Em entrevistas à mídia nacional, o deputado federal Aécio Neves (MG) confirmou que o PSDB está em negociação com outros partidos para uma fusão, incorporação ou federação partidária
Por Edson Rodrigues
"Eu quero somar com forças que estão dispostas a trocar cargas e postos de poder por um projeto de Brasil. Não queremos ser mais um número na contabilidade de nenhum partido político, nós queremos discutir com quem está disposto a se desvincular esses dois extremos", disse ao jornal Folha de São Paulo.
Atualmente, a legenda está em federação com o Cidadania, mas discute uma aliança com PSD, Podemos, MDB e Solidariedade.
Ao se federarem, os partidos são obrigados a atuar em conjunto no Legislativo e nas eleições por ao menos quatro anos. Há atualmente três federações aprovadas em 2022 com vigência até pelo menos o primeiro semestre de 2026 —1) PT, PC do B e PV, 2) PSDB e Cidadania e 3) PSOL e Rede.
CANDIDATURA À PRESIDÊNCIA
Considerada a noiva da vez para reforçar posições de partidos ao centro, o PSDB já estabeleceu as condições para se juntar ao MDB, de Baleia Rossi, ou ao PSD, de Gilberto Kassab. “A condição é ter candidatura própria à Presidência da República”, diz o presidente tucano, Marconi Perillo, à coluna. Em outras palavras: isso significará o afastamento do governo Lula, seja do PSD, seja do MDB. Quem oferecer melhores condições de distanciamento, tem mais chances de ter o PSDB numa incorporação e/ou fusão. Os tucanos eram os adversários históricos do petismo até o surgimento do bolsonarismo. Agora, com a ala mais bolsonarista empurrada para a extrema-direita, o PSDB vê chances de montar um programa para o país e, a partir daí, reforçar alguma estrutura partidária mais ao centro para tentar retomar esse posto de adversário de Lula e do PT, em 2026.
A ideia dos tucanos é definir tudo ainda em fevereiro. As conversas nos bastidores começaram logo depois das eleições municipais e, agora, chegou o momento de afunilar. Perillo planeja se reunir com Kassab e com Rossi, no final do mês. É a política nos primeiros acordes para a eleição presidencial. E, nesse cenário, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva que se cuide. Pelo visto, mesmo com reforma ministerial, vai ser difícil manter todos juntos daqui a um ano e meio.
Até aqui, o PSD tem uma candidatura à Presidência da República colocada sobre o tabuleiro — o governador do Paraná, Ratinho Júnior. O MDB, não. E a contar pela disposição de Baleia Rossi, esse tema só será tratado a partir do segundo semestre deste ano e discutido em 2026. Logo, quem está mais próximo de fechar um acordo com o PSDB, dadas as condições, é o PSD.
TOCANTINS
No Tocantins, o PSDB praticamente não possui representatividade política. Nas últimas eleições estaduais, elegeu apenas o deputado Eduardo Mantoan, que, mesmo sendo esposo da então prefeita de Palmas, Cinthia Ribeiro, só foi eleito pela legenda, pois não atingiu o número mínimo para uma eleição direta. Nas últimas eleições municipais, o PSDB fez, apenas, uma prefeitura, em Novo Acordo, com Matheus Coelho.
Sem representatividade política no Tocantins, em caso de fusão, incorporação ou federação, a ex-prefeita de Palmas, Cinthia Ribeiro não teria chances de concorrer com ninguém de outro partido componente da aliança para ser a mandatária no Estado, como é, hoje, a presidente estadual do PSDB.
O MDB tem deputado federal e deputado estadual e quatro prefeitos. O PSD tem o senador Irajá Abreu e 22 prefeitos. As tratativas já estão em andamento entre os partidos envolvidos na tentativa de aliança com o PSDB, tanto na Câmara Federal quanto no Senado.
Como as tratativas são conduzidas por Irajá Abreu, por parte do PSD e por Alexandre Guimarães, por parte do MDB, o PSDB tocantinense simplesmente não tem representante nessas conversas.
Logo, em caso de fusão, federação ou qualquer tipo de aliança política do PSDB em nível nacional, Cinthia Ribeiro não terá mais os cargos que possui dentro da sua própria legenda.
A pergunta que fica é: de onde virá o poder da “Mamis Poderosa”?
A nova pergunta do milhão!