Evangélico, que vem convocando atos públicos em defesa do ex-presidente, recebeu honraria por "reconhecidos serviços e apreço" à Justiça Militar. Na mesma cerimônia, estava um ministro do STF e integrantes do governo Lula
Com Correio Braziliense
O pastor evangélico Silas Malafaia, um dos organizadores do ato convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para amanhã, no Rio de Janeiro, foi condecorado com a mais alta honraria dada pelo Superior Tribunal Militar (STM), em 10 de abril. Ao lado de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), foi homenageado por "reconhecidos serviços e apreço" à Justiça Militar.
Malafaia, que preside a Igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo, recebeu a Ordem do Mérito Judiciário Militar. O grau recebido pelo pastor foi o "Distinção", que, segundo um regulamento da Justiça Militar sobre a condecoração, datado de 2020, é concedido às pessoas que prestam "reconhecidos serviços" ou demonstram "excepcional apreço à Justiça Militar da União". O STM não justificou a razão da honraria concedida a Malafaia.
Além do pastor evangélico, foram agraciados com a Ordem do Mérito Judiciário Militar o ministro do STF — e indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva — Cristiano Zanin; o procurador-geral da República, Paulo Gonet; o ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias; a senadora Damares Alves (Republicanos-DF); o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho; e o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto.
Próximo de Jair Bolsonaro, Malafaia foi o organizador e o financiador da manifestação que reuniu milhares de apoiadores do ex-presidente na Avenida Paulista, em 25 de fevereiro. Naquele evento, o pastor fez um discurso inflamado, com ataques ao Supremo, afirmando aos participantes da manifestação que se a Corte ordenasse a prisão de Bolsonaro, seria "para a destruição deles".
Na mesma manifestação, Malafaia acusou Lula de ter sabido, antecipadamente, da depredação que os bolsonaristas promoveram às sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro de 2023. Porém, não apresentou qualquer prova sobre a afirmação que fez.