Em despacho assinado na tarde desta segunda-feira (18), Barroso autorizou a abertura de uma investigação prévia
O ministro do STF, Luís Roberto Barroso, estabeleceu prazo de 20 dias para o senador Edison Lobão (PMDB-MA) se manifestar sobre as suspeitas de ser sócio oculto de uma holding nas Ilhas Cayman.
Em despacho assinado na tarde desta segunda-feira (18), Barroso autorizou a abertura de uma investigação prévia, considerando que ainda não há elementos suficientes para a instauração de um inquérito sobre o caso. Barroso determinou ainda a retirada do segredo de Justiça da apuração.
A interpretação do ministro foi embasada pelo parecer do Ministério Público Federal. O próprio PGR (Procurador-geral da República), Rodrigo Janot, entende ser necessária a realização de diligências para verificar a necessidade de se instaurar o inquérito ou pedir o arquivamento da denúncia.
Um ex-sócio da holding Diamond Mountain, grupo sediado nas Ilhas Cayman, acusou o senador de ser sócio oculto da empresa, responsável por captar recursos de fundos de pensão. As informações foram prestadas num processo que tramita na Justiça Federal em São Paulo.
A defesa de Lobão nega que o ex-ministro tenha qualquer relação com holding, mas admite que no dia 2 de junho de 2011 o peemedebista recebeu no Ministério de Minas e Energia um executivo da Diamond, Marcos Henrique da Costa.
Na reunião, segundo o advogado de Lobão, Antônio Carlos de Almeida Castro, foram tratados apenas assuntos relacionados a investimentos do grupo no país.
Também estava presente no encontro o advogado maranhense Márcio Coutinho, ex-articulador político da campanha do filho do ex-ministro, Edison Lobão Filho (PMDB), a governador do Maranhão.
Segundo o jornal "O Estado de S. Paulo", que revelou o caso, o ex-ministro seria representado na holding por Coutinho.
PF OUVE LOBÃO E EXECUTIVO DA ODEBRECHT EM INQUÉRITOS DA LAVA JATO
Em um processo que corre na Justiça Federal em São Paulo, um ex-sócio da empresa Diamond Mountain afirmou que Lobão é sócio oculto da holding
O senador Edison Lobão (PMDB-MA) e o diretor-presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, prestaram depoimento na sede da Polícia Federal, em Brasília, na tarde desta segunda-feira (18).
Investigado no STF (Supremo Tribunal Federal) por suspeita de envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras, Lobão prestou esclarecimentos a respeito das acusações feitas pelo ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa.
Costa disse ter mandado entregar R$ 2 milhões para a campanha de Roseana Sarney, a pedido de Lobão, em 2010.
Segundo o advogado do senador, Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, o depoimento durou cerca de duas horas, e o senador negou as acusações.
Ainda de acordo com Kakay, o parlamentar também foi questionado pelos policiais sobre sua suposta participação na sociedade de uma holding com sede nas Ilhas Cayman.
Em um processo que corre na Justiça Federal em São Paulo, um ex-sócio da empresa Diamond Mountain afirmou que Lobão é sócio oculto da holding.
Como tem foro privilegiado por ser senador, o trecho da investigação relacionados a Lobão foram remetidos ao STF.
ODEBRECHT
Já Marcelo Odebrecht foi ouvido no inquérito que investiga a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), também apontada por delatores como beneficiária dos desvios na Petrobras.
A construtora informou, por meio da assessoria de imprensa, que o depoimento foi motivado por declarações de Gleisi, de que teria pedido doações de campanha à Odebrecht, em 2010.
Segundo a empreiteira, Marcelo Odebrecht confirmou que empresas do grupo contribuíram financeiramente com vários partidos, entre eles o PT.