Procurador-geral diz a colegas: não tem acordo e ninguém escapará

Posted On Segunda, 08 Dezembro 2014 09:08
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Rodrigo Janot afirma, em mensagem interna, que não há acordos com empreiteiros para favorecer impunidade. A informação vem após rumores de um suposto encontro entre o procurador e empreiteiros.

Papéis apreendidos pela Polícia Federal em 14 de novembro passado no apartamento do dono da empreiteira UTC Engenharia, Ricardo Pessoa, confirmam pelo menos uma reunião mantida com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, com o suposto objetivo de amenizar a denúncia contra os corruptores e manter o governo Dilma Rousseff de fora da acusações. A apreensão dos papéis, seis páginas, foi noticiada no jornal Folha de S. Paulo desta segunda-feira (8). Nesse papéis, a reunião com Janot foi qualificada de “boa”.

O jornal Correio Brasiliense em uma matéria assinada pelo reporte Eduardo Militão afirma que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou que o escândalo na Petrobras é “o maior” da história do Brasil. “Para profunda tristeza dos brasileiros honestos e cumpridores de seus deveres, o país convulsiona com o maior escândalo de corrupção da nossa história”, disse ontem, em mensagem interna obtida pelo Correio e destinada aos mais de 800 procuradores da República do Ministério Público Federal (MPF). Provavelmente, até quarta-feira, 11 executivos de seis empreiteiras envolvidas no esquema vão ser denunciados à Justiça Federal por cinco crimes. Um dia antes, o MPF recebe a delação premiada do doleiro Alberto Youssef. Ele acrescentou novos nomes de políticos suspeitos.

Acusado por advogados de tentar proteger o Palácio do Planalto dos reflexos da Operação Lava-Jato em acordo com empreiteiros, Janot afirmou que irá até o fim nas investigações de todos os personagens do esquema criminoso. “Prosseguirei e farei o que for necessário para a punição de todos os envolvidos”, garantiu.

“Jamais aceitarei qualquer acordo que implique exclusão de condutas criminosas ou impunidade de qualquer delinquente”, afirmou. Ele comunicou ainda que a Procuradoria-Geral da República (PGR) adotou “posição intransigente na defesa da probidade e no combate à corrupção que se alastrou na gestão da Petrobras.” A mensagem foi distribuída à rede Membros do Ministério Público Federal por volta das 12h30 de ontem, logo depois de ser encaminhada uma nota mais amena à imprensa pela assessoria da PGR.

 

Crimes

Na mensagem, Janot deixa claro que fará esforços para punições de suspeitos em todos os partidos, do PT ao PSDB, passando para outras legendas da base e da oposição eventualmente participantes do esquema. Na nota à imprensa, afirma que o caso revela nove irregularidades ou crimes: corrupção ativa e passiva, quadrilha e associação criminosa, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, fraude à licitação, formação de cartel e improbidade administrativa. 

Com informações do Correio Brasiliense e jornal Folha de São Paulo