Quando tudo parecia melhorar, população volta a sofrer com filas, falta de atendimento, de remédios e vidas que poderiam ser salvas são perdidas pela falta de compromisso
Por Edson Rodrigues
Este editorial tem como única razão de ser servir como um grito de socorro, um apelo pelos que sofrem sem culpa, pelos que penam nas filas da inoperância da saúde pública e pelos que choram seus entes queridos perdidos para a doença do descaso e da falta de comprometimento.
Já é sabido por todos que há mais de três governos estaduais, a Saúde Pública havia virado um verdadeiro caos no Tocantins. Na atual gestão, algumas coisas começaram a ser feitas, muita coisa melhorou, algumas hemorragias foram estancadas, mas, pelo visto, isso ainda não chegou à Região Sudeste do nosso Estado, para desespero daquela população.
Nos últimos 90 dias a situação da Saúde Pública na Região Sudeste atingiu o nível máximo de descaso e inoperância, para desespero de uma das populações mais sacrificadas do Estado. Os gestores da área perderam totalmente o controle da situação, incapazes de providenciar, ao menos, um atendimento de pronto-socorro que seja, levando pessoas sem recursos ao cúmulo da crueldade de ver filhos, pais, mães, irmãos definharem nas filas esperançosas da Saúde Pública, até que a primeira atenção que recebem seja do maldito mensageiro da Morte.
Morte por doenças simples de serem curadas, por falta de remédios, por atendimento insuficiente, por ausência de médico, enfim, pela falta do que nunca deveria faltar, uma vez que são todos cidadãos e todos pagam impostos federais, estaduais e municipais para ter um mínimo de dignidade. Dignidade, essa, reduzida a zero diante da situação da Saúde Pública.
OMISSÃO
É impossível que nossos políticos, parlamentares, secretários de governo, enfim, representantes do povo a quem cabe legislar, executar, fiscalizar, cobrar, perceber, que seja, não estejam sabendo por si só ou por outrem, a situação miserável da população da região Sudeste em relação à Saúde Pública. Onde estão os prefeitos, vereadores, deputados estaduais, federais e senadores, que deveriam representar esse povo para evitar que passem pelo desespero que tomou conta de todos.
Não acreditamos que sejam todas as autoridades pessoas insensíveis a ponto de fechar os olhos, de se omitir em relação ao que esse povo, que já é sofrido, vem passando nos últimos meses. Isso seria a pior das omissões já vistas na história do Tocantins, pois é uma omissão que custa vidas inocentes.
ATITUDE
Não é preciso muito mais que uma simples atitude para, pelo menos, demonstrar vontade de mudar, de interromper esse sofrimento cruel.
Atitude de sugerir a formação de uma comissão representativa para a tomada de decisões governamentais no sentido de interromper as mortes evitáveis de pessoas pala ausência de simples atenções médicas, que são prioritárias e básicas para qualquer governo – assim como deveria ser para o povo carente.
GRITO DE SOCORRO
O hospital de Dianópolis está 99% parado, desativado. Os cidadãos de baixo poder aquisitivo da cidade têm que recorrer ao Hospital Municipal de Almas, que já não dá conta nem dos pacientes da cidade, assim como ocorre nas unidades hospitalares de Taguatinga, na UTI de Arraias e em todas as cidades da Região Sudeste.
Nossa intenção neste editorial não é de falar mal de A ou de B, nem de nenhuma gestão específica, pois conhecemos e sabemos as mazelas que a Saúde Pública enfrentou nos últimos três governos em todo o Estado, mas, sim, soar como um grito de socorro á Região Sudeste. Um grito que chegue rápido aos ouvidos das autoridades públicas, ara que essa situação de miséria nos hospitais tenha um fim ou, pelo menos, atitudes sejam tomadas para que seja minimizada.
É essa a função da imprensa, de ser os olhos e os ouvidos da sociedade e, desta vez, também a boca que grita por socorro aos nossos representantes de todos os Poderes, do Legislativo ao Judiciário, passando, claro, pelo Executivo que, afinal, são os representantes legítimos da sociedade, eleitos por isso e para isso
É por isso que O Paralelo 13 implora às autoridades constituídas para que salvem nosso povo sofrido da Região Sudeste do Tocantins, que interrompam as mortes evitáveis que destroem famílias, dizimam com a dignidade da população e fazem pais, mães, irmãos, enfim, fazem todos sofrer um sofrimento que poderia ser evitado.
Basta uma atitude, uma decisão. Basta vontade, afinal.
Salvem o povo do Sudeste do Tocantins!