A sucessão municipal no município de Almas tem se configurado em uma questão pra lá de estranha no ambiente político. De um lado, o vice-prefeito Rainerival Ribeiro Xavier, o Neri, do PP, que tem o apoio do prefeito Wagner Napomuceno, o Waguinho, do MDB e oposicionista ao grupo político palaciano.
Por Edson Rodrigues
Acontece que o PP, ao qual pertence o vice-prefeito, é presidido no Tocantins pelo deputado federal licenciado e secretário estadual de Ações Estratégicas Vicentinho Jr., logicamente, do grupo palaciano.
Apoiado desde sempre por Neri, Vicentinho Jr. Não teve alternativa, senão estar na convenção que homologará seu amigo e companheiro como candidato a prefeito de Almas. Só que o palanque é de oposição ao governador Wanderlei Barbosa. Aliás, no mesmo palanque estará o, também governista, deputado estadual Nilton Franco, do Republicanos, partido presidido por Wanderlei Barbosa.
Até aí, nada de muito extraordinário, já que em cidades como Araguaína, Porto Nacional e Paraíso, haverá palacianos em palanques oposicionistas, mas todos com a anuência de Wanderlei Barbosa.
UMA MÃO LAVA A OUTRA...
Acontece que em Almas – assim como em Araguaína, Porto Nacional e Paraíso – há um candidato apoiado por Wanderlei Barbosa. Neste caso, um amigo-irmão e parente do governador, de nome Goianyr Barbosa, o que transforma a sucessão de Almas, um caso especial, quase íntimo, para o governador do Tocantins.
Outro fato curioso, é que as convenções que homologarão Neri e Goianyr como os candidatos que disputarão a prefeitura de Almas, ocorrem no dia três de agosto, no mesmíssimo horário, em locais não muito distantes. Wanderlei Barbos, claro, estará no evento de Goianyr. Já Vicentinho Jr. e Nilton Franco, estarão com Neri.
Se Wanderlei Barbosa, munido de muita sabedoria e experiência políticas, deu carta branca para que aliados seus apoiassem candidatos oposicionistas em cidades que são grandes colégios eleitorais do Estado, por qual razão, na pequena Almas, os aliados do governador não poderia, também, ceder, e estar no palanque do grupo palaciano?
Conhecem aquela história de “uma mão lava a outra e as duas lavam o rosto”?
Será que é tão difícil, assim, para os governistas explicarem a situação aos seus apoiados e reforçar o palanque do grupo político palaciano?
Vamos aguardar a realização das convenções e os relatos sobre as presenças e atuações dos envolvidos para fazermos uma profunda análise desse fato político.
Afinal, nem Freud se atreveria a explicar certos detalhes da política tocantinense...