no tabuleiro sucessório da Capital, com potencial para fazer muitos grupos políticos repensarem suas estratégias.

 

PSDB E SUAS TRÊS “ESTRELAS”

Enquanto isso, pelas bandas do PSDB, tudo indica que a definição de quem será o candidato do partido à prefeitura da Capital será judicializada.

 

A atual prefeita e candidata à reeleição, Cinthia Ribeiro (foto), conta com o apoio integral do PSDB Mulher Nacional e de vário caciques da legenda. Já Ataídes Oliveira, apesar de já não ser mais senador, também tem muitas amizades na cúpula nacional da legenda.  A terceira “estrela” do partido é a deputada estadual Luana Ribeiro, presidente municipal da agremiação, eleita em convenção, como manda o figurino, e com toda a legalidade para ficar no posto até o fim, em 2021

 

 

Caso Cinthia Ribeiro insista em sua candidatura, são grandes as chances de uma disputa interna via “tapetão”, ou seja, judicializada, o que provocará um desgaste tremendo ao partido e aos seus candidatos a vereador.

 

Segundo fontes, o melhor caminho para Cinthia seria conseguir filiar-se a um partido que lhe sirva de “barriga de aluguel” para garantir o registro de sua candidatura, já que o ex-senador Ataídes Oliveira prepara o lançamento de seu nome pelo PSDB com estardalhaço suficiente para intimidar as pretensões de Cinthia Ribeiro.

 

 KATIA ABREU

A ex-ministra da Agricultura e senadora, Kátia Abreu, deve anunciar na próxima quarta-feira o seu desligamento do PDT e o nome do seu novo partido, no qual abrigará seus correligionários, amigos e seguidores de décadas.

 

A tática a ser adotada pela senadora  e sua equipe será a da boa vizinhança junto aos prefeitos dos maiores colégios eleitorais do Estado, como Laurez Moreira, de Gurupi, Ronaldo Dimas, de Araguaína, além de procurar estreitar seu relacionamento com o senador Eduardo Gomes, no sentido de que não haja estremecimentos  na batalha sucessória.

 

Por outro lado, Kátia Abreu deve iniciar um movimento de distanciamento do Palácio Araguaia, pois sabe que precisa sair com um bom número de correligionários eleitos nos Executivos e Legislativos municipais, principalmente em tempos de eleição sem coligações proporcionais.

 

O anúncio da nova legenda pela qual Kátia irá comandar os trabalhos sucessórios de seus correligionários, vem causando um grande alvoroço entre a classe política tocantinense, pois sabe-se que a senadora não dá ponto sem nó, e vai assumir o comando estadual do partido que a abrigar, deixando alguém sem esse posto.

 

Este fim de semana, teve muita gente que não dormiu direito, preocupado com a possibilidade de ter que ceder sua vaga para a senadora.

 

Boa sorte a todos, e que Deus nos conduza!