Enquanto as eleições municipais de Palmas já estão nas ruas e nos bastidores políticos, o governador Wanderlei Barbosa vem fazendo tudo ao seu tempo, deixando a classe política vivendo o suspense sobre quem será o candidato apoiado pelo Palácio Araguaia em Palmas.
Por Edson Rodrigues
Dentre os atuais pré-candidatos, os únicos com chance zero de receber o apoio palaciano e dos seus aliados são o ex-senador, ex-deputado estadual e ex-prefeito de Palmas, Eduardo Siqueira Campos, hoje filiado ao Podemos, que foi oposição à Wanderlei Barbosa antes e depois de eleito, tendo como líder dessa oposição o próprio ex-deputado federal Tiago Dimas que, antes de ser derrotado em sua reeleição, quando líder da bancada federal tocantinense criou todos os obstáculos possíveis ao governo do Tocantins.
Não é segredo para ninguém que tanto Tiago quanto seu pai, Ronaldo Dimas, o famoso professor de Deus – que, inclusive concorreu ao governo, contra Wanderlei Barbosa –, sempre fizeram oposição ao grupo palaciano, assim como não é segredo que Wanderlei Barbosa não tem pontes de diálogo com Eduardo Siqueira Campos, a quem desconvidou, após cogitar nomeá-lo secretário de Governo.
Tiago Dimas, aliás, deixou o partido pelo qual se elegeu, o Solidariedade, para se filiar ao Podemos, saindo da liderança da bancada federal tocantinense de forma deliberadamente belicosa, fazendo da tribuna do Congresso um palanque para difamar o governo do Tocantins e tentar “levantar a bola” do seu pai, perdendo uma oportunidade de lutar pelos interesses do Tocantins.
Eduardo Siqueira se filia ao Podemos de Tiago Dimas
Eduardo Siqueira Campos, então, virou candidato de si próprio à prefeitura de Palmas e, agora, “agasalhado” pelo Podemos de Tiago Dimas, tem a missão de viabilizar sua candidatura com a formação de um grupo político capaz de leva-lo ao segundo turno nas eleições municipais de 2024.
AMASTHA NA ATIVA
Desde que renunciou ao mandato de prefeito, Carlos Amastha nunca mais conseguiu uma vitória nas urnas. Já foi derrotado duas vezes e, segundo a lenda, com mais uma derrota se aposenta de vez da vida pública.
Amastha é um político de boas ideias, mas conseguiu atrair a antipatia de muita gente da classe política por seu jeito agressivo e sem papas na língua. Mesmo assim, mantém um séquito de seguidores, apoiadores e admiradores, o que ainda o capacita a ser um aliado de peso com qualquer candidatura a prefeito, e a ser um dos mais fortes candidatos à Câmara Municipal, onde pode ter uma performance que o leve à Assembleia Legislativa, à C<amara Federal ou, até mesmo ao Senado, caminho já traçado por vereadores que se destacaram na Câmara Municipal de Palmas, como Eduardo Gomes, Felipe Martins, Eli Borges, Carlos Gaguim e o próprio Wanderlei Barbosa, entre outros.
Seria o velho “dar um passo para trás, para dar dois passos para frente”. Amastha seria um vereador diferenciado, com condições de se destacar desde o primeiro momento, com toda a cultura que tem.
JÚNIOR GEO
O deputado estadual Júnior Geo tem se mostrado um político sério e querido pela juventude, mas, apesar de já ter alguns mandatos acumulados no Legislativo municipal e no Estadual, ainda não conseguiu construir um grupo político para chamar de seu, muito menos um partido que o acolhesse por vontade própria. Isso se dá pela forma de agir, excessivamente independente, do próprio Geo.
Foi exatamente por isso que o Podemos “rifou” Júnior Geo para dar espaço a Eduardo Siqueira Campos ser o candidato a prefeito pela legenda, sem pensar duas vezes, inclusive com o apoio da cúpula nacional.
Apesar de estar “desalojado”, atualmente, Júnior Geo tem uma linha política de muita transparência, não aceita nenhuma negociação que não seja às claras, muito menos conversas e articulações entre quatro paredes.
