Em primeiro lugar, o Tocantins é um Estado com 34 anos de emancipação política onde nenhuma candidatura à presidência da República influenciou nos resultados das eleições estaduais, nem no Executivo, nem no Legislativo. Isso é um fato.
Por Edson Rodrigues
Pois, no Tocantins, a antecipação precoce do processo eleitoral acabou por fragilizar as candidaturas majoritárias, com grande influência do processo de impeachment que culminou com a renúncia do então governador, Mauro Carlesse, que deu ao seu vice, Wanderlei Barbosa, as condições de assumir o governo em definitivo, onde partiu para uma atuação que alicerçou sua candidatura à reeleição, assumindo a presidência estadual do Republicanos e levando consigo a maioria dos deputados estaduais da sua base de apoio.
Wanderlei (foto) está com uma agenda lotada de compromissos administrativos – e políticos, por natureza – com a assinatura de ordens de serviço de pavimentação asfáltica em dezenas de municípios, além de outras obras, e prepara, no próximo dia 11, um grande ato no Ginásio Ayrton Senna, em Taquaralto, na Capital, que contará com a presença de prefeitos, vereadores e lideranças políticas da sua base de apoio. Na ocasião, serão anunciados dezenas de convênios e obras com os municípios, para respeitar a legislação eleitora, que só permite tais ações até o dia dois de julho.
CANDIDATURA DE RONALDO DIMAS COM EDUARDO GOMES COORDENADOR
O senador Eduardo Gomes está chegando esta semana à Palmas, de mala e cuia, para organizar os trabalhos, definir as estratégias e iniciar as articulações, acordos e entendimentos como coordenador da campanha de Ronaldo Dimas, ex-prefeito de Araguaína, ao governo do Estado.
Segundo a última pesquisa registrada no TSE e divulgada no Tocantins o ex-prefeito de Araguaína aparece em primeiro lugar nas intenções de voto. Isso mostra que é um político bem avaliado, principalmente na Região Norte do Tocantins, conseguiu criar um legado e um grupo de seguidores e que, sim, pode colocar em prática suas qualidades como gestor ocupando o governo do Estado.
Eduardo Gomes já tornou público que se afastará dos cargos de senador e de líder do governo Jair Bolsonaro no Congresso Nacional para se dedicar exclusivamente ao processo sucessório tocantinense, com foco nas candidaturas de Dimas ao governo e de Dorinha Seabra ao Senado, com a mesma força com que defenderá os candidatos proporcionais do seu grupo político.
Essa mobilização de Eduardo Gomes é só mais uma constatação de que, neste processo eleitoral no Tocantins, muita gente vai ver “boi voar”, pois Eduardo Gomes não entra em briga para perder, muito menos perde tempo com “conversa mole”.
FALANDO POLITICAMENTE
Enquanto isso, a candidatura do deputado federal e empresário, Osires Damaso, ao governo, por enquanto, tem as características de um “voo de pato”. Mesmo assim, Damaso é uma pessoa e um político de boa índole, tem credibilidade junto à sociedade tocantinense, mas, todos sabem, que apenas isso não ganha uma eleição. Damaso tem mais 50 dias para dar musculatura à sua pretensão de ser candidato ao governo, e demonstrar isso com melhores números nas pesquisas, para partir para a convenção partidária tendo o que mostrar aos seus apoiadores.
PAULO MOURÃO
Já o pré-candidato pelo partido dos trabalhadores, Paulo Mourão, continua se apresentando como um candidato extremamente bem preparado para governar o Tocantins, e conta com o apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que lidera as pesquisas de intenção de voto para presidente.
Mourão tem como bandeira a atuação social dos governos do PT, principalmente em relação à ação social e ao problema das moradias.
O PONTO QUE UNE TODOS OS PRÉ-CANDIDATOS AO GOVERNO
Mas, nesse cenário, há, pelo menos, um ponto que deixa todos os pré-candidatos ao governo juntos no mesmo barco: nenhum deles têm definidos os seus candidatos a vice, muito menos ao Senado.
A senadora Kátia Abreu “está“ candidata à reeleição na chapa de Wanderlei Barbosa, porém precisa zerar ou diminuir a rejeição que sofre por conta dos deputados estaduais e federais que apoiam o governador, candidatos à reeleição ou não, que já demonstraram insatisfação com a presença de Kátia na chapa majoritária.
Kátia vem realizando reuniões individuais com os descontentes, tentando chegar a um acordo político e, até o momento, tem conseguido reverter algumas situações pontuais, mas precisa trabalhar redobrado para poder ser, por anuência de todos, a candidata ao Senado do grupo político do Palácio Araguaia.
Já a deputada federal Dorinha Seabra até hoje não decidiu se fará “dobradinha” com Ronaldo Dimas, em um posicionamento semelhante ao que já havia acertado, caso o candidato a governador do grupo político fosse o senador Eduardo Gomes. Por seu lado, Gomes já decidiu dar todo apoio necessário à candidatura ao Senado de Dorinha, faltando apenas a decisão pessoal da congressista para que as estratégias sejam definidas.
ELEITORES QUEREM UM BASTA
Por seu lado, o eleitor tocantinense vem se comportando de uma maneira extremamente fria em relação à sucessão estadual. A mais nua e crua das verdades é que a base da pirâmide social, onde se concentram 85% do eleitorado, está, neste momento, mais preocupado com sua própria sobrevivência e de seus familiares. Grande parte dessa parcela está nos níveis máximos da pobreza, enfrentando o desemprego, a inadimplência, a negativação de seus CPFs e outras mazelas provocadas pela má atuação de alguns políticos que estão em pleno mandato, lembrando sempre que há homens e mulheres sérios na política, mas o muito que fazem acaba manchado pela lama dos corruptos.
É bom que os nobres candidatos a um cargo eletivo em dois de outubro saibam passar bem o “óleo de peroba” na cara na hora de pedir votos, pois os eleitores tocantinenses querem um basta nesse clima de corrupção desenfreada que vem gerando índices de qualidade de vida cada vez piores, com a saúde, a educação, a segurança pública e, principalmente a ação social, necessitando urgentemente dos recursos que acabam desviados para os bolsos dos políticos e dos empresários corruptos.
Ou seja, os candidatos à reeleição terão ainda mais dificuldades para conseguir seus intentos, enquanto que os candidatos a primeiro mandato precisarão comprovar sua retidão, ética e honestidade – se tiverem para mostrar!
Por hoje é só!