Ao abrir a reunião ministerial, nesta quinta-feira (8), no Palácio do Planalto, Lula disse que está "satisfeito" com o desempenho do governo e pediu esforço dos ministros: "Todo mundo tem tarefa determinada"
Por Fábio Matos
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta quinta-feira (8), ao abrir uma reunião com os ministros do governo, no Palácio do Planalto, que está “satisfeito” com o desempenho da equipe nos primeiros 18 meses de gestão.
Lula disse, ainda, que não pensa em fazer mudanças nos ministérios neste momento, mas deixou claro que, se necessário, mais adiante, tomará a decisão de fazer eventuais trocas.
“Eu estou muito satisfeito com o trabalho até agora. Vocês veem que a imprensa não discute mais se vai trocar ministério. Não existe esse problema porque todo mundo agora sabe que quem troca sou eu. Não é um jornalista que pode não gostar de um ministro. Sou eu”, afirmou Lula.
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“Como fui eu que indiquei, se eu tiver de trocar alguém, eu vou trocar. Mas não estou pensando nisso. Em time que está ganhando, a gente não mexe. A gente continua o jogo para poder terminar com uma vitória robusta”, disse o presidente da República, em sua fala inicial na reunião, que foi transmitida pelos canais de comunicação do Planalto.
“Todo mundo tem tarefa determinada”
Segundo Lula, o objetivo do encontro desta manhã com os ministros é “afinar a viola nas coisas que temos que fazer”. “Todo mundo tem tarefa determinada. Todo mundo tem o seu PAC. Todo mundo tem a sua função. Daqui para frente, o que temos de fazer é trabalhar e fazer, cada vez mais, um esforço”, disse o presidente.
“A gente não pode terminar o mandato sendo apenas mais um governo e as coisas não avançam muito. Fico sempre imaginando quantos degraus na escala social o povo pobre vai subir. É isso que conta para quem governa”, destacou Lula.
Encontro também ocorre em meio a pesquisas de avaliação de governo que acenderam o sinal de alerta do Palácio do Planalto e ao efeito de contágio da crise na Venezuela
Haddad volta das férias
A reunião no Planalto conta com a presença do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), que estava de férias, e ocorre na semana seguinte ao detalhamento das áreas indicadas pelo Ministério do Planejamento e Orçamento como alvos do congelamento de R$ 15 bilhões em despesas e de novas regras para a execução dos gastos para o restante do ano.
O encontro também acontece em meio a pesquisas de avaliação de governo que acenderam o sinal de alerta no Palácio do Planalto, que também lida com o contágio da crise na Venezuela sobre a administração brasileira — apontada como hesitante em meio às denúncias de fraude na declarada vitória do ditador Nicolás Maduro.
No encontro anterior com os ministros, Lula concentrou as conversas nas realizações de cada pasta e ampliou a cobrança por resultados em meio à pressão da opinião pública sobre sua gestão. O tempo passou, mas o mandatário segue dando sinais de insatisfação com entregas de subordinados.
Para a maioria dos ministros do tribunal, não há lei específica para disciplinar a matéria. Dessa forma, o TCU não pode determinar a devolução do relógio ao acervo público da Presidência da República
Desta vez, no entanto, a reunião apontará para o futuro, no planejamento dos ministérios até o final do ano e em 2025, em meio à promessa do governo de cortes de R$ 25,9 bilhões e antes do envio do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) do próximo exercício. Uma possível necessidade de novas medidas restritivas deve dificultar ainda mais o planejamento das pastas em meio aos esforços da equipe econômica em cumprir a meta de déficit zero — ou ao menos a banda inferior, que permite um desequilíbrio de 0,25% do Produtor Interno Bruto (PIB), estimada em R$ 28,8 bilhões.
Eleições na Câmara e no Senado
Em seu discurso inicial, na abertura da reunião, Lula também chamou atenção paras as eleições das Mesas Diretoras da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, marcadas para fevereiro do ano que vem.
Os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), não poderão se candidatar a novos mandatos. “Temos uma Câmara que vai trocar de presidente, temos um Senado que vai trocar de presidente. E, com tudo isso, tem que ter muita cautela para que não tenha nenhuma incidência no funcionamento do governo”, observou Lula.