Goiânia, aos 16 dias do mês de setembro de 2021
Muito se esperou das manifestações dos patriotas, também chamados de “bolsonaristas”, no último dia sete de setembro. Tudo o que estava sendo alardeado, disseminado nas redes sociais e provocando medo e pânico na população, acabou acontecendo, mas, tirando as estradas bloqueadas pelos caminhoneiros, nada de antidemocrático ou violento aconteceu
Por Edson Rodrigues
As pessoas foram pra rua de verde e amarelo. Muitas pessoas. Milhares de pessoas. Centenas de milhares de pessoas em todas as capitais brasileiras. Mesmo portando cartazes e gritando palavras de ordem contra o STF, ninguém cruzou a linha do bom senso e a manifestação não passou de uma manifestação.
Dos esperados “atos radicais”, o maior – e talvez o único deles – foram as palavras infelizes do próprio Bolsonaro contra o ministro Alexandre de Moraes, o que lhe valeu um “pito” do Poder Judiciário e provocou a divulgação de uma carta, com a ajuda do ex-presidente Michel Temer, do MDB, que cumpriu o seu propósito de amenizar o clima e abrir um diálogo com os demais poderes.
Considerada pelos radicais direitistas uma “baixada de bola” do “mito”, na verdade quem aconselhou Bolsonaro a agir assim pode ter salvado seu governo e preparado seu futuro.
Presidente Jair Bolsonaro sempre atrai muita gente por onde passa
A verdade é que Bolsonaro ganhou fôlego e credibilidade junto a políticos e militares e tempo para repensar seus atos, suas bravatas e domar seu gênio difícil, moldando-o para o que se espera de um presidente da república.
OPOSIÇÕES
Os fogos de artifício que as oposições soltaram depois do pronunciamento acima do tom de Bolsonaro no sete de setembro e do pito que ele levou do Judiciário, ao invés de “espocarem” juntos, acabaram se desviando uns dos outros no caminho para o céu, mostrando o retrato desconexo do que é a oposição, hoje, no Brasil: grupos dispersos, distintos, sem bandeiras em comum e sem afinidades ideológicas, o que torna impossível que se juntem para conseguir seus objetivos de longo prazo, que é voltar ao poder.
Tudo parecia mais fácil após as anulações das condenações do ex-presidente Lula ante a “benevolência do STF” e o autoderretimento da popularidade do presidente Jair Bolsonaro por seus próprios ataques às instituições. O problema é que cada vertente da esquerda passou a “puxar a sardinha para o seu lado”, escancarando toda a desunião e a falta de propósitos comuns.
Manifestações no Rio de Janeiro
A primeira prova disso foi o “Vem pra Rua”, um ato convocado para o último domingo (12) para que as ruas das capitais, antes ocupadas por dezenas de milhares de bolsonaritas, fossem igualmente tomadas por militantes dos partidos de esquerda. O que se viu foi uma meia dúzia de gatos pingados em algumas capitais e cidades do interior, que deixou claro a fragilidade do discurso esquerdista e a falta de diálogo entre eles.
RESUMINDO
Para os principais analistas políticos, mesmo com todo o revés que sofreu ao ter que baixar o tom dos ataques e publicar uma carta à nação (idealizada por Michel Temer), se dizendo arrependido dos ataques ao Poder Judiciário, feitos “no calor do momento”, Bolsonaro saiu maior do episódio de demonstração de forças, pois conseguiu mobilizar dezenas de milhares de pessoas, unidos por sua causa, enquanto a esquerda não demonstrou a mesma capacidade, numa demonstração de que, se as eleições fossem hoje, mesmo com todos os problemas enfrentados por seu governo, Bolsonaro estaria garantido, pelo menos, no segundo turno, enquanto a esquerda teria que articular, às pressas, uma união que nunca conseguiu, em torno de um só candidato para enfrentar o Presidente da república.
Vale ressaltar que o PT, o mais desgastado dos partidos de esquerda na atualidade, mesmo com a presença de Lula como líder, preferiu não se expor e não participou dos atos do último dia 12. Uma decisão acertada ou uma aceitação da própria impopularidade?
Enquanto o presidente Bolsonaro precisa resolver problemas inerentes a todo e qualquer governo, como a inflação e a perda do poder de compra das classes C e D – que podem ser resolvidos com ações governamentais bem planejadas e executadas com seriedade – contando com uma equipe capaz e com a participação dos militares, as oposições precisam partir do zero, definindo um só discurso, afinando as ações e tentando transparecer que é uma instituição coesa para o povo.
