Supremo não julga caso, e aluna quase apanha na cara, ao questionar dividir banheiro com alguém biologicamente do sexo masculino
Com Diário do Poder
Ainda repercute o caso de ameaça de agressão física sofrido por uma aluna da Universidade de Brasília (UNB) que reagiu contra a presença de uma trans no banheiro feminino do Restaurante Universitário, na última terça-feira (13). O debate sobre transexuais usarem banheiros públicos de acordo com a identidade de gênero está no Supremo Tribunal Federal (STF) há sete anos.
A vítima tratou como “cara” a aluna trans ao demonstrar insegurança com a presença de alguém biologicamente do sexo masculino. E foi ameaçada: “Eu não são sou um cara. Não tem nada que me impeça de meter a mão na sua cara. Você me respeite!”, disse a mulher trans, aos gritos, partindo para cima da aluna, na saída do banheiro.
O momento da reação violenta foi filmado pela própria vítima. E há imagens da jovem saindo escoltada do local, enquanto a aluna trans grita com ela.
Os ministros Luís Roberto Barroso e Edson Fachin, votaram para que mulheres trans tenham direito a usar o banheiro feminino e que homens trans utilizem o masculino. E o ministro Luiz Fux pediu mais tempo para analisar o caso, que não tem previsão de voltar à pauta, desde 2015.
Para a oficial de Igualdade e Direitos Para Todos do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (Unaids), Ariadne Ribeiro, é fundamental garantir a segurança de pessoas transexuais em ambientes coletivos.
“Essa confusão, essa falta de conhecimento da sociedade sobre as questões trans, fazem que questionamentos impeçam direitos fundamentais. Imagina qual é a angústia de um ser humano que fica impossibilitado de ir ao banheiro simplesmente por causa desse tipo de violência, de agressão. É importante que elas saibam que o banheiro masculino para mulheres trans é exatamente violento como elas imaginam que seria se tivesse um homem no banheiro delas”, afirmou Ariadne Ribeiro, ao G1.