SUCESSÃO 2022 NAS RUAS: ELEGIBILIDADE DE LULA DÁ INÍCIO À SUCESSÃO NO BRASIL E NOS ESTADOS

Posted On Terça, 09 Março 2021 15:17
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“Ceder à injustiça é animar os outros a praticá-la”

SIR WALTER SCOTT

Por Edson Rodrigues

 

Um novo cenário político começou a se desenhar no Brasil na tarde do dia oito de março, quando o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, anulou todas as condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela Justiça Federal no Paraná relacionadas às investigações da Operação Lava Jato.

 

Mesmo a decisão de Fachin tendo caráter processual. O ministro não analisou o mérito das condenações. Isso quer dizer que ele não inocentou Lula das acusações — somente entendeu que o juízo competente para julgar o ex-presidente não era a 13ª Vara Federal de Curitiba, ela acaba deixando um vácuo atemporal em que Lula volta a ser elegível para as eleições de 2022, se nenhum outro evento jurídico for interpelado.

Jair Bolsonaro e Lula da Silva 

Essa condição de elegibilidade de Lula cria uma série de possibilidades para a composição partidária visando a sucessão presidencial e estadual, e abre um leque de opções para o comportamento, antes previsível, do presidente Jair Bolsonaro, do Centrão e do combate à pandemia de Covid-19.

Ainda é muito cedo para prever quais serão os primeiros movimentos, mas é certo que o centrão vai acelerar a cobrança pelo apoio dado ao presidente Bolsonaro nas votações que elegeram os presidentes da Câmara e do Senado.

Bolsonaro terá que “desembarcar” muitos militares que compõem seu governo para abrir espaço para as indicações do centrão e, como os partidos que o compõem foram muito bem tratados nos governos do PT, assim como a velha guarda do MDB e do PP, a fidelidade desses indicados para cargos em seu governo vira uma grande incógnita.

 

TOCANTINS

No Tocantins, caso as oposições resolvam usar a inteligência e usar a desunião das eleições municipais do ano passado como exemplo a ser evitado, devem vir unidas para o embate eleitoral contra o candidato do Palácio Araguaia, o vice-governador Wanderlei Barbosa, que tem apoio da maioria dos deputados estaduais e federais, lembrando que o grupo político que domina a Assembleia Legislativa e o Palácio Araguaia venceu três eleições estaduais em um mesmo ano e, pelos ventos que sopram na Praça dos Girassóis, já está com a sua chapa majoritária praticamente formada, com Wanderlei para o governo e Mauro Carlesse para o Senado.

Governador Mauro Carlesse

O candidato a vice-governador nessa chapa deve ser definido por acordo político e o suplente de Carlesse no Senado, por ser um cargo de extrema confiança, deve ser seu sobrinho, Claudinei Quaresmim.

 

OPOSIÇÃO

Por enquanto, quem se destaca na oposição ao Palácio Araguaia é o ex-prefeito de Aragauaína, Ronaldo Dimas, que está “com o pé na estrada” articulando e conversando com as lideranças políticas de várias regiões, com reuniões, encontroa e conversas de “pé de orelha”, ao mesmo tempo que marca presença em Brasília, em conversas com os congressistas.

Ex-prefeito de Araguaína, Ronaldo Dimas

O “point” de Dimas em Brasília é o gabinete do senador Eduardo Gomes (MDB), líder do governo Jair Bolsonaro no Congresso Nacional e um nome reconhecido e respeitado em todo o território tocantinense, responsável por liberar milhões de reais para os 139 municípios do Estado e para o governo de Mauro Carlesse.

Gomes tem seu nome lembrado e desejado por vários prefeitos, empresários, líderes políticos, classistas e religiosos para ser candidato ao governo.

Mesmo assim, Eduardo Gomes elegeu como prioridade, neste momento, sua atuação como senador e como líder do governo federal na liberação de recursos, UTIs, medicamentos e equipamentos para que os municípios tocantinenses possam ter condições de combater a pandemia de Covid-19, principalmente a Capital, Palmas.

Senador Eduardo Gomes

]gomes, inclusive, suspendeu o giro que faria pelos municípios do interior do Tocantins para enfrentar com todas as armas que puder o agravamento da pandemia, concentrando seus trabalhos em Brasília, onde recebe os prefeitos e lideranças tocantinenses para ouvir e tentar atender às suas demandas.

Dimas é aliado de Eduardo Gomes e vê o nome do senador ser lembrado para o governo do Estado, cargo que ele busca há muito tempo, mas já declarou os dois “têm o mesmo projeto político e estarão juntos, sob qualquer condição, nos palanques da sucessão estadual em 2022”
Para quem entende de política, nada mais precisa ser dito sobre o relacionamento de Gomes e Dimas.

Enquanto isso, para os demais líderes dos diversos seguimentos políticos da oposição, com mandatos no Congresso Nacional e as lideranças regionais, ainda há tempo para conversar, se unir em um só projeto político. Desnudos, estarão fadados a “tomar uma peia”, de acordo com o recado deixado pelas eleições municipais de 2020.

 

EFEITO LULA

Levando-se em consideração a nova realidade política nacional, com a elegibilidade do ex-presidente Lula, fica a pergunta: por qual partido Mauro Carlesse e Wanderlei Barbosa disputarão o Senado e o governo do estado?

Lembrando que o presidente Jair Bolsonaro, atualmente sem partido, admitiu, em conversa com seus apoiadores que cogita a possibilidade de se filiar ao PMB, Partido da Mulher Brasileira, para, logo depois, mudar o nome do partido para “Aliança Nacional”.

Crescem, com a elegibilidade de Lula, as possibilidades da ex-ministra no governo de Dilma Rousseff e atual senadora, Kátia Abreu, presidente do PP no Estado e da Comissão de Relações Exteriores no Senado, e do seu filho, membro da mesa-diretora do Senado, como primeiro-secretário, e presidente do PSD estadual.

Bancada Federal do Estado em Brasília 

Pode-se colocar no mesmo “barco” de favorecimento com a liberdade de Lula a deputada estadual Dorinha Seabra, presidente estadual do DEM, o deputado federal Célio Moura, do PT, e os deputados federais Eli Borges e Osires Damaso, assim como o ex-prefeito de Gurupi, Laurez Moreira e o ex-prefeito de Porto Nacional, Paulo Mourão e até do ex-governador Marcelo Miranda, que acaba de ter seu mandato de presidente do MDB estadual até maio de 2022 – assim como foi o do presidente do diretório metropolitano de Palmas, deputado estadual Valdemar Jr..

Se Lula conseguir se manter elegível até o prazo de registro das candidaturas, o País conseguir minimizar os efeitos da pandemia de Covid-19 e o eleitor continuar com a mesma leitura que está fazendo do cenário político nacional e estadual, os candidatos de oposição ao Palácio Araguaia vão ganhar força e, o que já estava sendo dado como ganho, pode virar objeto de uma disputa ferrenha e acirrada,

Aguardamos as cenas dos próximos capítulos...