Ao contrário da matemática, nada em política é exato, permanente ou duradouro. É como as nuvens no céu, de acordo com os ventos, vários desenhos vão se formando em um piscar de olhos.
Por Edson Rodrigues
Assim caminha, cada vez mais, o processo sucessório em busca de um mandato para prefeito da Capital do Estado do Tocantins. Pelo desenho que agora começou a germinar, ninguém é imbatível e, pelo andar da carruagem, essa disputa contará com vários capítulos de uma história indiscutivelmente fantástica e incrível de apreciar.
Em 2016, Palmas se destacará no cenário político e será foco de todos os veículos de comunicação. Serão canais de TV, rádios, blogs, portais, impressos, voltados para mais um espetáculo da disputa sucessória para prefeito no maior colégio eleitoral do Estado.
Sem contar com os debates, os resultados de pesquisas de várias Institutos locais, Estadual e Nacional.
A Capital se tornará um espelho com reflexos negativos e positivos em todo o Tocantins. E o papel da imprensa se tornará crucial nesse processo.
Neste exato momento, nos bastidores da política, vários nomes já são considerados quadros potenciais para disputar a cadeira de prefeito da capital. As articulações já começaram e a disputa pode ficar ainda mais acirrada com a Reforma Política.
Durante esse período, muitos boatos e novidades irão surgir até a confirmação das alianças, quando, geralmente, os partidos pequenos aliam-se a legendas maiores e formam-se os exércitos de candidatos a vereador, que transformam o horário de propaganda eleitoral obrigatória gratuita numa verdadeira apresentação circense.
Atualmente, mais de oito nomes estão sendo cotados para essa disputa. O principal deles é o atual prefeito Carlos Amastha, que pode candidatar-se a reeleição. Personalidades políticas já conhecidas complementam a lista, como o ex-prefeito Raul Filho, o ex-deputado Marcelo Lélis, o ex-deputado Sargento Aragão, e o deputado Eli Borges.
Eduardo Siqueira Campos pode participar do páreo
Pouco têm-se cogitado o nome do deputado Eduardo Siqueira Campos para concorrer no processo eleitoral de 2016, mas não é uma possibilidade descartada. Eduardo tem potencial, sabe articular, tem serviços prestados em Palmas e em todo o Tocantins, e pode unir o grupo Siqueirista, que tem tem um patrimônio político que nenhum outro gestor público conseguiu construir, em torno de um projeto comandado pelo seu pai, o ex-governador Siqueira Campos
Eduardo contará ainda com o apoio de ex-funcionários que foram demitidos pelo atual governador Marcelo Miranda, além dos efetivos descontentes com o atual governo principalmente a Polícia Militar, a Polícia Civil e servidores da Educação e da Saúde.
Caso Eduardo Siqueira vislumbre uma oportunidade de disputar o pleito, não pensará duas vezes, colocando, de vez, mais uma pitadinha de pimenta malagueta na disputa.
Perfil dos possíveis candidatos a prefeito de Palmas
Raul Filho: de acordo com informações, o ex-prefeito da Capital, irá filiar-se ao PR do senador Vicentinho Alves. Já foi deputado estadual, prefeito de Palmas, tem um perfil de político carismático e é considerado pelos palmenses um homem simples e humilde. Sua administração foi considerada uma das melhores. No período em que esteve à frente da prefeitura realizou diversas obras, como a implantação da escola de tempo integral, construção de moradias populares, investiu no social, fez asfalto, construiu postos de saúde, criou lavouras comunitárias e regularizou bairros que abrigavam as famílias de baixa renda. Deu assistência ao pequeno produtor e tem inúmeros serviços prestados no município
Marcelo Lélis: O presidente do PV também tem diversos serviços prestados na Capital. Além de deputado, já foi vereador e também ocupou cargo de presidente da Agência do Meio Ambiente e Turismo. O trabalho nesta área lhe rendeu o prêmio nacional da Unicef, pelo reconhecimento de seu trabalho de paisagismo urbano.
Carlos Amastha: Empresário, o atual prefeito de Palmas nos últimos anos perdeu alguns aliados e líderes que o ajudaram a se eleger. Foi o Caso do seu vice-prefeito, Sargento Aragão, e do deputado Wanderley Barbosa. Durante a próxima campanha eleitoral, por estar no poder, passará a ser vidraça. Articulista, Amastha possui inúmeras denúncias contra sua gestão, no entanto não é considerado réu em nenhuma delas.
Sargento Aragão: Respeitado pela carreira militar, Aragão já foi deputado estadual e é considerado um dos políticos tocantinense que fala o que pensa. Segundo informações, Sargento Aragão se filiará até junho no PEN, Partido Ecológico Nacional, e será o presidente regional do partido no Estado.
Eli Borges: Sua história de vida se mistura com a de Palmas. Já foi vereador e deputado estadual, mas seu partido de origem política é o PMDB, que nunca o deixou ser candidato a prefeito, Eli tem uma vida pública com vários mandatos sem nenhuma mácula, ou seja, não tem seu nome envolvido em nenhuma denúncia ou se quer suspeita que o desabone em seu caráter. Tem serviços prestados ao Estado, especialmente a Palmas. É pastor e é um cidadão voltado para os princípios religiosos e familiares.
Carlos Gaguim: Já foi vereador, presidente da Câmara de Palmas, deputado estadual, presidente da Assembleia Legislativa, governador e, atualmente, é considerado um empresário bem sucedido, cumpridor de compromissos. Tem credibilidade com o funcionalismo público estadual, foi eleito e considerado um dos dez deputados federais mais ricos do País.
O EFEITO DA REFORMA POLÍTICA
o relatório da Reforma Política, elaborado pelo deputado federal Rodrigo Maia, do DEM-RJ, cria uma janela de 30 dias, após a promulgação da nova Lei Eleitoral, permitindo que deputados estaduais, federais e vereadores mudem de partido sem que seus mandatos sejam requeridos por seus partidos de origem.
Os principais líderes políticos do País já avaliam que essa “janelsa” promoverá uma ampla reformulação nos partidos, o que tornaria desnecessária a fusão entre legendas. Calcados nessa novidade, DEM e PTB já voltaram atrás na intenção de se fundir, abrindo caminho para que PSB e PPS também desistam de tornarem-se uma única legenda.
Além disso,uma decisão do STF, após questionamento da senadora de Goiás, Lúcia Vânia, reza que “a perda de mandato em razão de mudança de partido não se aplica a candidatos eleitos pelo sistema majoritário”, ou seja, presidente da República, senadores, governadores e prefeitos, não correm riscos, caso mudem de partidos.
Sendo assim, o prefeito de Palmas, Carlos Amastha, poderá se filiar ao partido que quiser, sem correr o risco de ter seu mandato ceifado por ações na Justiça Eleitoral.