Bolsonaro ainda tem a CPI da Covid, que passou de um meio de fiscalização e investigação da aplicação dos recursos federais a um palanque oportunista para políticos decadentes, como Omar Aziz – com dezenas de processos contra si – e Renan Calheiros, velho conhecido dos tribunais por atos da mais perversa corrupção, e que se escondem por rãs de seus mandatos para manter foro privilegiado.
A mesma esquerda acostumada a chamar Renan Calheiros de corrupto e a defenestrar sua imagem, agora virou fã do senador paraense, torcendo para que ele cause um “ferimento de morte” nas pretensões de reeleição de Bolsonaro.
Do jeito que está sendo conduzida, deixando de lado as falcatruas praticadas por membros de escalões inferiores do governo federal e tentando acertar o coração do governo Bolsonaro, é mais fácil que a CPI da Covid termine em pizza do que em alguma punição contundente ao governo federal.
Senador Renan Calheiros relator da CPI da covid-19
Para que os trabalhos da CPI incomodem Bolsonaro, será necessário um verdadeiro milagre, pois seu relatório final, após a Câmara Federal estudar e aprovar o relatório de Calheiros para, finalmente, fazer uma denúncia à Procuradoria Geral da República... até lá, o Vasco da Gama já voltou para a primeira divisão e, como essa dimensão de milagre necessária, vai ser o campeão brasileiro da Série A em 2022.
TOCANTINS
No Tocantins, em se falando em oposição, em partidos de esquerda, fica difícil até definir quem é quem. Está evidente que o governador Mauro Carlesse anulou todas as possibilidades de oposição ao vencer três eleições consecutivas em um mesmo ano.
Mesmo com esse exemplo do passado, as oposições ao governador Mauro Carlesse, já, devidamente, domesticadas por ele, já estão, a um ano das eleições, costumeiramente divididas, sem um líder aglutinador e, de algum tempo pra cá, decidiu mirar em um alvo inalcançável, que é o senador Eduardo Gomes, que vem demonstrando ser o único capaz de reunir as mais diversas vertentes políticas em torno das suas postulações sem forçar a barra.
Governador Carlesse com deputados
Pois a oposição “inteligente” vem tentando desacreditar o potencial já mais que comprovado de Eduardo Gomes em articular acordos, junções e promover a harmonia política e, o mais importante, em carrear recursos federais para os 139 municípios – e para o Estado do Tocantins, como um todo – o que, para os principais analistas políticos é mais difícil ainda que conseguir suplantar qualquer pretensão política do governador Mauro Carlesse, seja para o Senado, seja para uma hipotética volta ao governo do Tocantins.
Essa manobra vil, sem pé nem cabeça, típica dos desesperados, tenta falar mal de quem é o líder em liberação de recursos, equipamentos e insumos hospitalares no combate à pandemia de Covid no Tocantins, leitos de UTIs e UTIs móveis, e vem sendo conclamado pelos vereadores e prefeitos nos encontros regionais dos quais vem participando a convite.
Sem falar que foi Eduardo Gomes quem trouxe para o Tocantins a Codevasf e o Programa Calha Norte que, antes, não abrangiam o Tocantins e já liberaram quase um bilhão de reais para os municípios tocantinenses para a revitalização e recapeamento de estradas – rodovias e vicinais – obras de infraestrutura, aquisição de maquinário pesado e fortalecimento dos pequenos produtores, dentre outros, e já têm garantidos mais um bilhão para 2022.
Eduardo Gomes é líder do governo Jair Bolsonaro no Congresso Nacional, agindo como um dos principais articuladores para dar governabilidade ao país em meio aos embates entre o Executivo e o Judiciário, colocando o MDB no centro da harmonização, mantendo reuniões com os baluartes do partido e costurando apoios que, nas últimas semanas, deram oxigênio e uma nova abordagem em relação á atuação do presidente da República.
Essa “oposição inteligente” que se manifesta no Tocantins, tenta atingir o nome do político mais influente do Estado, em um momento em que o Estado mais precisa dele, e ele vem correspondendo com galhardia e diplomacia, beneficiando a todos, sem olhar cor partidária.
