Enfim, uma fala concreta sobre a real importância das eleições municipais de outubro. O ex-prefeito de Palmas, Carlos Amastha, que, por enquanto, é pré-candidato a prefeitura, falou em entrevista que “não servirá de bucha de canhão”, ou seja, não participará das eleições municipais sem chances reais de vitória, apenas para beneficiar – ou prejudicar – este ou aquele candidato
Por Edson Rodrigues
O ex-prefeito não descartou nem a possibilidade de disputar uma vaga na Câmara Municipal de Palmas, para ter um mandato e criar musculatura política para entrar nas eleições de 2026 com a força necessária a uma eleição a deputado estadual ou federal.
Amastha demonstra sabedoria e amadurecimento político, pois tem a consciência de que mais uma derrota eleitoral pode dar fim à sua carreira pública, impossibilitando-o de tentar novos e mais ousados voos. E entrar numa disputa pela prefeitura de Palmas sem ser competitivo, só para constar, não vale o risco.
Esse exemplo de Carlos Amastha deveria ser seguido por muitos políticos Tocantins afora, principalmente nos maiores colégios eleitorais, de onde prefeitos e vereadores podem catapultar suas carreiras visando os parlamentos estadual e federal. E os que arriscarem demais, podem rumar, direto, para um sepultamento político.
PORTO NACIONAL
Em Porto Nacional duas candidaturas serão homologadas nos próximos dias, a do prefeito Ronivon Maciel, que concorrerá à reeleição, e a do deputado federal Toinho Andrade.
Tanto Ronivon quanto Toinho sabem que irão desfiar dois tabus, um diferente para cada, pois os eleitores portuenses há décadas não reelegem um e jamais elegeram o candidato apoiado pelo Palácio Araguaia.
Enquanto isso, outras duas candidaturas, com pontuações mais discretas nas pesquisas de intenção de voto, podem entrar para as estatísticas da tradição portuense e confirmar o Tabu. Álvaro da A7 e Nelcyr da Formehl, são dois empresários queridos pela população de Porto Nacional e, como sabemos que viradas inesperadas são altamente possíveis na política, qualquer um dos dois pode surpreender e se tornar o próximo prefeito de Porto Nacional.
O jogo oficial começa após as convenções partidárias e do registro das candidaturas majoritárias, mas, caso Ronivon Maciel e Toinho Andrade percam a eleição, outubro de 2024 pode marcar o início do fim das suas carreiras públicas.
PARAÍSO DO TOCANTINS
Já em Paraíso do Tocantins há apenas duas candidaturas dentro desse contexto. Uma é a do prefeito Celso Morais, candidato à reeleição, que teve sua candidatura homologada ontem, em uma convenção muito concorrida.
A outra é a do empresário, ex-presidente da Assembleia Legislativa e ex-deputado federal Osires Damaso, que é apoiado pelo governador Wanderlei Barbosa, pelo vice-governador Laurez Moreira e por lideranças de outros partidos.
Damaso sabe que, se perder mais esta eleição, não encontrará as mesmas facilidades e tantos apoios para disputar um mandato em 2026.
PREVISÕES ACERTADAS DO OBSERVATORIO POLITICO DE O PARALELO13
Nas eleições estaduais de 2022, o nosso Observatório Político previu um sepultamento político antes do resultado das urnas, e que acabou se confirmando assim que o TSE divulgou os eleitos.
Foram derrotados a ex-senadora Kátia Abreu, o ex-governador Marcelo Miranda, a deputada Valderez Castelo Branco, César Halum, Célio Moura, o próprio Osires Damaso e tantos outros, que realmente estão sumidos da via pública.
Nas atuais eleições municipais, há outros vários, correndo o mesmo risco, e um número considerável de líderes, caso não vençam nem com seus candidatos a prefeito nem com os candidatos a vereador, já podem preparar os pijamas da aposentadoria.
A fila anda.
Estes são apenas alguns exemplos de personagens políticos que correm riscos em caso de derrota política nas eleições municipais de outubro. E tudo o que foi levantado pelo Observatório Político de O Paralelo 13, vale, também, para os padrinhos e apoiadores de candidaturas que venham a fracassar.
O sepultamento político pode ser coletivo.
Vamos aguardar o fim das convenções partidárias em Palmas e nos maiores colégios eleitorais do Estado, para podermos fazer uma previsão de todos os que correm o risco de estar presentes na fila desse sepultamento político coletivo, pois são muitos os que estão realizando o chamado “teste da UTI – Última Tentativa do Indivíduo” nestas eleições.
Aguardemos!