O novo líder do PMDB, deputado Leonardo Picciani (RJ), reafirmou que as prioridades do partido em 2015 são a reforma política e a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras. Com a relatoria da Comissão Especial da Reforma Política – o relator é o deputado Marcelo Castro (PMDB-PI) – e a presidência ou a relatoria da CPI da Petrobras, ainda não instalada, a legenda busca exercer um novo protagonismo no cenário político.
“O PMDB tem uma postura de responsabilidade. A nossa postura é de sobriedade, de tranquilidade e de certeza de que precisamos avançar com as reformas”, afirmou Leonardo Picciani. “Esse Congresso se elegeu sob a perspectiva de mudança, o desejo de mudança da população brasileira. Ele terá condição de fazer as reformas que o povo espera: a reforma política e a tributária e uma discussão profunda do pacto federativo, a fim de redistribuir riquezas.”
CPI da Petrobras
Em relação às investigações da CPI da Petrobras, o líder disse que ainda não está decidido que cargo o partido ocupará na comissão, se a presidência ou se a relatoria. Existe a possibilidade de o deputado Lucio Vieira Lima (BA), que foi derrotado por Picciani na disputa da liderança do PMDB, ser indicado para um desses postos.
Esse foi um acordo prévio feito pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha, a fim de contemplar quem perdesse a disputa. “É uma forma de a gente atender o conjunto da bancada como um todo”, explicou Cunha. Picciani, por sua vez, avaliou que “o deputado Lucio tem todas as qualificações para estar à frente da CPI”.
O líder disse que a postura do PMDB na CPI será a de investigação total, a fim de resgatar a credibilidade da maior empresa brasileira. “Nosso objetivo é que a CPI esclareça fatos, mesmo se houver nomes do PMDB envolvidos”, garantiu.
Base aliada
Segundo Picciani, o partido continua na base do governo, até por fazer parte dele, já que Michel Temer é vice-presidente. Mas ele defendeu, por outro lado, o fortalecimento do partido nos estados e disse ser natural uma legenda política almejar a presidência da República.
O deputado afirmou que haverá diálogo com líderes partidários e com ministros de articulação política, mas que todos os projetos que chegarem à Casa serão estudados pela bancada. O partido não apoiará medidas que causem impactos financeiros, “ainda mais em momento de crise”.
Uma primeira reunião da bancada sob a liderança de Leonardo Picciani foi marcada para o dia 24, às 14 horas. A bancada, segundo o líder, é quem determinará os rumos do partido.
Um voto de diferença
Leonardo Picciani foi eleito líder do PMDB na manhã desta quarta-feira (11) por 34 colegas de bancada. Na disputa, ele derrotou o concorrente Lucio Vieira Lima (BA), que obteve 33 votos.
Aos 35 anos, o parlamentar está em seu quarto mandato. Na Câmara, ocupou posições de destaque, como a presidência da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ), a mais importante da Casa, e a vice-liderança de seu partido.
Picciani substitui, na liderança, o deputado Eduardo Cunha, que se tornou presidente da Câmara. A reunião de eleição do novo líder foi presidida por Cunha.
Com Agência Câmarae Redação