A federação entre União Brasil e PP, oficialmente batizada de União Progressista, se aproxima de um divisor de águas. Nacionalmente, o grupo já ensaia o desembarque do governo Lula para se alinhar à oposição nas duas Casas do Congresso. Fontes em Brasília indicam que o anúncio pode ocorrer em até 48 horas, com impacto direto nas votações da Câmara e do Senado e potencial para reconfigurar a correlação de forças em Brasília

Por Edson Rodrigues

No Tocantins, esse movimento reverbera com intensidade. A senadora Professora Dorinha Seabra, pré‑candidata ao governo, e o deputado federal Vicentinho Júnior (PP), pré‑candidato ao Senado, lideram a federação no Estado. Mas os ventos políticos sopram de forma desigual. Enquanto Dorinha articula sua candidatura, Vicentinho Júnior segue com menor expressão, sem o mesmo apoio público que Carlos Gaguim, também pré‑candidato ao Senado, já conquistou inclusive com declaração formal de apoio de Dorinha.

O distanciamento que virou ruptura

Personagens políticas das próximas eleições 

O afastamento de Dorinha do Palácio Araguaia deixou de ser apenas especulação. A senadora dospercorre o Estado acompanhada apenas de Gaguim e aliados proporcionais, sem secretários ou representantes do governo, numa demonstração de que a sintonia com o governador Wanderlei Barbosa está rarefeita.

O sinal mais evidente desse distanciamento veio com a exoneração da secretária da SETAS Cleizenir Divina dos Santos, a partir do dia 02 de agosto de 2025, registrada no Ato n° 1849 do Diário Oficial. Cleizenir é apadrinhada por Dorinha. Em seu lugar, no Ato 1871 do Diário Oficial, o governo nomeou Valderez Castelo Branco como secretária interina. A ação foi silenciosa, cirúrgica e estratégica, apontando para uma reestruturação calculada na base política do governo.

A lógica “homeopática” de Wanderlei Barbosa

Fontes próximas ao governador confirmam que outras mudanças virão em doses homeopáticas, cirúrgicas e estratégicas, fortalecendo gradualmente a base política do Palácio Araguaia. O objetivo é preparar o terreno para o ambiente eleitoral de 2026, com Wanderlei Barbosa no governo ou não.

Subestimar a inteligência política do governador é um erro que poucos cometem. Wanderlei Barbosa construiu sua trajetória com base em articulação e resiliência: foi vereador de Porto Nacional, a capital cultural do Tocantins; Vereador de Palmas, onde presidiu a Câmara Municipal por duas vezes consecutivas; Deputado estadual por quatro mandatos; Vice-governador e Governador reeleito, atualmente com aprovação popular superior a 85%.

Além disso, o governo conta com recursos assegurados para investimentos em infraestrutura, saúde, educação, cultura e segurança pública, articulando parcerias com os 139 municípios tocantinenses. O planejamento prevê que neste segundo semestre de 2025, o Tocantins se torne o maior canteiro de obras do Brasil.

Sucessão e protagonismo

O deputado Amélio Cayres  e Wanderlei Barbosa

Toda essa engenharia política tem um propósito. Wanderlei Barbosa quer eleger seu sucessor em 2026. O governador trabalha em silêncio, mas com planejamento estratégico de longo prazo, para que seu grupo chegue às urnas com musculatura máxima, garantindo a Maioria de deputados federais e estaduais; Uma, se não as duas vagas ao Senado e um candidato ao governo com chances reais de vitória, caso não vença no primeiro turno, apoiado em sua popularidade e em alianças sólidas.

Enquanto isso, União Brasil e PP caminham para o desembarque do governo federal, tornando‑se a maior bancada da Câmara com 109 deputados e 14 senadores. A guinada promete endurecer votações, isolar o Planalto e redesenhar a disputa de poder tanto em Brasília quanto no Tocantins.

No tabuleiro político local, sobrevivência e protagonismo serão as palavras‑chave até 2026. O Palácio Araguaia arma suas defesas e reforça sua base, enquanto Dorinha e Vicentinho testam seus limites no jogo sucessório, em meio a um cenário de realinhamentos que promete intensos capítulos nos próximos meses.

Até breve!