Isso o torna uma peça “deslocada” no tabuleiro político, e diminui, consideravelmente, suas chances de chegar ao Executivo Municipal, apesar de despertar o respeito e a consideração do Observatório Político de O Paralelo 13.
WANDERLEI BARBOSA
Há dois postulantes ao Paço Municipal de Palmas, de dentro do coração do Palácio Araguaia. Porém, sem muito destaque para um ou para outro. E ambos disputam a preferência do governador Wanderlei Barbosa.
O primeiro é Jairo Mariano, que tem um passado construído com belas ações políticas e administrativas como prefeito de Pedro Afonso, em que sua popularidade foi capaz de eleger seu sucessor, com 100% das suas contas aprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado, além das suas atuações como secretário de Estado da Fazenda – quando mudou a forma de se fazer licitações, impedindo que atos não republicanos contaminassem o governo de Wanderlei Barbosa - e secretário de Governo, na gestão de Wanderlei Barbosa e, principalmente, sua gestão como presidente da Associação Tocantinense dos Municípios por dois mandatos, quando conseguiu unir a classe e apresentar soluções para diversos problemas apresentados pelos gestores municipais, foi colocado na “geladeira” pelo grupo palaciano, após manifestar sua vontade de ser prefeito de Palmas.
Esse mesmo grupo que o colocou na geladeira palaciana, agora prega que ele deveria se candidatar a prefeito de Pedro Afonso, passando por cima dos candidatos naturais da cidade, numa patifaria política que coloca Jairo Mariano contra seus próprios aliados na cidade.
Mesmo assim, Wanderlei Barbosa jamais proferiu uma palavra contra Jairo Mariano e vem analisando tudo para, em seu tempo e a seu modo, definir como agirá, pois sabe que não pode nem pensar em perder a eleição para prefeito da Capital, maior colégio eleitoral do Tocantins, de olho em seu próprio futuro político.
O segundo é o deputado federal Ricardo Ayres, um político com ligações familiares na Capital da Cultura Tocantinense, Porto Nacional, onde residiu por vários anos e onde sempre é muito bem votado.
Estudioso e com uma visão de futuro privilegiada, faz parte o Republicanos, partido presidido por Wanderlei Barbosa e vem, internamente, postulando a vaga de candidato do grupo palaciano à prefeitura de Palmas.
Talvez seja por essa divisão interna que o governador ainda não tenha manifestado sua preferência, mas é certo que essa hora se aproxima e a qualquer momento a decisão de Wanderlei Barbosa se tornará pública, trazendo consigo todo o peso do grupo político palaciano.
Deputada estadual Janad Valcari, em reunião com PL nacional
Mas, correndo por fora, está a deputada estadual Janad Valcari, do PL do senador Eduardo Gomes, líder em todas as pesquisas de intenção de voto, que pode aparecer como a candidata palaciana, por conta do excelente relacionamento entre Eduardo Gomes e Wanderlei Barbosa e pela posição de Janad na preferência popular.
Janad é uma mulher de família religiosa e vem dedicando seu tempo quase que exclusivamente a trabalhar pelas famílias tocantinenses, em especial as comandadas por mulheres e as menos favorecidas.
Estreou na vida pública com essas bandeiras se elegeu vereadora de Palmas, presidente da câmara Municipal e seu trabalho a levou para a Assembleia Legislativa, como uma da mais bem votadas em Palmas e no Estado.
Sua projeção política a levou a postular a prefeitura de Palmas e, com o reconhecimento dos seus trabalhos aparece liderando todas as pesquisas de intenção de voto para consumo interno dos partidos, realizadas até agora.
Caso Janad seja a escolhida do grupo palaciano, a eleição de Palmas pode ser decidida já no primeiro turno, sem sustos nem sobressaltos.
Se levarmos em conta que a eleição de um oposicionista ao Palácio Araguaia pode comprometer o futuro político de Wanderlei Barbosa rumo ao Senado, e de Laurez Moreira, rumo ao governo do Estado, o silêncio de Wanderlei é totalmente compreensível, lembrando que ele próprio terá que renunciar ao mandato de governador seis meses antes da eleição para se candidatar ao Senado.
Essa é uma “surpresa” que não surpreenderá ninguém, principalmente os mais sábios e escolados no dia a dia da política.
É aguardar para conferi!