PRF garante escoltas para quem quer deixar pontos de protesto, diz diretor-geral

Posted On Terça, 29 Mai 2018 05:26
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Caminhões de combustível foram escoltados no Rio de Janeiro para minimizar os efeitos do desabastecimento Caminhões de combustível foram escoltados no Rio de Janeiro para minimizar os efeitos do desabastecimento Reprodução/Twitter

Objetivo do governo é garantir o abastecimento e "viabilizar o fluxo de cargas sensíveis"; segundo associação, há infiltração de movimentos políticos na manifestação que estão impedindo a saída de caminhoneiros da grave

Por iG São Paulo

 

O diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Renato Borges Dias, garantiu durante uma coletiva de imprensa nesta segunda-feira (28) sobre a greve dos caminhoneiros que os motoristas que querem deixar o movimento, mas estão sendo coagidos por lideranças a continuar nas manifestações, terão escolta da PRF. A ação visa conter o desabastecimento do país

 

Segundo Dias, a prioridade do governo é garantir o fim do desabastecimento , principalmente de aeroportos. "Foram realizadas 386 escoltas a 973 carretas para garantir abastecimento para aeroportos e outros setores. Já foram transportados 14 milhões de litros de combustíveis", afirmou.

 

O diretor-geral da PRF informou ainda que, atualmente, há 594 pontos de aglomeração de manifestantes em todo o País. "Está sendo reestabelecido o fluxo dos grandes corredores e rodovias federais. A PRF continua a monitorar de hora em hora os pontos de aglomeração", explicou Dias.

 

"Objetivo de toda essa operação, abrindo esses corredores, é viabilizar o fluxo de cargas sensíveis", afirmou.

 

Também presente à coletiva, o chefe das Forças Armadas, Ademir Sobrinho, ressaltou que a prioridade até agora foi manter abastecimento de aeroportos e termelétricas do País. "Está sendo planejando a criação de corredores de transportes para permitir que grande parte dos alimentos, combustíveis, material de saúde e ração cheguem aos destinatários finais".

 

Movimentos políticos estão infiltrados no protesto
O presidente da Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), José da Fonseca Lopes, afirmou nesta segunda-feira (28) que os caminhoneiros querem voltar ao trabalho, mas estão sendo impedidos por "intervencionistas" que, segundo ele, "querem derrubar o governo".

 

"Não é o caminhoneiro mais que está fazendo greve. Tem um grupo muito forte de intervencionistas aí e eu vi isso aqui em Brasília, e eles estão prendendo caminhão em tudo que é lugar", declarou.

 

"São pessoas que querem derrubar o governo. Não tenho nada a ver com essas pessoas nem os nossos caminhoneiros autônomos têm. Mas estão sendo usados para isso", afirmou. "Acho que chegou a hora de o governo fazer alguma coisa", disse Lopes.

 

Segundo o diretor-geral, os policiais, que atuam em determinadas BRs, conhecem os caminhoneiros e as lideranças daquela região. Renato Dias disse que o serviço reservado da PRF está acompanhando a ação dessas pessoas, e as forças de segurança, aliadas às Forças Armadas, irão garantir a lei e a ordem se houver situações críticas em algum ponto.

 

Renato Dias informou, entretanto, que até o momento não houve qualquer situação que exigisse emprego de força e que a PRF, juntamente com o Exército, está nos pontos de aglomeração para oferecer escolta a todos os caminhoneiros que queiram se deslocar – independentemente de transportarem cargas sensíveis.

 

O presidente da Abcam também atribuiu as dificuldades para a volta ao trabalho e o problema do desabastecimento à dimensão do país e à incompreensão das medidas anunciadas pelo governo por uma parcela dos caminhoneiros. "Não acabou ainda porque estamos num país continental e isso aí demanda uma série de situações, algumas informações para a pessoa começar a entender que realmente toda a negociação feita atingiu a necessidade deles", disse.