Deputado do PT do Rio Grande do Sul afirma que votou contra medida para fragilizar atual presidente e forçar sua saída
Por Edson Rodrigues
"Eu me coloquei, frontalmente, conceitualmente contra [uma medida que anistiasse o caixa dois]. Trabalhei com todas as oportunidades para derrotar qualquer projeto que dialogasse com algo parecido com isso. Agora, de onde isso surgiu? A ideia foi oferecida aos deputados e senadores durante o processo de impeachment [de Dilma Rousseff] como moeda de troca. Esses parlamentares, deputados e senadores votaram pelo afastamento porque receberam uma promessa do Temer. Afastada a Dilma, votariam por projetos de proteção", denuncia.
O deputado federal Paulo Pimenta (PT/RS) foi um dos poucos parlamentares que se colocaram contra a possibilidade de incluir uma anistia ao caixa dois no projeto de combate à corrupção votado na Câmara dos Deputados. De acordo com ele, depois que, no final de novembro, Planalto, Câmara e Senado anunciaram um compromisso de evitar qualquer medida neste sentido, o governo de Michel Temer fica com "os dias contados", já que esta seria uma moeda de troca prometida aos parlamentares na época do impeachment da então presidente Dilma Rousseff.
Em conversa com o Jornal do Brasil, por telefone, Paulo Pimenta comentou a entrevista concedida por Temer, pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Renan Calheiros, em que anunciaram um pacto para evitar a aprovação de tal proposta. Pimenta aponta que a iniciativa acabou revelando um certo "desespero". "A não aprovação de uma anistia desestabiliza a relação com a base, por não entregar aquilo que lhes foi prometido."
"A maior parte votou [pelo impeachment de Dilma Rousseff] acreditando que isto creditaria uma proteção a possíveis delações que ainda estão por vir", conta o deputado federal. "O governo Temer está com os dias contados, está vendo sua base se corroer, base que percebe que o governo não entrega o que prometeu."
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A reportagem acima, com as afirmações apresentadas, foi publicada pelo site de notícias “Brasil 247”, que tem um viés extremamente favorável à causa petista, tendo seu proprietário e editor, inclusive, envolvido em denúncias de recebimento indevido e lavagem de dinheiro durante o governo de Dilma Rousseff.
A afirmação do deputado Paulo Pimenta tem sentido, pois muitos dos parlamentares estão apavorados com as delações dos 77 executivos da Odebrecht, mas beira o oportunismo ao enfatizar que seu posicionamento visava apenas a prejudicar a presidência da República e causar instabilidade.
O problema do deputado é que seu nome também pode aparecer nas delações fechadas na última semana na Operação Lava Jato. Caso se veja envolvido, será que ele vai se arrepender do seu voto?
É certo que PT e PMDB não se bicam mais, mas apostar no “quanto pior, melhor” não é uma atitude digna de um parlamentar que se diz representante do povo.
Buscar a aplicação correta de verbas e leis e evitar a corrupção é tudo o que o povo espera dos parlamentares!