Segundo Lewandowski, a delação foi homologada depois ter passado por uma audiência com o juiz auxiliar do ministro Alexandre de Moraes
Com SBT News
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, convocou a imprensa nesta terça-feira (19) para atualizar informações sobre o caso Marielle Franco. No pronunciamento desta terça, Lewandowski anunciou que a colaboração do ex-policial militar Ronnie Lessa foi homologada pelo ministro Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal (STF).
O ministro também afirmou que o processo segue em segredo de Justiça e que Alexandre de Moraes dará seguimento aos trâmites. "Em breve, haverá conclusões graças às competentes mãos da PF que, em um ano, já obteve resultados concretos. O Ministério Público Federal e Estadual colaboraram, dentro de suas atribuições, em conjunto com a Polícia Federal", prosseguiu.
A vereadora do Psol e o motorista dela Anderson Gomes foram assassinados a tiros, no Rio de Janeiro, no dia 14 de março de 2018. A investigação foi iniciada pela Polícia Civil do RJ. Em 2023, a Polícia Federal entrou no caso. Na semana passada, foi anunciado que o inquérito foi remetido ao STF por envolver autoridade com foro.
Ato simbólico
Um ato simbólico organizado pela viúva da Marielle Franco, a vereadora Monica Benicio, aconteceu na quinta-feira (14), para marcar os seis anos do crime. Faixas foram estendidas na fachada do Palácio Pedro Ernesto, onde funciona a Câmara Municipal do Rio, cobrando respostas das autoridades sobre os mandantes da execução.
Respostas à família
Em entrevista ao SBT News, a viúva Mônica Benício comentou sobre como se sente 2.192 dias após as mortes. Ela, que se tornou vereadora em 2020, no ano em que Marielle poderia ter sido reeleita, definiu o sentimento da família e amigos das vítimas.
"Não tivemos a oportunidade sequer de viver o luto, de ter um luto que em algum momento possa ter um encerramento e se transforme em saudade. Então, é sempre um momento muito doloroso chegar próximo desta data, uma dor diária e constante, porque a gente ainda precisa reivindicar por Justiça todos os dias", diz.
A investigação da morte de Marielle até agora
Ronnie Lessa teria citado deputado Chiquinho Brazão (foto) em delação sobre caso Marielle
O processo de investigação passou a ocupar um lugar central nos noticiários. A Polícia Civil teve em torno de cinco delegados responsáveis pelo caso na Delegacia de Homicídios do Rio de Janeiro. No Ministério Público Estadual, pelo menos três equipes diferentes atuaram no caso durante esses anos. Uma nova delação envolveu o nome de um parlamentar como possível mandante e o processo foi levado para o Supremo Tribunal Federal, por causa do direito a foro privilegiado.
Até agora, a investigação pontou como assassino Ronnie Lessa, um ex-PM com passagem pelo Batalhão de Operações Especiais do Rio de Janeiro, o Bope. Ele é considerado um exímio atirador e ligado a integrantes do Escritório do Crime, um grupo de assassinos de aluguel formados por milicianos que atuam no Rio.
Outro acusado é o ex-PM Élcio Vieira de Queiroz, que dirigiu o carro usado no atentado. Em 2023, Élcio firmou um acordo de delação premiada e confessou sua participação no crime. Em seu depoimento, ele confirmou Ronnie Lessa como o autor dos disparos.
No fim de dezembro de 2023, Ronnie Lessa firmou seu próprio acordo de delação premiada com a Polícia Federal e assumiu ter matado Marielle e Anderson.
Ronnie e Élcio estão presos no sistema penitenciário federal e aguardam julgamento por júri popular, ainda sem data marcada.