Atual líder do União Brasil na Câmara, maranhense é visto como nome de consenso para manter a pasta sob comando da legenda
Por Marina Verenicz
Após a saída de Juscelino Filho do Ministério das Comunicações, o deputado Pedro Lucas Fernandes (União Brasil-MA) despontou como o principal nome cotado para assumir o cargo. A substituição mantém a pasta sob controle do União Brasil, partido que atualmente também comanda os ministérios do Turismo e da Integração e Desenvolvimento Regional.
A escolha de Pedro Lucas foi discutida em um almoço entre a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, e lideranças da legenda, incluindo o presidente do partido, Antonio Rueda, o ministro do Turismo, Celso Sabino, e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). Juscelino, denunciado pela PGR por corrupção, participou do encontro e decidiu apresentar sua carta de demissão a fim de evitar constrangimentos ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Perfil discreto, mas com forte articulação política
Pedro Lucas, de 45 anos, é líder do União Brasil na Câmara desde fevereiro e cumpre seu segundo mandato como deputado federal pelo Maranhão, mesmo estado de Juscelino. É formado em Administração, com especialização em Planejamento Governamental. Foi vereador de São Luís por dois mandatos, de 2013 a 2019, e presidiu a Agência Executiva Metropolitana (Agem) do Maranhão, nomeado pelo então governador Flávio Dino, hoje ministro do STF.
Apesar do cargo de liderança, tem perfil discreto no Congresso. Desde o início de 2023, realizou apenas nove discursos na tribuna. Em 2022, foi o segundo deputado mais votado do Maranhão, com 159.786 votos. Antes de se tornar líder da bancada, foi vice-líder do governo Lula no Congresso Nacional por dois anos.
Recentemente, integrou a comitiva presidencial em viagem à Ásia, ao lado de ministros e do presidente do Senado, numa missão para atrair investimentos ao Brasil.
União Brasil segue no governo
Com a saída de Juscelino, o União Brasil se mobilizou rapidamente para manter o ministério. A legenda já ocupa posições estratégicas no governo, e a indicação de Pedro Lucas é vista como uma forma de preservar o equilíbrio na Esplanada. A nomeação deve reforçar a presença do partido, mesmo em meio a divergências internas entre alas governistas e oposicionistas.
A escolha de Pedro Lucas também é vista como um sinal de estabilidade política, ao indicar um aliado de perfil técnico e político moderado — com trânsito tanto no Planalto quanto entre as principais lideranças da Câmara.