Senador Eduardo Gomes com prefeitos
A questão das oposições em relação ao senador Eduardo Gomes, é o temor de que ele aceite o chamamento geral que vem recebendo e lance sua candidatura ao governo do Estado. O próprio senador já avisou que só fala sobre isso em 2022, até porque tem amigos pleiteando o governo do Estado e, seguindo sua linha diplomática, não quer atrapalhar, muito menos iniciar um embate, desnecessário, no momento.
Independente que qualquer coisa que aconteça nessa jornada, ninguém conseguirá tirar de Eduardo Gomes uma sílaba sequer contra o ex-prefeito de Araguaína, e seu amigo pessoal, Ronaldo Dimas. Os dois estão vacinados contra esses “entreveros” de período eleitoral.
O único compromisso de Eduardo Gomes, por enquanto, é em dar governabilidade ao governo federal e auxiliar seus companheiros, prefeitos, vereadores e o próprio governador Mauro Carlesse a manter o Tocantins com a cabeça erguida, na dianteira dos estados brasileiros em relação à evolução econômica e de desenvolvimento em tempos de pandemia.
ENQUANTO ISSO...
Enquanto isso, essa mesma oposição, tão inteligente, que já foi “surrada” por Carlesse em três eleições consecutivas em um mesmo ano, disputando por um partido que, antes, nem existia no Tocantins. Isso, caro leitor, significa força pessoal, capacidade de formação de grupo e de despertar lealdade em quem está ao seu lado.
Se as oposições se unirem em torno de um só nome para senador, outro para governador e outro para vice, uma vez que, mesmo com toda desunião, tem bons nomes para colocar no páreo, podem até ter chances de vitórias ou, ao menos, de uma participação honrosa no pleito majoritário e no pleito proporcional. Caso contrário, será mais uma derrota acachapante, principalmente se Mauro Carlesse resolver as pendências com Wanderlei Barbosa e vier “de cara para o vento”, para o cargo que escolher.
Senador Eduardo Gomes e Ronaldo Dimas
O único problema de Mauro Carlesse, hoje, é em relação à quem ficará em seu lugar caso resolva se candidatar ao Senado e tenha que renunciar, já que Wanderlei Barbosa, o vice-governador, que tem demonstrado certo grau de descontentamento, pois deseja ser o candidato ao governo, enquanto os melhores caminhos apontam para que ele se candidato a deputado federal, devendo renunciar, junto com Carlesse. Os dois ainda precisam se entender e aparar as arestas para passarem a falar a mesma linguagem política.
Mauro Carlesse precisa, também, implantar um “conceito” em seu governo, deixando claro para todos quais são as suas obras e qual a marca que deixa em sua passagem pelo comando do Estado do Tocantins. Quanto mais publicidade, quanto mais reconhecimento do muito que já fez e ainda está por fazer, melhor para seu posicionamento junto ao eleitorado.
A oposição ao governo de Mauro Carlesse precisa acordar. Até que o TSE diga o contrário, não haverá uma candidatura à reeleição. Carlesse tem dado um “baile” na oposição, criando dificuldades para que ela eleja até um deputado federal, quem dirá um senador ou um governador.
Com o Diário Oficial e a caneta em mãos até abril do ano que vem, Carlesse tem tempo para colocar todos os seus projetos, inclusive o de dar conceito ao seu governo, condição perfeita para que seja lembrado como um governador realizador e tocador de obras.
E contando que Carlesse decida dar uma pausa em sua vida política e não seja candidato a nada, a “oposição inteligente” está mudando sua “mira” para atacar o senador Eduardo Gomes, plantando matérias inverídicas na mídia nacional que não surtiram efeito nenhum, nem no país nem no Tocantins, pelo conteúdo estapafúrdio que abordavam. Eduardo Gomes, enquanto isso, seguirá líder do governo de Jair Bolsonaro em 2022, um ano eleitoral e com um Orçamento ainda “virgem”.
Ou seja, a oposição está “inteligentemente” atacando quem pode ser a grande fonte de recursos para os 139 municípios tocantinenses, inclusive os que são governados por representantes dessa própria oposição.
Trocando em miúdos, as oposições aos governos de Mauro Carlesse e de Jair Bolsonaro, divididas como estão, serão derrotadas fragorosamente nas urnas em 2022, pois, quem tiver “bala na agulha” até outubro do ano que vem, sai muito na frente nessa corrida eleitoral.
Não há vitoriosos nem derrotados, por enquanto. Há, apenas, quem sabe jogar e atira direto no alvo, e os que estão “atirando para todos os lados”, podendo, inclusive, acertar a si mesmos...
Coisa para se parar e observar!
Até breve!