Ao jogar para as massas, Carlos Amastha coloca em cheque autonomia do Estado e tenta judicializar eleições municipais
Por Edson Rodrigues
Todo mundo Sab e conhece a habilidade do prefeito de Palmas, Carlos Amastha em jogar para a platéia e o seu domínio sobre o marketing pessoal. Mas, nesta quarta-feira, ao entrar com um pedido de intervenção federal no Estado, como se costuma dizer por aqui – e talvez, como colombiano, ele nem conheça esta expressão – Amastha “pulou o corguinho”.
Primeiro porque suas acusações beiram a leviandade, pois pressupor que um funcionário público contratado pelo Estado irá usar seu cargo para ameaçar, perseguir, torturar e até matar oponentes políticos, é no mínimo, forçar a barra, tentar enganar tanto a população quanto o governo federal, que recebeu o pedido de intervenção, a priori, como uma coisa séria.
Segundo, porque por mais que haja um áudio – infeliz, diga-se de passagem – em que o referido funcionário faz bravatas em defesa do seu partido político, para que haja motivação para um pedido de intervenção é preciso que haja fatos, provas físicas, palatáveis.
Por fim, porque por mais que queira posar de defensor da sociedade, da boa política e do seu eleitorado, está claro que Amastha não o é.
Em nosso ponto de vista, o prefeito de Palmas deu um tiro no próprio pé e começa a dar mostras de que está com medo de perder as eleições municipais de outubro próximo, pois seu ato de destempero – ou desespero – une em um balaio só o governo do Estado, o partido da vice-governadora e parte do funcionalismo público em um círculo vicioso em que acusa todo mundo de “tentar atentar contra a sua vida e de seus partidários”.
Se o governo federal vai levar a sério o “pedido” da prefeitura de Palmas, ninguém sabe. Mas que o Ministério Público Estadual deve tomar medidas sérias quanto a mais essa falácia de Carlos Amastha, isso é certo.
Afinal, não se pode jogar dessa forma com a estabilidade política, muito menos com a autonomia de um Estado federativo. Pedir uma intervenção federal fragiliza não só a imagem do Estado, mas de suas instituições, colocando em dúvida sua postura e sua eficiência. Mais que isso, fragiliza a população, seu povo, que nada tem a ver com os desvarios de um gestor disposta a tudo para se manter no poder.
Acusar sem provas é crime. E se é crime, tem que ser apurado.
Ao Estado cabe cobrar que o Ministério Público entre no caso e apure as reais intenções do prefeito de Palmas com esse pedido estapafúrdio, além, é claro, de segurar a boca e os ânimos de seus nomeados.
Ao prefeito de Palmas cabe provar, com provas materiais, cabais e legais que realmente corre risco de vida e que o pedido de intervenção federal que fez tem um mínimo de baseamento legal.
Afinal de contas estamos em período de pré-campanha eleitoral e, ao agir com tamanha leviandade, Carlos Amastha deixa aberta a porta para que possa agir assim durante a campanha. Usando e abusando da boa vontade do povo para propagar teorias conspiratórias que em nada contribuem para a ordem e a moral de Palmas e do Tocantins.
Não é isso que o povo quer senhor Amastha. O povo quer atitudes verdadeiras, que resultem em benefícios reais e palpáveis. Exatamente o oposto do baseamento de suas acusações.